1. A Companhia Nacional de Bailado, à semelhança dos restantes "teatros nacionais" e equiparados, é paga fundamentalmente pelo Orçamento de Estado. O Tribunal de Contas realizou uma auditoria ao desempenho da CNB, no exercício de 2004, que pode ser
lida na íntegra aqui.
2. Apenas duas ou três observações. Quando cheguei, em Maio de 2002, ao Teatro Nacional de São Carlos, pedi ao Tribunal de Contas - devem ter o ofício lá arquivado - uma auditoria ao triénio antecedente. Foi agendada, salvo erro, para o ano seguinte. O TNSC deve ter lá o ofício do Tribunal arquivado. Em Agosto de 2002, enviei para o Ministério da Cultura, na qualidade de presidente do conselho directivo em exercício, um diagnóstico exaustivo das situações de pessoal do São Carlos e respectivos custos. Deve estar lá, tranquilamente, há quatro anos, numa prateleira. Como lhes compete, os custos e as "situações" aumentaram entretanto. Em Abril de 2003, pedi a demissão e nunca tive notícia da presença do Tribunal de Contas no Teatro. A carta que então remeti aos drs. Pedro Roseta e Amaral Lopes, falava por si. Também estará, em sossego, no Palácio da Ajuda, pelo que, a título de curiosidade, poderia ser lida pela profª Pires de Lima no intervalo das lides com o Fundador. A senhora que me sucedeu "contratou" alguém que foi do Tribunal, mas que já estaria reformado, presumo que para "elaborar" as contas de gerência. Daí, a referida senhora foi arregimentada para o Centro Cultural de Belém onde ainda agora faz companhia ao dr. Mega Ferreira na gestão da casa. Foi substituída, no São Carlos, em Novembro de 2004, pelo até aí subdirector da Companhia Nacional de Bailado - onde esteve nove anos, pelo que deve saber
do que fala a auditoria - que é agora um distinto membro do conselho directivo do teatro de ópera.
3. No âmbito do PRACE, o governo vai fundir a CNB com o São Carlos, lá mais para o Outono. Em comum, para já, os dois organismos têm duas criaturas nas respectivas direcções: uma que esteve nove anos na CNB e outra que é do São Carlos mas que acumula com a CNB, já nomeado pela actual tutela. O ministério não tem sido muito imaginativo nas suas escolhas e, pelos vistos, resolve tudo com a "prata da casa", mudando-os de um lado para o outro. Ana Pereira Caldas, que muito estimo, apesar de ser a directora da CNB, e por consequência, a responsável máxima pela gestão, é uma artista que, para os devidos efeitos, é sobretudo ornamental.
4. Esta auditoria do Tribunal de Contas tem o mérito de chamar a atenção para três coisas. A primeira, consiste na evidência que os teatros e equiparados não podem ser geridos como vulgares direcções-gerais. Precisam de um planeamento e de um sistema orçamental plurianuais. Em segundo lugar, carecem de mais mecenato e de menos orçamento público. E, em terceiro lugar, devem ser internamente reformados, de alto a baixo, para que o que se passa nos bastidores e nos gabinetes não custe mais do que o que se passa no palco. É para o palco e para o público que eles existem, e não para alimentar uma burocracia idiota. Ignoro quem irá presidir a esta nova estrutura bicéfala. É natural que haja alguém a afiar facas para espetar nas costas do parceiro mais próximo, já que é assim que tudo se costuma passar entre nós. Antes de avançar, era bom que a prof.ª Pires de Lima e o seu secretário de Estado meditassem nesse trabalho do Tribunal de Contas. Para espectáculo, e triste, já basta assim.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...