"Vieira de Carvalho diz que há um grupo técnico, com membros dos ministérios da Cultura e das Finanças, "com a missão de assegurar que a transição se faça de forma a não causar qualquer problema técnico". Com esta extraordinària leviandade, o secretàrio de Estado da Cultura "arruma", julga ele, a questão da fusão do São Carlos com o Bailado. Não arruma. Vai arranjar uma trapalhada no meio de uma temporada em que, ainda por cima, Wagner consta com a primeira jornada do Anel, A Valquìria, um projecto que começou este ano e que augura um bom momento na història do teatro. Vieira de Carvalho, o musicòlogo, sempre sonhou com companhias portuguesas de òpera e pinderiquices congéneres. Pertence culturalmente a um passado que não se recomenda. Quanto à sua "comissão", o melhor mesmo è estarem calados e passarem despercebidos. Ele e ela.

Ontem à noite, o sr. Sarkozy esteve umas boas duas horas na televisão francesa a explicar-se e a responder. Sarkozy não é mais nem menos pantomineiro do que outros. Tem a polìtica entranhada no rosto, na fala, no gesto. Tem, na parte em que concorre com Mme. Royal, um bonito sorriso. È, como lhe compete, contra a presença da Turquia na Europa. Porque, refere, para se estar na Europa é preciso aceditar nela e, sobretudo, não estar contra reservas mentais e fìsicas contra algum dos seus membros. O espectàculo deploràvel de insegurança que obriga a espalhar pela belìssima Istambul carros de combate e de assalto, doze mil polìcias de costas para os locais e para o visitante ilustre, são de uma eloquência incontornàvel. Os prosélitos que sonham com uma Turquia europeia deviam reflectir nisto. Por mais voltas que se dê, hà demasiados mundos no Mundo. Ainda bem que não somos todos iguais.