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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

UM CONSELHO

João Gonçalves 16 Out 06

Nunca tinha visto mais gordo o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, o engº José Agostinho Ribau Esteves. Parece-me, no entanto, que o dr. Marques Mendes faria bem em o ter mais perto de si.

ÀS CAVALITAS

João Gonçalves 16 Out 06

Com aquela mania de andar às cavalitas dos outros, um trejeito bem descrito por Durão Barroso num congresso do PSD em Tavira - mal sabia ele que as primeiras costas seriam as suas -, o CDS do dr. Castro prepara-se para votar favoravelmente o OE do PS, se "não sei quê" de absoluta irrelevância. Esta "síndrome do Tivoli" - que acompanha o dito CDS desde os tempos de um furtivo encontro do dr. Monteiro com o bonzinho Guterres justamente por causa de um orçamento e que teve um feliz desfecho, a seguir, com o senhor do "queijo limiano" - diz bem do estado miserável "desta" direita. O dr. Castro é um mau líder para "esta" direita e os seus putativos sucessores não lhe ficam atrás. À força de procurar tantas costas para se pendurar, o CDS/PP acabará um dia por perceber que não sabe andar sozinho. E o país também.

CABEÇAS DE FLORIBELA

João Gonçalves 16 Out 06

Não acompanho a posição da Fernanda Câncio sobre o aborto. Todavia, reconheço-lhe, nesta e em outras questões, um pensamento coerente, corajoso e autónomo. Nem sequer acho que seja uma questão de "causas" (uma expressão que me irrita). É uma questão de carácter, coisa rara num país de invertebrados. Por isso, considero inadmissível que o jornalista que a TVI - o único que vi - enviou ao CCB para "cobrir" um colóquio do PS, se tivesse referido à colega jornalista ( que foi uma das participantes) como a "namorada" do primeiro-ministro, como se ela não existisse senão por referência àquele. O dr. Albino Aroso, outra pessoa séria que também lá estava, é capaz de ser casado e ninguém se lembraria de falar na mulher. É tempo de as televisões reverem alguns dos seus jornalistas. Sobretudo aqueles que têm cabeça de Floribela.

OS TRABALHADORES E OS OUTROS

João Gonçalves 16 Out 06

O sr. Peres Metelo, na TVI, distinguiu "trabalhadores por conta de outrem" dos "funcionários públicos", como se estes trabalhassem por conta da Lua. E foi extremamente claro. Para os primeiros, melhorias no OE aprovadas pelo propagandista, perdão, comentador. Para os segundos, piorias no OE, igualmente apoiadas pelo mesmo comentador. O orçamento para 2007 suscita-me duas questões. A primeira, para que servem os famosos "controladores financeiros" que o governo espetou em todos os ministérios se não conseguem sugerir o óbvio, acabar com alguns deles, em vez de aprovarem 14 novas leis orgânicas para cada um, menos o da Defesa? A segunda, se o governo conta poupar 340 milhões de euros em todos os ministérios, à conta dos "outros", por que é que não tem balls para introduzir as SCUT's que lhe dariam uma receita entre os 700 e os 800 milhões? É que - não sei se os "trabalhadores por conta de outrem" sabem - mas os "outros" e respectivos pensionistas, também pagam impostos.

OS VOTINHOS

João Gonçalves 16 Out 06

O ministro da Saúde, aparentemente sem se rir, veio "sugerir" aos senhores doutores do SNS que apoiem a legalização do aborto, como se não houvesse nenhum problema com o referido SNS a não ser este. O senhor ministro, o mesmo que jurou que ia cumprir a lei em vigor ou, em alternativa, "pagar" - os impostos pagarem - abortos em clínicas privadas, é o mais recente evangelista da causa do "sim". Estou para ver qual vai ser a maravilhosa pergunta que o Parlamento vai aprovar para o referendo. É por esta gente, por estas coisas e por outras que, às vezes, há surpresas nos votinhos.

