"No princípio da semana, por exemplo, um rapazinho fanático, porta-voz da Deco, exigia que o Estado obrigasse por lei qualquer restaurante (ou qualquer hotel) a admitir crianças. Segundo a lunática lógica da criatura, o princípio da igualdade, constitucionalmente consagrado, obrigava a essa medida de justiça. Não lhe ocorreu que o princípio da igualdade não se aplica, sem qualificação, a crianças. Como não lhe ocorreu que se propunha limitar a liberdade do próximo. A ideia de que há restaurantes que oferecem cerimónia e sossego e pessoas que gostam de cerimónia e sossego só lhe inspira desprezo. Se o consumidor que a Deco defende quer jantar entre correrias, choradeira e berros, o Estado não deve permitir outra maneira de viver. O resto não interessa. Pouco a pouco, os "direitos do homem", pervertidos por pequenos grupos de pressão, que o Estado muitas vezes sustenta (para não ir mais longe, somos nós quem paga a Deco), vão servindo para criar uma sociedade minuciosamente vigiada. Não existe a menor diferença entre a actual ortodoxia "bem-pensante" e o jacobinismo ou o comunismo clássico. É a velha ambição de criar um homem racional e perfeito pela força política. Não por acaso os "marxistas" de ontem prosperam neste novo mundo. A tolerância sempre foi ou já se transformou em intolerância e há lugar para milhões de polícias."
Vasco Pulido Valente, in Público
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...