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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

A SÁBIA

João Gonçalves 31 Jul 06

Nas notas de rodapé dos telejornais, fica-se a saber que a UE enviou uns "sábios" (sic) para o acompanhamento das eleições no Congo. Um desses "sábios" é a dra. Ana Gomes, parlamentar europeia conhecida pela sua extrema lucidez, entre outras inúmeras qualidades. O mundo está mesmo perigoso.

A DEVASSA

João Gonçalves 31 Jul 06

Parece que a DCGI publicou na net a lista dos relapsos em IRS e IRC, com dívidas superiores a determinados montantes. Seguir-se-á a Segurança Social com os "seus" devedores e, em ambos os casos, presume-se que o valor da dívida, para efeitos de pública exposição, irá descendo. Eu entendo que quem não cumpre as suas obrigações tributárias, ou torpedeia as coisas de maneira a não cumprir, é um vígaro. Sobretudo quando se analisa a "qualidade" do devedor, individual ou empresa. Por isso o "sistema" continua a ser suportado fundamentalmente pelos chamados "trabalhadores por conta de outrem" e pelo IVA. Dito isto, parece-me uma falácia este alegado exercício de "combate à fuga e à evasão fiscal". Não será pela via da devassa - um método medieval apenas "actualizado" pelo processamento electrónico de dados - e da pretensa humilhação pública dos devedores - que só serve para excitar o "voyeurismo" alarve que nos é peculiar- que se lá vai. Depois disto, exige-se que, a seu tempo, o Estado dê notícia de quanto é que conseguiu "arrecadar", dos cento e trinta milhões de euros em dívida, à conta desta frivolidade. É o mínimo.

A FARSA

João Gonçalves 31 Jul 06

Marcelo Rebelo de Sousa, com a habitual displicência domingueira, afirmou que todos nós, portugueses, gostamos muito da Maria João Pires. Mais um bocadinho e Marcelo tricotava um cachecol com as iniciais da pianista para usar ao pescoço: ainda não se livrou completamente do tropismo nacionalista que o atacou aquando do mundial de futebol. Adiante. De facto, não sei se "todos gostamos" de Maria João Pires ou se muitos dos nossos concidadãos sabem sequer de quem se trata. Entre ela e a "escritora" Fátima Lopes, suspeito que a notoriedade estaria encontrada de imediato. Facto é que a Pires não gosta decididamente de nós o que, em parte, revela o seu bom gosto. Já do dinheiro que "nós", contribuintes, lhe fazemos intermitentemente chegar, talvez já goste mais. Mas este é um comentário de mercearia, indigno de uma artista como a Pires. Aqueles apressados que caíram de joelhos aos pés dela e tocaram a rebate contra a afronta que a dita estaria a "sofrer" - a "tortura" - tiveram a resposta pela mão da própria: "Portugal... preocupa-se com sensacionalismo, mentira, intriga, conflito e consumismo". Na realidade e no Público, Pires tentou repôr as coisas numa dimensão de onde elas nunca deveriam ter saído. E, para gáudio de Marcelo e dos exautorados "piristas", Maria João garantiu que "pode trabalhar e colaborar no projecto de Belgais sem gostar de Portugal". Falo apenas por mim. Continuarei a gostar da Pires como sempre gostei - a minha modesta discoteca aí está para o provar - mesmo sabendo que ela não gosta de mim, naquela parte em que também sou, por força das circunstâncias, português. Todo o artista, sobretudo o bom artista, tem algo de farsante. Maria João Pires encerrou, lá do seu Brasil descansativo, a sua pequena farsa doméstica. Ainda bem.

Adenda: Sem link, porém vale a pena ler o "Fio do Horizonte" de hoje, segunda-feira, 31, do Eduardo Prado Coelho no Público: "A pianista". Desta vez acertou.

A GUERRA DE LAPTOP

João Gonçalves 31 Jul 06


Ouvi no carro que Israel está a fazer um "intervalo" no seu ataque indiscriminado ao Líbano para "tentar perceber" o que se passou em Qana. Miss Rice, entretanto, regressou a casa à espera de melhores dias. E o Conselho Europeu reune-se amanhã para pensar no assunto. Ou seja, o foguetório deverá seguir dentro de momentos. Sem complexos, nem de "esquerda", nem de "direita", continuo a pensar o mesmo deste "conflito". Israel não pode parar de atacar para se defender, mesmo à custa de gente que nada tem a ver com actividades terroristas. E o Hezbollah fará exactamente o mesmo, de forma mais vesga e aleatória, no território judaico. A desculpa extraordinária de que foram lançados panfletos sobre regiões libanesas a avisar os "civis" que o melhor que tinham a fazer era mudar de sítio, como se se tratasse de uma trivialidade ou de uma obrigação, não justifica o que está a acontecer ao País do Cedro. Sobretudo quando se percebe que o "núcleo duro" do Hezbollah está vivo e de boa saúde. Os tolinhos que por aí andam a "tomar partido" - supostamente em nome da "Estátua da Liberdade", passando atestados de "terrorista" e de anti-semita a quem quer que pense de outra maneira -, pretendendo dar lições de superioridade democrática, mais valia estarem calados. Ao perder a cabeça, Israel corre o risco de perder, mais do que a guerra, o processo político que precede a guerra. E isso, contrariamente ao que pensam os " guerrrilheiros de laptop", é que constituiria uma verdadeira tragédia para a região e para o "ocidente" que eles imaginam "acarinhar" com o seu "israelismo" primário.

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