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portugal dos pequeninos

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O "PC"

João Gonçalves 29 Dez 06

A melhor resposta ao delírio "PC" - "politicamente correcto" - da Fernanda Câncio no Diário de Notícias de hoje (sem link) é este texto de Henrique Raposo: "(...) O PC não é uma doutrina que ilumina o futuro. Ninguém grita “eu sou PC!” (paga-se um sumptuoso jantar a quem ousar gritar “tenho orgulho em ser PC!”). Não é uma ideologia colectiva. É, isso sim, uma crença privada. Mas, atenção, é uma crença privada partilhada, em silêncio, por milhões. É um manual de comportamento e de policiamento [...] E, por ser privada, é uma crença emocional. Como afirma Browne, representa a abolição da razão pública [...]".</span>

DO ANO QUE PASSA - 3

João Gonçalves 29 Dez 06

Do ano que passa fica uma ideia horrível de violência e outra desconfiada da justiça. O caso Gisberta, as crianças espancadas e assassinadas às mãos de pais, mães, padrastos, madrastas, amantes e a puta que os pariu, são evidências de uma sociedade amoral, acéfala e profundamente ignorante. Básica, mesmo. Existe uma imensa indignidade social e cultural a que se seguem decisões jurídicas incompreensíveis para o chamado e inexistente "sentimento jurídico colectivo". O desfazamento da "realidade" por parte de muitas decisões judiciais é assustadora. Nunca se falou tanto de justiça e nunca tanta injustiça teve lugar. Os "protagonistas" passaram o ano a pavonear-se nas televisões, nos jornais, nos colóquios, todos a tratar das vidas deles. Na política, não houve cão nem gato que não não tivesse botado sentença sobre a matéria. Pura retórica, puras bravatas, puro formalismo inconsequente. Além de insensatos, somos perigosos e não nos apercebemos disso.

DO ANO QUE PASSA -2

João Gonçalves 29 Dez 06

Desde o ano passado que me tenho farto de escrever aqui sobre o actual Papa e antigo cardeal Joseph Ratzinger. Saíram, entretanto, em 2006, dois livros traduzidos que talvez ajudem os incréus a perceber melhor o pensamento deste intelectual europeu. Deus e o Mundo continua o "diálogo" do final dos anos noventa com o mesmo jornalista alemão de O Sal da Terra e a Universidade Católica editou um Fé, Religião e Tolerância que reúne ensaios vários do teólogo e professor universitário. Para já, e como Pacheco Pereira sempre é Pacheco Pereira, é de ler este exelente escrito, que continua para a semana, sobre o dito intelectual europeu. Pode ser que por ser JPP, insuspeito quanto à parte religiosa da coisa, talvez aprendam alguma coisa com esta versão anotada do artigo que li ontem ,em papel, no Público.

DO ANO QUE PASSA -1

João Gonçalves 29 Dez 06


Desta vez interessa-me mais o futuro do que o passado. Porém, há coisas que me ficaram do ano que passa e que não resisto a anotar. Não sendo "crítico" nem "jornalista cultural, mas apenas mero leitor, se me desse para o "balanço literário do ano" faria apenas duas ou três observações. Uma primeira para o João Pedro George. Em má hora entregou o Esplanar a Carlos Leone, uma sumidade institucional que deixou o blogue no estado em que ele se encontra: nenhum. Foi o João quem coligiu textos seus daqui e dali e deu à estampa um livrinho atípico nestas matérias, Não é Fácil Dizer Bem, cujo título tenho aproveitado indecentemente. Salvo na parte final em que lhe deu para delirar, o João desmontou com graça a pseudo-seriedade de alguns literatos e candidatos a literatos nossos contemporâneos. Não é uma "tese" nem nada parecido. É um exercício divertido e bem escrito contra a mediocridade consensual, de capela e de estranhas cumplicidades que persiste no "meio literário português. Dele também, Couves & Alforrecas, uma diatribe paciente sobre o "estilo" da "marca registada", a mítica e intocável Margarida Rebelo Pinto, escritora e colunista de costumes. Só o facto de ter lido, de fio a pavio, a insigne "obra literária" da senhora e de ter enfrentado o respeitinho em tribunal, já lhe valia uma venera. Ainda no campo da subliteratura nacional, destaco a profusão de "novos" autores portugueses, muitos deles oriundos do jornalismo, que nos presentearam com diversos "romances", "romances históricos" e "biografias romanceadas". Não retive um nome ou um título, à excepção - porque me cruzei várias vezes com ele a dar autógrafos entre Lisboa e o Algarve - de José Rodrigues dos Santos, o "rei da síntese", cuja presença nos escaparates das livrarias e dos supermercados é intensa. Tão intensa como o tamanho dos calhamaços que tem dado à estampa. Para "rei da síntese", não está nada mal. É esta gente que entra mais facilmente na cabeça e na vontade de ler do português médio. Estão bem uns para os outros. Finalmente, não dei por nada de extravagante na poesia ou na "ensaística". Ou se dei, não me lembro. Só li o ensaio de Vasco Pulido Valente sobre Paiva Couceiro e o Círculo de Leitores não me deixou comprar em avulso o "D. Maria II", o "D.Pedro V" e o "D. Carlos", respectivamente de Maria de Fátima Bonifácio, de Maria Filomena Mónica e de Rui Ramos. Ficam para a próxima.

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