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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Só quem tiver o Público online (assinatura) ou em papel é que pode ter acesso às pérolas que se seguem. Uma senhora psicóloga, de seu nome Andreia Peniche, tem uma tese de mestrado com este extraordinário título: "Superando a perspectiva do corpo como campo de batalha: dimensionar o aborto no campo dos direitos". A referência ao "campo de batalha" a propósito do corpo e da sua "superação" é, desde logo, esmagadora. A Andreia terá lido Laclos alguma vez na vida? Trata-se, diz ela da sua tese, de um "discurso radical mas complexo e transgressor" que assenta na ideia de que "a proibição do aborto [por opção da mulher] não é uma medida avulsa, mas integrada na lógica de dominação patriarcal". E continua, falando da "completa ausência de conhecimento sobre a produção teórica feminista na reconceptualização das mulheres". O que é isto? As mulheres necessitam de se "reconceptualizar" remontando a paradigmas mortos e enterrados há dezenas e dezenas de anos? Que coisa mais retrógada e paternalista. Finalmente, a Andreia não se poupa em relação ao seu género, armada em aprendiz de dirigente feminista das massas exploradas sexualmente pela "dominação patriarcal". "O direito ao aborto exige uma concepção de democracia como agência, isto é, como reivindicação enformada politicamente no sentido da transformação das relações sociais de poder: porque exige que se perspective a sexualidade separada da reprodução e porque reclama a sexualidade como um direito das mulheres; porque exige o reconhecimento das mulheres como porta-vozes das propostas de transformação social emancipatória." Se eu fosse pelo "sim", arranjava uns folhetos com estes magníficos dizeres e ia pelos campos fora explicar aos meus concidadãos o que têm andado a perder: uma "transformação social emancipatória". Com um argumentário deste calibre, mais palavras para quê?

"GOSTO DE COMANDAR"

João Gonçalves 9 Dez 06


Não é à míngua de talentos que a pátria não medra. Vejamos a coisa por partes. O PS, com a ajuda dos seus compagnons de route europeus e do sr. Dean, dos EUA, mostrou quão moderno, "reformista" e de "esquerda" está, cheio de promessas e de realidades comprovadas na estafada lida governamental. O dr. Vieira da Silva é comprovadamente um estadista/socialista exemplar por causa do salário mínimo, devendo em breve erguer-se-lhe uma estátua. No PSD, os talentos espreitam a cada esquina o dr. Marques Mendes para, como lhes compete, esticarem a perninha para o homem se espalhar. Depois de Menezes e, à sua maneira, Rui Rio, veio agora esse notável "comandante" que é Morais Sarmento, um homem cheio "de causas e de carisma", ressuscitado dos mortos do "barrosismo", exprimir as suas mágoas e afirmar-se como "parte de uma solução" que ele nem sequer sabe qual é. Em 2008, diz ele, logo se vê. Mendes é que não. A fisiologia governamentalista do PSD não deve nada a pessoas como Morais Sarmento que, quando teve o poder, falhou da forma estrondosa que conhecemos. Devia estar caladinho por alguns e bons anos. Não tem um pingo de ética política para falar. Ele e outros como ele, que entregaram o poder de bandeja ao PS quando embarcaram na aventura "santanista", apesar de Sarmento dizer agora o pior de Santana. Em comum, esta gente possui um estranho fascínio pelo "fazedor reformista" Sócrates que, secreta ou escancaradamente, desejam ver em São Bento por fartos e longos anos. De alguma maneira, têm razão: foram eles que lá o puseram com o seu arrivismo. Depois, também como lhes compete, odeiam-se fraternalmente. Para além de não quererem e de querem sempre o mesmo - o lugar de Mendes -, cada vez que abrem a boca, enterram um bocadinho mais, não o dito Mendes, mas a credibilidade do partido a que pertencem como alternativa séria ao PS. Mendes não lhes deve dar nenhuma importância. No PSD - e já que está na moda - existe uma mulher que podia ajudar Mendes a extirpar a bagunça enquanto é tempo. Chama-se Paula Teixeira da Cruz, não brinca em serviço e tem "gosto em comandar". Entre ela e os devaneios oportunistas de Sarmento, não hesito.

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