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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

O "ESFORÇO"

João Gonçalves 2 Nov 06

A D. Judite de Sousa pergunta a Alberto João Jardim se a Madeira não está disposta a "participar no esforço nacional" como se a pátria sofresse de prisão de ventre. Faz lembrar o falecido general Vasco Gonçalves que pediu, em 74, "um dia de trabalho para a nação". Não aprendem nada.

CORAGEM, PORTUGUESES!

João Gonçalves 2 Nov 06




"Fontes geralmente bem informadas" garantem-me que, no programa da D. Elisa, "Grandes Portugueses", vão à frente, pela ordem respectiva, os três cavalheiros das imagens. Força.

QUEM MANDA -2

João Gonçalves 2 Nov 06


O Procurador-Geral da República, o conselheiro Pinto Monteiro, vai amanhã apresentar ao conselho superior do MP o nome do procurador-geral adjunto Gomes Dias para o cargo de vice-procurador-geral. É o mesmo nome que apresentou da primeira vez ao CSMP que o "chumbou". Não podia ser de outra maneira se pretender, como se espera, mandar na casa. Para já, temos homem.

DO MEDO

João Gonçalves 2 Nov 06


A propósito dos textos colocados nos posts anteriores, ocorreu-me que, há dias, uma querida amiga que viveu a sua juventude e os primeiros anos de trabalho sob a "ditadura", me dizia que se sentia mais à vontade nesses "anos de chumbo" do que agora. E de não democrata ou medrosa é que ela não tem mesmo nada. O saudoso prof. Carlos da Mota Pinto, citando um político americano, costumava dizer que a pior forma do medo era "o medo do medo". Esta maioria, às vezes, mete medo ao próprio medo.

SÓCRATES VISTO PELOS SEUS

João Gonçalves 2 Nov 06

"A pedagogia dos maus exemplos"

"Já aqui escrevi que o calcanhar de Aquiles do governo de José Sócrates é a sua displicência ética, realidade que está a romper pelas costuras da imagem construída para o disfarçar. Daí que exista na sociedade portuguesa um sentimento difuso de que algo não está bem, e, de facto, não está. Nunca foram tão notórios os sinais de riqueza em sectores da sociedade portuguesa, cujas práticas de enriquecimento indevido são conhecidas, mas fracamente combatidas, ao mesmo tempo que os custos da crise económica caiem essencialmente nos trabalhadores por conta de outrem. Como há um contraste chocante entre a agressividade governamental, dirigida principalmente a sectores profissionais, com ou sem razão, com a moleza com que é encarada a corrupção, a passividade perante os mais óbvios conflitos de interesses e a defesa inusitada de projectos e de decisões que deixam uma marca de enorme reserva nos observadores mais atentos e, porventura, mais sérios. Os jornais publicaram há dias que Américo Amorim, em dez meses, terá ganho na Galp quase 500 milhões de euros. Neste caso, como noutros, alguém se deve interrogar sobre qual foi a riqueza entretanto criada e qual a razão porque as participações accionistas de instituições públicas deram tais lucros e tão rapidamente a uma entidade privada. Para além da errada pedagogia do exemplo, pelo facto de Américo Amorim se ter tornado num herói nacional, logo modelo de comportamento para empresários e empresas.Também já aqui escrevi que José Sócrates deterá o recorde mundial entre os ambientalistas que mais contribuíram para a construção civil num determinado país. Referi então, como exemplo, os estádios de futebol, o programa Polis e vários projectos imobiliários conhecidos. Só que agora, como primeiro-ministro, generalizou o uso da fórmula do interesse nacional, para deixar passar os mais chocantes objectos da especulação imobiliária em zonas protegidas. Exemplos: o Alqueva e a redução da área de protecção da bacia hidrográfica; a enormidade dos investimentos a fazer na região da Comporta e na generalidade da costa alentejana; a localização da fábrica da empresa Ikea em área protegida, quando há um espaço industrial com as necessárias infra-estruturas a poucos quilómetros; a criação de onze, mais uma, plataformas logísticas, assim chamadas, ainda que ninguém se tenha dado ao trabalho de explicar porque carga de água necessita um pequeno país como Portugal de tantas destas plataformas. Para mais, essencialmente rodoviárias e não multimodais, quando o objectivo sustentável seria o de reduzir o transporte rodoviário a favor dos transportes marítimo e ferroviário. Trata-se, obviamente, de especulação imobiliária, que aproveita terrenos protegidos, logo sem valor comercial, para os transformar em terrenos de enorme valor. O caso mais paradigmático será o da empresa espanhola Albertis, a quem foi dada luz verde para construir uma plataforma logística à beira do Tejo, em Castanheira do Ribatejo, em zona de cheias, mas de grande valor para a especulação dos terrenos. A probabilidade é que, pouco a pouco, no local existirão mais hotéis e escritórios do que armazéns e fábricas. Pelo meio, os lucros serão enormes e, principalmente, a curto prazo, logo o interesse das construtoras e dos especuladores do costume. Moral da história: Portugal precisa de reformas profundas e isso não se poderá fazer sem grandes mudanças nos interesses estabelecidos e sem alguns sacrifícios. Todavia, essas mudanças só farão sentido e só terão condições de serem aceites pelos portugueses, se forem levadas a cabo com grande sentido ético e através da boa pedagogia do exemplo dos governantes e dos sectores mais favorecidos da sociedade. O que, infelizmente, está longe de acontecer sob a direcção do governo de José Sócrates."

