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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

LE BATEAU LIVRE

João Gonçalves 16 Set 06

O DCIAP - para quem não conhece, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal, dirigido pela minha amiga Cândida Almeida - está, de acordo com a PGR, falido. Nem dinheiro tem para terminar um estudo encomendado sobre corrupção. O DCIAP foi criado com o objectivo de perseguir "a grande criminalidade económico-financeira". Os resultados estão à vista. À miséria do DCIAP corresponde o florescimento da "economia paralela" e da corrupção, a pior de todas, a silenciosa, amiguista e "familiar". Na ditadura, quando chegavam ao conhecimento do dr. Salazar "fumos" de corrupção ligada à "política", os protagonistas eram, no mínimo, brindados com um cartãozinho a agradecer a colaboração e com um delicado pontapé no rabo. A corrupção podia continuar, mas os mentores não. Agora continuam os dois. Tudo se dilui no cofre-forte da democracia. E nela, a corrupção - a material e a moral - vagueia com a tranquilidade de um cacilheiro chamado "Regime".

DOIS EUROS

João Gonçalves 16 Set 06

Li e gostei. Sobretudo do que Maria Filomena Mónica diz de Soares, Santana, Sócrates e, até, de Cavaco. E do que António-Pedro Vasconcelos escreve mais adiante sobre o ministério da Cultura. "A política da cultura, num país inculto, não deve privilegiar o apoio directo aos criadores, mas sim a criação de condições para que eles encontrem um mercado para as suas obras. A prioridade não deve ser o subsídio aos artistas, mas a criação de públicos: o que nos falta são leitores, ouvintes e espectadores. E isso não é tarefa do MC, mas de outros dois Ministérios: o da Educação e o das Comunicações, que tutelam, respectivamente, esses dois instrumentos decisivos para a cultura de um país, que são as escolas e a televisão". Só isto, vale dois euros.

QUESTÕES DE CONFIANÇA

João Gonçalves 16 Set 06


O sr. Pinto da Costa, que andava desaparecido, surgiu ontem à noite a elogiar os autarcas e a regionalização, essa desgraça inaudita que reproduziria "pintos da costa" em miniatura por esse país fora. Como eles - os dirigentes futebolísticos da estirpe de Pinto da Costa e jamais os venais Vieira e companhia - Pinto da Costa sabe o que representa sofrer na carne a maledicência e a injustiça "talibãs" (sic). E, jurou, confia na "justiça". Ele lá deve saber por que é que confia. Eu também sei por que é que não confio.

A DIFERENÇA

João Gonçalves 16 Set 06


O Ocidente, pela voz de um porta-voz do Vaticano, acaba de proferir o habitual "desculpem qualquer coisinha" para aplacar a "ira" dos desdentados que já se andavam a exibir nas ruas no habitual folclore. "Aquele que se exaltar será humilhado e aquele que se humilhar será exaltado." (João, 8:12). É o que nos vale e o que faz toda a diferença.

PASSAR DE MODA

João Gonçalves 16 Set 06


À falta de melhor, o Expresso foi ressuscitar dos mortos a sra. D. Maria Elisa. Enche a capa do primeiro dos seus cem "cadernos" com a fotografia da senhora. Lânguida e aparentemente "magoada", a sra. D. Elisa diz que "se sentiu traída pelo PSD". Eu pensava que a lata e o decoro tinham limites, nem que fossem os impostos pelo mais elementar bom-senso. Convém, por isso, deixar aqui uns lembretes. O PSD, num momento mais infeliz, colocou a referida senhora como "cabeça-de-lista", numas eleições legislativas, por Castelo Branco. Quer nos debates em que participou, quer nos votos que arrecadou, a sra. D. Elisa levou invariavelmente valentes sovas do seu directo opositor do PS, o actual primeiro-ministro. Conhecia tão bem Castelo Branco como eu. Depois, andou melancolicamente pelo Parlamento sem que ninguém desse por ela, até que uma mão caridosa - do PSD que a "traíu" - a remeteu para Londres como "conselheira" cultural ou de imprensa, não sei bem. Aí ficou até que Freitas do Amaral, num dos raros momentos de inspiração como MNE, a mandou regressar a penantes. Maria Elisa foi um ícone razoável do jornalismo português pós-Abril. Quando passou pela política - de Pintasilgo a "Freitas 86" e ao PSD - Elisa nunca acertou. Entretanto, passou de moda. Deve ter sido por isso mesmo que o Expresso a foi buscar.

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