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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

VALEU A PENA?

João Gonçalves 4 Out 06


No Panteão Nacional, reuniu-se o regime e mais dois ou três excêntricos para celebrarem os 100 anos do ex-Director-Geral de Aviação do dr. Salazar. Nunca me impressionei muito com a "história" de Humberto Delgado, a não ser num detalhe importante. Tinha uma enorme coragem física o que, para uma nação de cobardes, é obra. De resto, desde Salazar à "oposição", todos se serviram dele. O seu desassombro, num país em que o respeitinho mandava por igual no "sistema" e na "oposição", impressionava. Era um mitómano e um visionário que ambos abandonaram à sua sorte depois do "feito" de 58. Não merecia morrer da forma miserável, sórdida e solitária como morreu. Na sua altivez alucinada, sonhou com qualquer coisa de diferente para uma nação que o não entendia e que ele nunca compreendeu. Por esse "sonho", perdeu o seu tempo e, no final, a vida. Valeu a pena?

NO PASA NADA

João Gonçalves 4 Out 06

A parolice nacional não tem limites. Os telejornais generalistas abrem simultaneamente com um tarado qualquer que se enfiou numa dependência bancária. Tem - imagine-se - quatro reféns e os jornalistas no local esforçam-se por ser mais "psicólogos" e especialistas em "negociações" do que o vizinho do lado. Querem tiros, sangue, perseguições e notas a voar, mas, em Portugal, os assaltos são tão pirosos como os assaltantes. O máximo que se consegue é o "binómio homem-cão". No pasa nada.
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AMANTE, DISSE ELE

João Gonçalves 4 Out 06


Ela ter tido um amante é uma enorme vulgaridade. O que é que o João tem contra os amantes a as amantes dos outros e das outras? Um mundo sem amantes, ou seja, só com maridos, mulheres e casais same sexers fidelíssimos, era uma enorme chatice. É por isso que ele não existe.

CARTA ABERTA A DUAS MINISTRAS

João Gonçalves 4 Out 06

Senhoras Professoras Doutoras,

Os meus amigos Jorge Ferreira e João Villalobos, modestos amantes de livros como eu, lembraram respeitosamente que decorreu um ano sobre o anúncio do Plano Nacional de Leitura, para cuja "divulgação" foram convidados diversos mamíferos da nomenclatura "intelectual" do regime (perdoe-se o oxímoro). Sabem porventura V.Exas. se o país lê mais e melhor do que há um ano? E sabem igualmente qual foi o contributo concreto de cada um desses ornamentos que V. Exas. convidaram para, por exemplo, desenvolver os hábitos de leitura em Santa Maria da Feira ou na Gafanha da Nazaré? Os "escritores", esses sim, "cresceram". Basta passar as vistas pelos escaparates da "literatura portuguesa" para a gente se rir. E as crianças, senhoras Professoras Doutoras, as crianças, como escrevia o Gil num poema medíocre? Que lhes trouxe o Plano Nacional de Leitura? Mais literacia ou mais - vem aí um dos maiores jargões da especialidade das senhoras Professoras Doutoras - "competências literárias"? Penso nas crianças do básico às universidades, passando pelos mestrados e pelos excelentíssimos colegas das senhoras Professoras Doutoras (veja-se o caso do prof. dr. Frederico Lourenço que tem a cabeça de um caloiro de Oxford, de bibe, em 1939). V. Exas., mais tarde ou mais cedo, terão de avaliar este Plano, ornamentos incluídos, e explicar ao país, com o mesmo espalhafato com que o apresentaram, no que é que ele deu. Como diria o dr. Jorge Sampaio, é tudo uma questão de accountability.

Cumprimentos do,

João Gonçalves
Um recado para os diversos que se levam a sério e para campeões sexuais (os do lado bom, naturalmente, como dizia o Gore Vidal), que é outra modalidade dos que se levam a sério :

"A vida está cheia de coisas importantes para fazer. Por exemplo, também era muito importante desflorar a minha prima Josefina, que neste momento está nos sessenta e três anos e nunca conheceu nenhum homem em sentido bíblico, e ninguém está disponível para tal tarefa. O que prova que a economia e a política estão sempre ligados, mas isso, penso, só será novidade para os poetas. (Sublinho poetas, o que exclui liminarmente qualquer outro tipo de artistas)."