Henrique Neto, in Diário de Leiria (sublinhados meus)

OUTRA VEZ OUTRA VEZ

João Gonçalves 2 Nov 06

1. " (...) Medo de perder o pouco que tenho, medo que o pouco que tenho não me chegue. Medo que se perceba que não tenho capacidade para fazer o que estou a fazer. Medo de ser avaliado com justiça. Medo de ser injustamente avaliado para cumprir qualquer quota, ou fazer qualquer poupança ou para que o "chefe" ajuste as suas contas. Cada ano ganho menos. Nunca fui a uma manifestação, não gosto dos comunistas, sempre fui PS (ou PSD), mas este ano vou. E se não vou à manifestação, porque não gosto dessas coisas, e tenho medo de me mostrar, faço greve. Com medo, mas faço. "Eles", os políticos, não sabem nada disto, nem querem saber, repete-se no Norte nos cafés, no Sul nas pastelarias e snack-bars. Se houvesse um coro como nas tragédias gregas, ele sussurraria avisos para os de cima como o dos Idos de Março, avisaria que cá por baixo os ânimos exaltam-se ou as pessoas se cansam. Pior do que a exaltação, é a resignação. Não vai ser fácil este Inverno. Já ninguém acredita em qualquer luz no fundo do túnel. Nem acredita, nem caminha para o fim do túnel. Tende a caminhar para o princípio, para trás, onde tem a falsa memória de que estava luz. Talvez na Primavera tudo melhore e sempre se podem fazer férias no Algarve outra vez. Corso, ricorso."

2. "(...) Não sei se é possível ganhar eleições falando verdade. Mas suponho que seja possível ganhá-las sem ao menos mentir em excesso. A mentira eleitoral estreou-se entre nós com Durão Barroso e ao que parece veio para ficar. Duvido que compense. A maior parte das dificuldades e apertos do Governo provém única e exclusivamente de na altura devida não ter dito pelo menos uma parte da verdade aos portugueses. Isso obriga-o agora a desdobrar-se em "explicações" que no fundo apenas se destinam a fazer engolir o que na campanha eleitoral nunca foi sugerido e muito menos anunciado. O caminho é por isso muito estreito, e este Governo vai precisar dramaticamente que o estado de graça se prolongue. Com tão curta margem de manobra, poucos mais percalços bastarão para lhe pôr cobro."

Nota: respectivamente (sublinhados meus), José Pacheco Pereira e Maria de Fátima Bonifácio, in Público

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