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portugal dos pequeninos

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João Gonçalves 13 Out 06

O Jorge Ferreira, numa "dupla". "Ética Republicana" - "Ouvi Jorge Sampaio, ex-dirigente do MES, ex-anti-fascista, ex-secretário-geral do PS e ex-Presidente da República ( coisa para mim bem mais séria), dizer simplesmente isto, numa entrevista a Maria Flôr Pedroso: "O Presidente da República é insindicável", a propósito de uma sua eventual presença a depôr na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Envelope 9. Pois não é, não senhor. Numa democracia nem o Presidente da República é insindicável, pela simples razão de que ninguém está acima da lei." - e "O Dr. Pinho" - "Perguntado nos alvores da campanha sobre o que sabia de Aveiro, Pinho não hesitou em dizer que se lembrava de ver morrer uma criança ao tentar atravessar a linha do comboio em Espinho. A debates não foi, tal como o deputado fantasma do CDS, então candidato Portas (gente arrogante, perdão, importante, é assim mesmo). Campanha não fez. Fizeram-na os escravos do aparelho que nos salões deve execrar chiquerrimamente. Ideias não tinha porque não precisava, visto que estava ali para ser ministro, o que veio a conseguir graças a Sócrates. Não tarda é condecorado."

NOUTRO LADO

João Gonçalves 13 Out 06


Uma caridosa jornalista, afirma na SIC Notícias - a propósito do dito "a crise acabou" - que desconhece os números que o ministro Pinho tem na cabeça. Na cabeça, Helena Garrido? Qual cabeça? Manuel Pinho é daqueles ministros que "está" e que não "é". E, estar por estar, mais vale estar noutro lado.

AS MAIORIAS SILENCIOSAS

João Gonçalves 13 Out 06


Por razões profissionais, encontrava-me ontem em pleno epicentro da manifestação dos 70, 80 ou tal mil. Só ouvia o barulho e nem sequer fui à janela espreitar. Às tantas alguém veio dizer-me que a "cabeça" da manifestação já seguia pela Rua Braamcamp enquanto os mais atrasados ainda berravam pelos arrabaldes da Rua Augusta e da Praça do Comércio. Com ou sem as camionetas - essas, sim, havia em barda que eu vi, quando regressava a casa -, já que nunca assisti a nenhuma que não comportasse camionetas, a "manif" foi imponente. É claro que nenhum governo - salvo o famoso "quinto" do General Vasco Gonçalves em 75 - caiu por causa da rua. Depois de 76, todos os que caíram, caíram no sítio certo, em Belém e no Parlamento, com as miseráveis excepções dos fugitivos Guterres e Barroso. Eduardo Pitta, num acesso "socrático", dá mais importância à "maioria silenciosa" que viu passar os fandangos com indiferença soberana, do que aos "profissionais" das "manifs" a toque de caixa do PC. Não é por nada, porém tendo a concordar mais com a leitura que José Medeiros Ferreira faz da "maioria silenciosa", já que andou "pelo terreno", um pouco como eu à distância: "O que me impressionou mais foi a enorme paciência de todos perante o contra-tempo. Nem uma vez ouvi a célebre expressão "Vão trabalhar". Alguma coisa anda a fermentar..."

ASSEPSIA

João Gonçalves 13 Out 06


Rui Pereira, o guru do governo para a reforma penal, introduziu uma norma que pune quem der uma bofetada em crianças, seja em casa ou na escola. Não o faz directamente, mas, ao proibir "castigos corporais", a nova legislação leva a psicose criancista à inverosímil consequência de um pai ou de uma mãe não poderem dar uma legítima e oportuna chapada no filho mal educado e parvo. Já imagino os moralistas, de dedo espetado nos restaurantes, a acusar os progenitores que tentam educar os rebentos a comportarem-se com um módico de decência em lugares públicos. Não há pachorra para esta assepsia pseudo-pedagógica e "democrática".

UM MISTÉRIO

João Gonçalves 13 Out 06

Manuel Pinho, numa das suas - felizmente - raras descidas à Terra, inventou hoje em Aveiro que a crise económica tinha acabado. De acordo com Pinho, é só uma questão de tempo para "isto" começar a crescer. Desconheço que economia vagueia na cabeça do ministro. A própria cabeça do ministro é , para mim, um mistério.

MENOS UM

João Gonçalves 13 Out 06

De acordo com o Diário de Notícias, Augusto M. Seabra deixou o Público no âmbito da "reestruturação" em curso no jornal do grupo SONAE. Não sei se é porque ele quer ou se porque alguém o deseja. Augusto é polémico e não será certamente do agrado de muita nomenclatura "político-cultural" que por aí pulula: como acentuava significativamente EPC, num outro dia, AMS "sofreria" da nostalgia de uma obra que nunca chegou a escrever. Nem sempre, nem nunca estou de acordo com ele. Prefiro-o, de longe, aos epígonos do regime e aos aprendizes de feiticeiro que começam a tornar os jornais portugueses lugares infrequentáveis. Se quiseres, Augusto, e valendo isto o que vale, tens aqui uma porta aberta.

"A DOÇURA DE UM VIVER TRANQUILO"

João Gonçalves 13 Out 06


Foi preciso o "pai da blogosfera" perguntar e responder acerca de "por que razão a democracia tem medo de Salazar? (Público de 12 de Outubro, sem link) para se pensar minimamente no assunto. Isto por causa da tal coisa dos "Grandes Portugueses" que a RTP e a Sra. D. Maria Elisa vão promover, na qual, inicialmente, o nome do antigo presidente do conselho estava banido. Salazar foi tão notável - como escreveu António José Saraiva - que "passou" para o actual regime muito da sua "herança espiritual". O receio da independência, a ausência do confronto, o terror da polémica, a obsessão "sistémica", o aprumo autoritário, o conformismo embezerrado, a facada nas costas, o horror do "outro", etc., etc, estão tanto ou mais vivos hoje do que no ano de 1970 em que Salazar morreu. E é assim porque a democracia "espalhou" estas deficiências de carácter pela rua. Não é por acaso que Mário Cesariny - insuspeitíssimo - na recente entrevista ao Sol, "explicou" a quem soube perceber que este regime liquidou alguma da expontaneidade e da imaginação que a ditadura forçava a desenvolver clandestina ou descaradamente. O "respeitinho" democrático, num certo sentido, é bem pior do que o "a bem da nação" de Salazar. No Estado, por exemplo, o dito "respeitinho" mandou que nos ofícios se substituísse esta expressão pela inócua "com os melhores cumprimentos", como se fossemos todos primos e primas. Nos casos mais doentios e hipócritas, costuma acrescentar-se "pessoais", à mão. A diferença entre Salazar e as hodiernas "elites" é que, sendo todos manhosos, a manha de Salazar não lhe "puxava" para a trafulhice e para a cupidez insaciável, própria de desbragados e de deslumbrados sem eira nem beira. Prendia, censurava, batia, exilava, todavia conseguia ser menos provinciano - apesar das origens humildes e das galinhas nos jardins de São Bento - do que estas "elites" paridas à pressa a partir do nada. Salazar, a propósito do país, disse a Christine Garnier que era preciso preservar a "doçura de um viver tranquilo". Não é isso, por outras palavras, aquilo que a "esquerda moderna" nos promete? Um "viver tranquilo"...?

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