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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

CULPA DELE?

João Gonçalves 22 Set 06

Antes de recolher ao jazigo de família - a PGR - o dr. Souto Moura revelou ao país o resultado do inquérito ao chamado "envelope 9". Deu numa acusação a dois jornalistas. Quanto às "fontes", nada. Antes que a patrulha de serviço comece a enterrar ainda mais o pobre dr. Moura, convém aclarar duas ou três coisas. Alguém verdadeiramente esperava mais deste inquérito? Com certeza que não. Alguém acredita verdadeiramente no processo onde estava integrado o "envelope 9"? Duvido. Em permanente "duelo", a investigação criminal e a investigação jornalística encarregaram-se de destruir metodicamente qualquer possibilidade de se estabelecer "a verdade", se é que existe alguma naquele malfadado processo. Atacar o elo mais fraco e mais fácil - os mensageiros - corresponde a encerrar da forma mais medíocre possível um mandato profundamente indigente e mal explicado. Culpa do dr. Moura? Não. Culpa de quem o nomeou e de quem o manteve.

O HÍBRIDO

João Gonçalves 22 Set 06

Há seis anos, se não me engano, não houve parolo nenhum que não agarrasse numa bicicleta, numas alpercatas ou, sem nunca ter andado neles, recorresse aos transportes públicos para celebrar o "dia sem carros". Era o tempo em que reinava, directamente dos céus, o bonzinho Guterres. Sampaio, se a memória me não falha, andou a pé e de eléctrico. O país estremeceu, por um dia, de beatitude. Em suma, foram todos bem mandados e politicamente correctos. Eu, felizmente, estava em Marrocos e o folclore foi-me narrado ao telefone. Hoje tudo foi diferente. Acordei ao som de buzinas histéricas, andei em filas de automóveis e assisti aos habituais atrofiamentos. E, obviamente, não larguei o meu carro. A novidade veio do secretário de Estado do Ambiente, o Humberto Rosa que, nos tempos do D. Pedro V, jamais faria supôr onde ia acabar. Andou num "híbrido" e pôs o motorista a explicar o funcionamento da máquina que mandou comprar. Ao menos não foi hipócrita, nem híbrido, apesar do carro.

POIS

João Gonçalves 22 Set 06


À minha frente, no "serviço público" de televisão, passam imagens da inauguração de um "centro de estágio" do Benfica. O sr. Vieira, cuja dificuldade em balbuciar uma frase minimamente articulada inspira piedade, "recandidatou-se" à presidência do clube e o evento teve foros de acontecimento nacional, com direito a uma "grande entrevista" pela sra. D. Judite de Sousa. Não admira. Na inauguração do referido "centro" estava parte do regime, já que o regime costuma confundir-se com os clubes de futebol e os clubes de futebol com o regime. Até o saudável outsider Medeiros Ferreira se deixou tentar. Do sr. Vara, da administração da CGD, ao dr. Bagão Félix, não deve ter faltado ninguém. Dantes, era o vinho tinto que alegadamente dava de comer a não sei quantos portugueses. Agora é a bola, a vermelha ou de outra cor qualquer. Qual é mesmo a nossa última "referência"? A Finlândia? A Noruega? Pois.

LOJA DE CONVENIÊNCIA

João Gonçalves 22 Set 06

Graças à realidade, à fria realidade que nem sempre se conhece, o ministério da Cultura vai, felizmente, deixando de fazer sentido. "O MF já tinha dito que os orçamentos ministeriais de funcionamento para 2007 teriam um corte de cerca de cinco por cento. O da Cultura pode sofrer um corte global maior se houver ainda diminuição de verbas do PIDDAC - ontem, o Diário de Notícias avançava que o corte global no orçamento da Cultura seria de sete por cento, mas o ministério não quis comentar a notícia." Escreve-se assim no Público. E, se virmos bem as coisas, há algum sentido nisto. Afinal, no ano corrente, o MC só serviu como "loja de conveniência" para o comendador Berardo. Para fazer de "caixa", já existe outro ministério. Isabel Pires de Lima podia perfeitamente voltar ao seu Eça. Anda, aliás, a fazer-lhe alguma falta.

POLÉMICAS E IDEIAS

João Gonçalves 22 Set 06

Talvez não fizesse mal aos pategos que andaram com o dr. Carrapatoso ao colo, a leitura deste calhamaço que reúne textos de António José Saraiva. E, se o conseguirem, tentarem perceber por que é que ele, no brilhante desalinho do seu pensamento, é um "moderno". Sobretudo ficava bem à miudagem dos jornais, das rádios e das televisões- à parte que é alfabetizada - procurar entender o país sobre o qual palreiam alarvemente todos os dias. Vendia-se nas FNAC's, em saldo, a 11 euros, ao lado do "best-seller" da pobre da Fátima Lopes de quem, felizmente, ninguém se lembrará daqui a uns anos. O volume é pesado. As polémicas e as ideias, como lhes competem, também.

PROVINCIANISMO

João Gonçalves 22 Set 06

Quem aterrasse ontem em Portugal, ainda por cima com o engº Sócrates em Nova Iorque, podia julgar que o dr. António Carrapatoso era o chefe do governo português. Não houve órgão de "comunicação social" que se prezasse que não desse voz à "boa-nova" prometida pelos discípulos do prof. Karamba da Vodafone. O provincianismo é mesmo assim. Deslumbrado e, ele sim, irreformável.

Adenda: Amigos do Corta-Fitas: eu queria fazer um link para um texto do Pedro Correia ("as receitas dos santos milagreiros"), porém V. têm um "sistema de linkagem" que vai buscar tudo menos o que eu quero. Parece o "plano tecnológico". Todavia, a parte que mais gostei foi esta: "este notável do regime, que tem cerca de 80 por cento dos assalariados da sua empresa em situação de emprego precário, é daqueles que se propõem regenerar a pátria, sob o grito de guerra "Compromisso Portugal".

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