Da Fernanda Câncio, "depois de brad pitt, joaquim manuel magalhães". "nem todas as pessoas que amam alguém do mesmo sexo têm vinte anos e boa cara para viver tragédias. nem todas as pessoas que amam alguém do mesmo sexo são do BE e usam missangas e tatuagens e piercings. algumas têm sessenta anos, setenta, e medo de tudo aquilo de que se tem medo toda a vida e mais, muito mais, nessa altura. algumas têm idade para ser pais e avós dos idiotas que andam para aí a dar porrada em pessoas porque lhes parecem "paneleiros".

Convinha que o dr. Souto Moura, por uma questão de decência cívica, não deixe o Palácio Palmela sem explicar, por exemplo, o "envelope 9". O país que vota e escrutina quem pediu urgência nessa investigação ao órgão responsável por impulsionar a acção penal, merece uma resposta. Seja lá ela qual for. Mas uma.

Li outro dia uma entrevista do futuro PGR ao Público e lembro-me de ter gostado. Porém, de acordo com "fontes judiciais" ouvidas aqui, o sr. Conselheiro Pinto Monteiro será um homem "ligado ao bloco central, "ambicioso", "muito inteligente" e com "grande capacidade de comunicação". Mais. "Vai ser de certeza absoluta um bom gestor de imagem do Ministério Público", diz outra "fonte". E mais ainda. "Não é uma virgem púdica ao contrário de Souto Moura" e "sabe gerir muito bem as suas relações, designadamente com a Comunicação Social". Se os magistrados são assim uns para os outros, imaginem como não serão para os simples mortais.

Correia de Campos, ministro da Saúde, é uma sombra do estudioso da economia da saúde dos anos oitenta. Deu-lhe agora para "moderar" - através de taxas - as cirurgias e os internamentos hospitalares, como se as pessoas recorressem a operações e ficassem internadas a título de passatempo. Por este andar, Correia de Campos aproxima-se perigosamente de Manuel Pinho em matéria de estado lunar. Bastava um.

Fiz hoje um pequeno percurso a pé entre o Cais do Sodré e a Praça do Comércio. No caminho, e até sensivelmente à antiga estação dos barcos para o Barreiro, ergue-se apenas um estaleiro. Um estaleiro que destrói implacavelmente a ligação com o rio, a única coisa que justifica a passeata. De resto, no lugar do Cais das Colunas está o que a foto do meu telemóvel revela: tubos e mais tubos. A obra do metropolitano de Lisboa - responsável pelo estado medonho em que se encontra uma das mais belas praças da Europa, concebida politicamente por um dos poucos estadistas que tivemos- é o fruto da estupidez dos sucessivos governos e da cupidez insaciável da construção civil. Parece que ninguém quer ser responsável por este desastre e que não se fazem contas. Como lisboeta que aprecia o metro, gostava de ver, preto no branco, o custo desta nova "obra de Santa Engrácia" que vai lentamente afundando a Praça do Comércio, pelo menos em sentido estético. Como se isto não bastasse, a Praça está atafulhada por uma exposição idiota com carros destruídos por acidentes. Julgarão os organizadores que "previnem" alguma coisa com o estardalhaço? Pobre cidade.

Depois do Frei Domingues, calhou ao Padre Carreira das Neves e ao Bispo Torgal Ferreira manifestarem as suas "dúvidas" acerca do que disse o Papa. As patetices do "multiculturalismo" entraram na cabeça de certas pessoas que, subitamente, se tornaram permeáveis ao politicamente correcto. O Papa não tem de ser politicamente correcto e, sobretudo, não necessita de "amigos" como estes. Só falta o ex-bispo de Setúbal para completar o "ramalhete".

Na Hungria, decorrem violentas manifestações nas ruas destinadas a correr com o primeiro-ministro. Não se percebe a fúria dos manifestantes. Numa entrevista, o homem confessou que tinha mentido para ganhar as eleições e para se manter no poder. Ou seja, disse a verdade. Queixam-se de quê?