A entrevista de José Medeiros Ferreira ao Diário de Notícias. Agora que tanta gente descobriu a palavra "reforma" como se ela nunca tivesse existido, as palavras de JMF, para além de politicamente interessantes - porque vindas de um militante de um partido que está a perder todo o interesse - vêm repôr, junto de uma opinião pública cada vez mais amorfa, o valor insubstituível da crítica e do debate. Na semana em que o partido do governo se reúne num congresso que será uma espécie de conselho de ministros alargado aos "rapazes e às raparigas", Medeiros Ferreira relembra que é da tradição do socialismo democrático e da social-democracia a discussão, a livre discussão. O impulso dito reformador do primeiro-ministro só convence os palonços e os oportunistas sem memória. Parece que, com Sócrates, se inventou a escrita. Não se inventou nada. Sócrates estava tão preparado para governar como Barroso antes dele ou mesmo eu. Os primeiros governos de Mário Soares, de 76 a 78, a Aliança Democrática, de 79 e 80, e algum "cavaquismo" fizeram as reformas fundamentais. As do sistema político, valorizando a política "civil" democrática, que culminou na revisão constitucional que extinguiu a legitimidade "revolucionária" da tropa, as que introduziram alguma flexibilidade económica no registo "estatista" amanhado à pressa no PREC e o pedido e a consequente adesão à Europa, sem as quais o doentio atavismo nacional nos remeteria para um periferia infinitamente mais lúgubre do que a actual. Sócrates, pelo contrário, descobriu em cada português uma corporação e um inimigo a abater e, com isso, justifica a sua pulsão "reformista". É evidente que tudo se reduz à mercearia, ao défice, às continhas e a um autoritarismo espúrio que acabará por se virar contra os seus mentores.
"Essas derrotas [autárquicas e presidenciais], as manifestações e as greves devem ser fontes de ponderação para as decisões governamentais. Mal iria qualquer Governo que, tendo perdido duas eleições, não ponderasse o seu modo de decisão, por muito que isso custe às pessoas que gostam de decidir rapidamente" - aconselha JMF ao "governo TGV". Ele, na sua vertigem autista e muito contentinha de "ipod" na orelha, não deve escutar. E é pena. Pode ser que se arrependa.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...