Tomás Vasques, in Hoje há Conquilhas

SAIR POR CIMA

João Gonçalves 4 Out 06

Está na moda - sem a "classe" do canalizador da gravura que antecede - "bater" na função pública. Até o dr. Portas, ao que parece, com aquele ar de escândalo e de gravidade que ele coloca em tudo o que diz. Pelos vistos, quando mandou, não cuidou suficientemente bem da sua "tropa", como se tem visto por desenvolvimentos recentes. Mas isso agora não interessa nada, não é verdade? Para não ser faccioso, lembro que até o dr. Cavaco proferiu aquela frase "histórica" do "tem de se esperar que morram". Felizmente ele ainda não morreu e pôde ser, depois de professor universitário público, Chefe de Estado. É, pois, esta uma longa "escola" de "moralistas" que tem agora o seu provisório epílogo no dr. João Figueiredo - outro excelente servidor público de carreira - a quem compete directamente enterrar um pouco mais a administração pública que pastoreia, apenas com o vão propósito de poupar uns tostões. Fá-lo sem uma direcção. Teve a infelicidade de se ir meter com "académicos" que, do alto da sua estratosférica cátedra, imaginam poder construir um país a partir do zero. Não constroem nada porque não sabem nada a não ser o que decoraram nas sebentas. Já escrevi e repito - e o Eduardo Pitta dá uma ajuda enxuta com este texto - que há múltiplas "funções públicas" dentro da "função pública". E que algumas dessas "funções" que são públicas, podiam não o ser. Digo "podiam" porque não tenho a veleidade - como os "académicos", os"moralistas", os "analistas" e os "empresários" - de me comparar com o norte da Europa ou, sequer, com a Inglaterra ou a Espanha, coisa que eles fazem todos os dias sem se rirem. Prefiro Marrocos e saio por cima.

CANALIZADORES E AGUADEIROS

João Gonçalves 4 Out 06


De acordo com os nossos pasquins, o sr. Prodi, o "songa-monga" que é chefe do governo italiano, colocou na proposta de orçamento para 2007 uma redução, na ordem dos 30%, nos vencimentos de todos os membros do governo, a começar por o dele. Como não sou populista e julgo que a actividade política deve ser bem paga para evitar os habituais e deprimentes espectáculos de corrupção, não me parece que a medida possa aplicar-se com a miséria reinante. Todavia, gostaria de ver o actual governo, liderado por um cavalheiro que se "inspirou" em Bernstein (não o da música, que ele não deve saber quem é, mas o outro, o "social-democrata"), não ser tão prestimoso em espremer tudo e todos à toa. Ainda hoje, por exemplo, fui pagar o IRS da minha mãe - que é pensionista de apenas três dígitos - e a coisa ficou por mais de dois terços do que ela recebe mensalmente. O tirocínio fiscal aos pensionistas - a estes, não àqueles dos quatro e cinco chorudos dígitos - foi uma manifesta infelicidade socialista. O governo está a "apertar" todas as torneiras para o óbvio. Depois da "presidência" da União Europeia, vai ter de escolher entre continuar a fazer de canalizador - trapalhão e não sofisticado como o polaco - ou de aguadeiro. Para já, o governo tenta impressionar o país com a sua luta "titânica" contra as "corporações": a função pública (de que é chefe supremo), as câmaras municipais, as regiões autónomas (selectivamente, ou seja, só o dr. Jardim - este PS "jurou" para si próprio que há-de acabar com o dr. Jardim, custe o que custar, ou ainda perceberam isso?), os tribunais, os médicos, os doentes, as universidades, os liceus, em suma, o país. Os "privados", tirando os bancos, o engº Belmiro - que já conheceu melhores dias - pouco contam. Mirrados, dependentes do Estado, aguardam pelas migalhas que o irrelevante dr. Manuel Pinho diz ter na algibeira. Estamos - oxalá eu me engane - a viver uma mentira colectiva, apascentada pela "liderança", pela "popularidade" e pela propaganda. Não me perguntem como nem porquê, mas isto não vai acabar bem.

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