A hora de almoço também serve para conviver. Em poucas linhas, é o que pretendo fazer por causa dos delíquios
em torno da "mariquice". Em primeiro lugar, agradecer ao
Pedro Magalhães ter "comentado" a sondagem da Católica e de ter remetido para "outro" comentário. Os esclarecimentos que ali apresenta são cristalinos e não precisam de mais conversa. Depois,
aqui, um blogue onde escrevem amigos, pergunta-se parvamente se eu e o
Eduardo Pitta somos favoráveis "à subjugação da mulher" ou "à proibição de casamentos interraciais". Oh meus amores, está-se mesmo a ver que somos, não somos? Aliás, e falo só por mim, parece-me que já devo ter escrito umas cem vezes o que penso do casório seja lá entre quem for. Finalmente,
a Fernanda. Para além do Roth e do desprezo por certa hipocrisia judiciária e outras coisas que mais se irão descobrir, também temos em comum a opinião sobre o casório. Só que depois, ao zurzir na "bruxa da Areosa", como dizia o Mário Viegas, (Agustina que me releve a lembrança), a Fernanda diz isto:
"o problema, obviamente, é que para agustina um par de pessoas do mesmo sexo e um par de pessoas de sexo diferente não são a mesma coisa. não são da mesma natureza." Oh Fernanda, por mais voltas que eu dê à minha tresloucada mona, não consigo enxergar a "identidade" e, muito menos, a "igualdade" na coisa. Quem vive com pessoas do mesmo sexo, fá-lo exactamente por causa da respectiva natureza. Já pensou que não existe relação "mais viril" do que a que se consuma entre dois homens, tal como não há relação "mais feminina" do que a que se desenvolve entre duas mulheres? E que nenhuma das duas hipóteses é da mesma "natureza"? Por consequência, resta uma terceira hipótese que, por mais que doa, é a mais vulgar: quando estão em causa pessoas de sexo diferente. Qualquer destas três hipóteses, de diversa "natureza", merece tutela jurídica? Sem dúvida. Passar para as duas primeiras um instituto que foi concebido para a última, nem que seja a título folclórico? Não. Sabe porquê, Fernanda? Porque o legal e constitucional "princípio da igualdade" manda tratar o igual de forma igual e o diferente de forma diferente. E, não duvide, os "três pares" que lhe apresentei são todos diferentes na respectiva "natureza". Termino com palavras do
Pedro Magalhães em resposta a Miguel Vale de Almeida por causa da sondagem:
"A verdade é outra. Releio agora os resultados de um inquérito realizado em 1998 em parceria pelo ICS e pelo ISCTE, a instituição onde MVA trabalha, no âmbito do International Social Survey Programme. Questionados sobre as relações sexuais entre adultos do mesmo sexo (e, note-se, nem sequer se está a falar em "direitos"), 73% dizem que a sua mera existência "é sempre errada". MVA pode não gostar de viver num país onde as pessoas respondem desta maneira a estas perguntas. Agora, se o quiser mudar, fazer de conta que o país não é o que é, ou que tudo não passa de uma mera construção da Universidade Católica, não me parece bom ponto de partida." Já estou como o Gore Vidal: se o país seguisse os meus conselhos, era seguramente mais feliz. Como não segue, não vale a pena "fazer de conta que o país não é o que ele é".
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...