O ADEMANE DISPENSÁVEL

João Gonçalves 16 Out 06


Em pleno PREC ou logo a seguir, já não me lembro, fui assistir a uma peça da Comuna, na antiga fábrica de cervejas na Almirante Reis. Acabada a peça, foi anunciada uma passeata - que não acompanhei - até à Praça de Espanha para se "ocupar" um palacete o qual, até hoje, é a sede do Teatro da Comuna. Muito bem. Hoje de manhã, no carro, apercebi-me que uns "artistas" do Porto se tinham "barricado" no Rivoli em protesto contra a "privatização" do mesmo por parte da Câmara Municipal. Pelo Eduardo Pitta, toma-se conhecimento que a sra. ministra da Cultura - que mal pode ou sabe gerir a sua casa e, eventualmente, nostálgica de outros tempos políticos seus - "está disposta a mediar o diferendo que opõe a Câmara do Porto aos manifestantes barricados (desde ontem) no Teatro Rivoli." Que Isabel Pires de Lima, que é do Porto, não goste de Rui Rio, é uma coisa. Que lhe passe pela cabeça meter-se numa matéria que não compete ao Estado decidir, é outra. E que lhe apeteça ser solidária com manifestações folclóricas, outra ainda. Todas juntas, as três coisas redundam numa só, sintetizada com manifesta felicidade pelo Eduardo:
"Em nome da decência, o Estado devia prescindir de certos ademanes. No momento em que o Estado se prepara para accionar os mecanismos de mobilidade do funcionalismo público, bem como para introduzir taxas moderadoras no internamento hospitalar, duas medidas infelizmente necessárias, o ministério da Cultura é um ademane absolutamente dispensável."

O "MAR DA LÍNGUA"

João Gonçalves 16 Out 06


O ano orçamental que se avizinha vai ser fatal para a "cultura", leia-se ministério e adjacências. Sem perder tempo, o director do São Carlos já disse que, pelo menos 20% da programação anunciada com a benção dos dois tutores políticos do ministério, não poderá ser cumprida já que os "custos de funcionamento" são fixos e - julgam ele e o ministério - inamovíveis. Ricardo Pais, entregue à volúpia da sua "autonomia financeira", ainda não piou. Até o soba Mega Ferreira foi forçado a "cortar" na sua programação. Os restantes organismos, a começar pelo Dona Maria, lá vão vivendo a sua mentirazinha devidamente institucionalizada pela tutela. Lá para Março ou Abril, se Deus quiser, andarão todos a bater à porta da profª Pires de Lima e do seu ajudante a reclamar mais euros. Por outro lado, consta que esta semana será conhecido o nome do director executivo-artístico da "colecção Berardo", o único acto "cultural" e financeiro perpetrado pelo governo com a conivência do PR e que constituiu uma submissão declarada do Estado aos legítimos propósitos "artísticos" do senhor comendador e a anulação do CCB enquanto tal. Supostamente, portanto, quem não tem dinheiro, não tem vícios. Só que, no meio desta grande ilusão que é a "cultura", a senhora ministra decidiu criar um "museu do mar da língua" - o tipo que se lembrou deste nome devia ser imediatamente condecorado - e, para o efeito, gastar 2.5 milhões dos euros que não tem na recuperação do "barracão onde há sessenta anos funcionou o Museu de Arte Popular, em Belém". Segundo fonte credível - se é que existe alguma credibilidade nisto - , "o novo museu pretende ser "um centro de interpretação das navegações, que junte a língua portuguesa e os Descobrimentos". Palavra de honra. De facto, não sei como é que o país conseguiu sobreviver até hoje sem uma coisa destas, digna de um Carlos Pinto Coelho, de uma Bárbara Guimarães ou de um Hermano Saraiva em permanente fim de carreira. Como é que a profª Pires de Lima - que não consegue convencer ninguém com a escolha "neo-realista" que fez para o Teatro Nacional - se foi lembrar de tão transcendente obra que seguramente servirá para apascentar a matilha habitual que se arrasta nestas inutilidades quase desde a tomada de Ceuta em 1415 ou, pelo menos, desde os gloriosos tempos da famosa "comissão dos descobrimentos" dos idos de 90? Tudo isto é ridículo e trágico. E só me dá mais motivos para pedir, uma vez mais, a extinção do ministério da Cultura ou, na impossiblidade de isso acontecer, de o afogar no sublime "mar da língua".

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