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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

A LOUCA DA CASA - 2

João Gonçalves 2 Set 06

Os espanhóis têm a Rosa Montero. Nós temos a dra. Ana Gomes e 140 soldadinhos portugueses comandados por mil espanhóis, uma espécie de Aljubarrota ao contrário. Não acho mal. "Cantaria mais o Galo de Barcelos sob comando turco ou letão?", pergunta, intrépida, Ana Gomes. Para já, canta mais o sr. Fiúza, também de Barcelos. Deixá-lo cantar para ver se a FIFA fica definitivamente esclarecida acerca da raça com que se meteu.

SLAVOJ

João Gonçalves 2 Set 06

Este fim-de-semana, toda a "crítica literário-jornalística" em vigor ocupou-se deste senhor. No entanto, em cinco linhas perfeitamente enxutas, este nosso amigo arquitecto parece-me que resumiu o essencial.

A LOUCA DA CASA

João Gonçalves 2 Set 06


Eduardo Prado Coelho, para variar, fez-me hoje um favor através do Mil Folhas, do Público. Deixou-me com vontade de ler Rosa Montero. É para isso que serve a "crítica literária" nos jornais. Abrir o apetite e não provocar vómitos.

UMA QUESTÃO DE FIGURA

João Gonçalves 2 Set 06


Passei vagamente pelo Independente no verão de 1988, a convite do João Amaral, e para "amanhar" prosa para a "secção internacional". Com a Inês Serra Lopes, compus umas "independências" vulgaríssimas entre finais de 2004 e este ano. Por causa do seu passamento, derramaram-se as mais fantásticas prosas. Quem tivesse aterrado em Portugal, nos últimos dias, julgaria que, por exemplo, se estava a velar "O Tempo e o Modo" da "direita". Uma das coisas mais notadas pelos prosélitos foi a "luta" que o hebdomadário moveu contra o "autoritarismo cavaquista" e, consequentemente, a favor de uma "direita" modernaça, desinibida, culta e, sobretudo, anti-autoritária. De facto, ela acabou por ter a sua oportunidade. E o que é que ficou? Desse esforço, sobraram, no verão de 2006, os drs. Monteiro e Portas, o primeiro a falar às "massas" minhotas em cima de uma carrinha - por especial deferência do dr. António Costa - e o segundo, em "conversas" quinzenais irrelevantes com Clara de Sousa e com o seu telemóvel. Ah, e o fato às riscas do dr. Portas, naturalmente. E o "autoritário" Cavaco? É "apenas" o Presidente da República, eleito numa primeira volta contra uma mão cheia de denunciadores militantes do referido "autoritarismo". Por isso, eu gostava de ver os mesmos prosélitos a denunciarem o autoritarismo "democrático" da dupla Sócrates-Costa com a mesma veemência com que choraram a partida do "revolucionário" Independente anti-cavaquista. Até agora, só Vasco Pulido Valente escreveu o óbvio: trata-se do governo mais autoritário que apareceu por aí depois do 25 de Abril. Será que é por causa dos fatos blasé que o primeiro-ministro usa - e que lhe dão tão boa figura - que os escribas o perdoam?

NÃO É FÁCIL DIZER BEM - 3

João Gonçalves 2 Set 06


Antes de me deitar, varri os jornais de sexta-feira. Inevitavelmente fui parar ao suplemento "6ª", do Diário de Notícias. Sem Vargas Llosa, mesmo que atrasado, a coisa empobrece a olhos vistos. Há textos interessantes sobre os alfarrabistas de Lisboa e do Porto e é ressuscitado, em versão "ensaístico-literária", o dr. Alfredo Barroso cuja verve abarca desde o futebol até Camilo Castelo Branco, passando pelo tio. Parei no guru Mexia. A página era dedicada ao poeta-padre Tolentino Mendonça que, depois de uma obscura passagem pelo Vaticano, voltou discretamente a casa. E, pelos vistos, à poesia. Informa Mexia que este livro "contém a poesia reunida" do poeta-padre. O título é entusiasmante: "a noite abre meus olhos". E o entusiasmo de Mexia também. "O poema, diz Tolentino, é um tumulto que abala a ordem do universo, é uma glória secreta. Essa noção exaltada será uma constante na sua produção, embora não suscite nunca uma retórica cósmica e explosiva [que diabo será "uma retórica cósmica e explosiva"?], escolhendo antes um discurso de intensidades oblíquas." Pois. Depois das trapalhadas que se sucederam à morte de Manuel Hermínio Monteiro, a Assírio & Alvim perdeu-se como editora iconoclasta. Parece que o poeta-padre é agora um dos seus mentores principais e é de lá que vem este livro. Tolentino não me aquece nem me arrefece com os seus rodriguinhos evanescentes que deixam, pelos vistos, Mexia em êxtase. A ele preferirei sempre qualquer letra que vá directa ao assunto. Como esta:

"Deita-te comigo nesta cama de pedra."
Canta de novo esse convite, tantos anos passados,
de novo nas ruínas da rua do emprego
onde fiquei de te esperar.

Está deitado aqui o corpo que recorda, está deitado.

Os ornamentos de metal, a música portátil,
o tambor de uma criança na rua,

o risco amarelo da coberta.

O braço que descai debaixo do pescoço
o coração cujo ritmo decresce
os olhos em que dói a luz do candeeiro
os pés à procura da lã do cobertor
o esperma que seca sobre o peito
o sono entrecortado da respiração.

Trocas de luz errante, ervas sem nome

que me dizias serem feno grego, junça, melodia.

(J.M. Magalhães, Uma luz com um toldo vermelho, Presença, 1990)

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER

João Gonçalves 2 Set 06

O dr. Barroso foi a Castelo de Vide dizer que a Europa precisa de "ter peso militar". Logo ele, cujo "peso" como presidente da Comissão Europeia é o que se sabe.

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