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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU
A rapaziada oficiosa que apareceu no programa da RTP, "Os Grandes Portugueses", apresentado pela sra. D. Maria Elisa, e que discorreu sobre o "seu" melhor português, era previsível. Dos que foram "apanhados" na rua, nem vale a pena falar. Até Bárbara Guimarães e Mourinho surgiram como "grandes". Percebe-se que o primeiro programa foi gravado antes da pequena polémica em torno do Estado Novo. Descontando uma jovem, estudante de direito, que ousou mencionar Marcello Caetano, o mais próximo "daquele-cujo-nome-não-se-pode-dizer" que se arranjou (participante no "28 de Maio", chefe da delegação militar em Washington e director-geral da aeronáutica) foi esse "herói" tardio da oposição chamado Humberto Delgado. O concurso, à altura do regime e dos tempos, promete. É de esperar o pior.

O NOVO OÁSIS

João Gonçalves 15 Out 06

O senhor engenheiro, o mesmo que disse ao Expresso que "o pior ainda está para vir", vê agora, com "óculos de perto", um novo oásis. Influências do dr. Pinho que, entre sexta e sábado, "acabou com a crise"?

PERGUNTA

João Gonçalves 15 Out 06

O que será feito de Ramin Jahanbegloo?

ESCLARECIMENTO

João Gonçalves 15 Out 06

Fernanda, nunca afirmei que Salazar era "péssimo" e "parolo". Disse e repito que "a diferença entre Salazar e as hodiernas "elites" é que, sendo todos manhosos, a manha de Salazar não lhe "puxava" para a trafulhice e para a cupidez insaciável, própria de desbragados e de deslumbrados sem eira nem beira. Prendia, censurava, batia, exilava, todavia conseguia ser menos provinciano - apesar das origens humildes e das galinhas nos jardins de São Bento - do que estas "elites" paridas à pressa a partir do nada." Entendidos?

Adenda: E já agora, Fernanda, permita-me que lhe recomende a leitura deste post do seu colega Pedro Correia. Ou de como o pior do dr. Salazar anda para aí colado ao mais eminente democrata. De facto, a mim, que sou um leitor atento de Miguel Sousa Tavares, bastou-me as primeiras linhas para parar. Até os mais lúcidos e independentes não resistem à vulgata do respeitinho "democrático" imposto pelo actual governo à sombra da famosa "coragem" cujo resultado final ainda está por apurar.

"O MESTRE DAS ESCARAMUÇAS"

João Gonçalves 15 Out 06

(...) O problema é que chegou a vez dos grandes números: mães e pais, idosos, professores, doentes, pensionistas e funcionários públicos, somados, fazem muita gente. José Sócrates vê-se agora obrigado, não mais a seleccionar alvos de estimação, mas pura e simplesmente a olhar de frente para toda a população. Até agora, temos estado perante uma estratégia consolidada e deliberada. A autoridade do primeiro-ministro sobre os seus ministros é indiscutível, como talvez não se tenha visto em Portugal há várias décadas. A organização da propaganda e das relações públicas, servida por centenas de profissionais, tem-se revelado impecável. A nomeação de inimigos, privilegiados e culpados, tem seguido um método eficaz. É o género de pessoa que, de manhã, quando se levanta, deve perguntar-se: "Com quem é que me vou meter hoje?". O seu método da acção tem destroçado os adversários políticos: inunda o país de medidas, semeia escaramuças em todas as esquinas e reserva sempre a iniciativa para si. Concede a despenalização do aborto ao Partido Socialista, mas não lhe dará absolutamente mais nada. Vai oferecer o que pode à Igreja Católica, na educação, na segurança social e no património, para compensar a interrupção voluntária da gravidez. A alguns socialistas mais fiéis vai dar uma regionalização, que prepara sub-repticiamente, com o que espera compensar os mortos e feridos das finanças locais. Procura a empatia e a colaboração do Presidente Cavaco Silva, mas sabe o perigo que corre: este, quando lhe disser "não", terá tanto mais autoridade quanto lhe terá repetidamente dito "sim". (...) Quando monologa, José Sócrates é um homem doce e de aparência convincente. Se contrariado, revela uma rispidez ácida e uma pulsão vingativa surpreendentes. No Parlamento, atinge facilmente um grau de cólera pouco adequada a quem tem ainda de correr um longo caminho, a quem sabe que o mais difícil está para vir. O Mestre das Escaramuças especializou-se em raides súbitos. Não parece preparado para as grandes batalhas. Mas esperemos. Dentro de pouco mais de um ano, com novas eleições à vista, veremos se até o efémero e a superficialidade são ou não sacrificados à demagogia. Como já aconteceu antes. Tantas vezes!"

António Barreto, in Público (sem link)

UMA ESTÁTUA PARA HERODES

João Gonçalves 15 Out 06


A "Lolita" do Blogame Mucho - que não me parece fazer jus à homónima de Nabokov - ficou aparentemente incomodada pela minha crítica à pedo-pedagogia criminal que passa a punir aqueles - pais incluídos - que apliquem "castigos corporais" aos respectivos rebentos (não está lá escrito, mas uma interpretação autêntica da futura lei não permite outra conclusão). Se a "Lolita" experimentar frequentar um "Kindergarten", verificará que, salvo honrosas excepções, as crianças são "ocupadas" com frivolidades e brincadeiras destinadas fundamentalmente a que não as maçem. Quando chegam a casa, os pais, cansados e sem pachorra para as ditas criancinhas, babujam ainda mais frivolidades para cima delas e deixam-nas, por assim dizer, "à vontade". Imaginam, pelo preço chorudo que pagam ao infantário ou à escola, que os rebentos estão a receber uma "educação". Não estão. Como não estão - nem na escola, nem em casa - acabam a fazer aquelas figuras tristes a que somos forçados a assistir, tantas vezes, em lugares públicos. Como vê, sou sensível ao argumento do "mau pai", mais conhecido pelo "tal pai, tal filho". Já agora, permita-me que lhe recomende, da Natália Correia, "Uma Estátua para Herodes". Lá para o final encontra um capítulo intitulado "Os provérbios de Herodes", uma espécie de aforismos, dos quais retiro os seguintes:
"Louvemos os maus filhos. Eles dão aos pais a oportunidade de saberem até que ponto são idiotas. O pai esconde os defeitos do filho porque é no filho que o pai esconde os seus defeitos."

NOÇÃO DO RIDÍCULO

João Gonçalves 15 Out 06

No Don Carlo, de Verdi, há uma cena entre o "grande inquisidor" e o rei Filipe em que é abordada a heresia flamenga dentro do "império onde o sol nunca se punha". O rei "desconversa", apesar da sua pusilanimidade, e o "grande inquisidor" sai de cena perguntando: "o que é que eu estou aqui a fazer?". Ocorreu-me isto por causa dos seis cêntimos de aumento do subsídio de refeição que o governo, pela voz do dr. João Figueiredo, propôs aos sindicatos da função pública que, pelos vistos, não têm vergonha na cara. Como é que que eles ainda "negoceiam" com uma pessoa que não tem a noção do ridículo?

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