Neste torvelinho que atravessa a "cultura", existe uma personagem misteriosa que é o actual secretário de Estado, Mário Vieira de Carvalho. Três anos depois, julguei que não fosse necessário voltar "à vaca fria". Mas, infelizmente, é. Vieira de Carvalho, segundo julgo saber, tem a tutela dos teatros nacionais por delegação da prof. ª Pires de Lima. Foi, até bastante tarde, um fervoroso adepto dos "amanhãs que cantam", na versão aprimorada da falecida RDA. É, por consequência, um musicólogo e um "intelectual" formado na melhor escola marxiana. "Reciclou-se" na "esquerda moderna " e aterrou de cabeça na Ajuda. A única posição pública de relevo que se lhe conhece, consistiu na transformação do Teatro Nacional D. Maria II numa delegação da FNAT/INATEL, da qual, até agora, não brotou uma ideia original. Pelo contrário, o TMDMII jaz, de novo, numa modorra incompreensível depois de uns anitos de alguma notoriedade graças a António Lagarto, expeditamente corrido por Vieira de Carvalho para dar lugar, no Rossio, a uma remake pífia do Teatro da Trindade do "neo-realismo" democrático. Acontece que Lagarto, à frente do TNDMII, deixou um acervo que a Direcção-Geral do Tesouro, a "accionista" da "sociedade anónima", sempre avalizou positivamente. E eu nem sequer sou adepto do "modelo SA". Mas tão-pouco simpatizo com a actual situação em que o "plano de actividades(?)" da nova dupla gestionária não "passou" no crivo da DGT, que tem obrigado o Teatro a governar-se com o que tem. E o que há - ou havia -, é um saldo positivo de cerca de 500 mil euros da anterior gestão e a reserva de capital legal obrigatória da SA. Em suma, Vieira de Carvalho, quando decidiu intervir, interveio mal, apenas para o pequeno episódio ad hominem. Se ele ainda for secretário de Estado da Cultura quando o famoso PRACE entrar em vigor, lá para a época Outono/Inverno, é de esperar o pior para os teatros nacionais e equiparados, à excepção de um ou outro caso mais "amigo". Aliás, é sintomático que uma criatura tão "reivindicativa" e imaginativa como Ricardo Pais, do São João do Porto, esteja tão caladinho. E quem diz Pais, diz outras personagens que silenciosamente tecem as suas teias. E não, não estou a pensar no actual director do São Carlos - com quem trabalhei e de quem discordei quando tive de discordar - pelo que posso afirmar tranquilamente que deve ter um papel decisivo na nova entidade que irá gerir o teatro de ópera e a Companhia Nacional de Bailado. Vieira de Carvalho, talvez por causa da sua "formação" política, não esqueceu nem aprendeu muita coisa. A "cultura" é que não tem culpa.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...