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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

UMA CIVILIZAÇÃO

João Gonçalves 10 Out 06


Vim de lá agora. E tinha lido o livro de que fala Henrique Raposo. Quando se percorre as grandes e as pequenas ruas de Roma, percebe-se em quase todas as esquinas o que "substituiu" verdadeiramente a civilização romana. Tem em cima, à entrada, o símbolo papal. São igrejas, dezenas delas espalhadas pela cidade. Tinha razão o Papa, outro dia, quando disse que "éramos fortes". Ao ouvi-lo no domingo, na Praça de São Pedro, ocorreu-me que a "natureza de Deus" - de que tanto se falou, e mal, a propósito da lição de Ratisbona - espreita a cada canto da Roma grandiosa e desaparecida, por detrás do produto poderoso da razão humana destinado a perpetuar um destino e um desígnio fabulosos. Está tudo impregnado nas paredes, nos altares, nas colunas, nos tectos, nos "frescos", nas telas, nos túmulos. Está lá tudo e estamos lá nós. Quem ainda não entendeu isto, meta explicador.

OU SEJA...

João Gonçalves 10 Out 06

Conjugando isto com isto - já que eu não estava cá -, é forçoso concluir que não estamos propriamente a lidar com "anjinhos": "moldar o sector, escolher provedores e "reguladores", definir direcções, nomear directores, demitir responsáveis, ou seja, mandar na comunicação social."

EMPORIO

João Gonçalves 10 Out 06


Até à data, o deputado Manuel Alegre ainda não conseguiu perceber o que lhe aconteceu nas presidenciais. Como se isso não bastasse, e em consequência desta ignorância, decidiu - ele e mais uns quantos "idealistas" irrelevantes - criar mais um "movimento cívico", uma coisa que estava a fazer manifesta falta ao país. Alheio a estas bizarrias, o senhor engenheiro prossegue a "campanha" pelo cargo a que só ele concorre, o de secretário-geral do PS, "explicando" aos militantes o inexplicável: a liquidação sumária do partido tal como eles sempre o conheceram. Para o senhor engenheiro, o partido deve obedecer ao credo da "esquerda moderna", um neologismo que quer dizer tudo e não quer dizer nada. Da "moção", pouco se sabe e, também, não é preciso que se saiba. O congresso, como lhe compete, será albanês, mas "moderno". A Sócrates - julga ele - basta-lhe exibir a sua gravitas onde quer que apareça e, com esse gesto frívolo, fica criada uma imagem eficaz de uma política "armanizada", agradável à "direita", uma meretriz sem rei nem roque que aprecia o "estilo" e a referida gravitas. Este "estilo" vai dando até ao dia em que bater na parede. Um dia lá chegaremos. Como afirmou Durão Barroso, num momento de rara felicidade, só não sei é quando.

OS "GRANDES"

João Gonçalves 10 Out 06


Pelo Tomás Vasques, com quem, entre outras coisas, partilho o gosto pela mais bela ilha do Caribe, Cuba - a propósito, leia-se dele "O General de todas as Estrelas foi-se Embora sem Ter Bebido um Trago de Havana Club", das Edições ASA -, fico a saber que a RTP, vulgo serviço público de televisão, vai promover um concurso idiota chamado "Os Grandes Portugueses". A "lista das sugestões" mistura gente que não se devia misturar e exclui outros que devia incluir. Por exemplo: Durão Barroso e António Guterres são portugueses "maiores" do que Carlos Mota Pinto, Vasco da Gama Fernandes ou Brederode dos Santos? Eduardo Lourenço, Ruben A. e António José Saraiva, três "estrangeirados", valem menos do que Saramago, Agustina ou Agostinho da Silva? Herberto Helder é poeta "maior" do que Joaquim Manuel Magalhães ou Ruy Belo? Paula Rego é "melhor" do que Noronha da Costa? Afonso Costa é "maior" do que Carmona, Gomes da Costa ou Sidónio? Oliveira Martins, Antero ou António Ferro nunca existiram? Vejam lá isso.

A GUARDA

João Gonçalves 10 Out 06


O governo, através do MAI, pediu - e pagou, naturalmente - a uma "consultora" um estudo reorganizativo da GNR que, a ser levado à prática, acaba com ela tal como a conhecemos. A GNR tem uma "tradição" que este "estudo" obviamente não respeita. Todavia não é por aí que isto é criticável. Eu iria mais longe e fundia as duas forças policiais ou, pelo menos, acabava com a "natureza militar" da Guarda e reforçava a componente policial, a preventiva e a repressiva. A GNR possui uma estrutura de comando obsoleta e inadequada aos dias que correm. É dirigida por oficiais-generais oriundos da tropa - e ninguém respeita mais a tropa do que eu -, mas não tenho a certeza que deva ser assim. Durante dez anos, a Inspecção-Geral da Administração Interna propôs a sucessivos governos e ministros "Costas" várias alterações ao funcionamento da Guarda, sem nunca ter precisado de consultoras externas para nada. Lá se conseguiu um "estatuto disciplinar" específico e pouco mais. António Costa nunca simpatizou muito com a IGAI, vá-se lá saber porquê. Agora mandou-a a correr para o Porto por causa de umas perseguições que correram mal. E dizer para os jornais que, na dúvida, o melhor é "deixá-los fugir" (aos delinquentes), como sugeriu o actual inspector-geral, também não ajuda nada. Os órgãos de controlo da administração pública têm uma missão pedagógica que não deve ser subestimada. Não devem servir só para apagar fogos quando os interessa apagar.

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