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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

DAVID

João Gonçalves 16 Jun 06

Homenageado pela Fátima, dez anos depois da sua morte.

EU É QUE SOU O PRESIDENTE DA JUNTA

João Gonçalves 16 Jun 06

Vi, na televisão, o ar grave e preocupado do nosso primeiro-ministro em Bruxelas. Num acesso delirante, a União decidiu contar connosco, em 2007, logo depois da Alemanha, para dar um "empurrão final" para a consagração da "Constituição Europeia" no ano seguinte. Entregue a Portugal, a "constituição" fica seguramente em boas mãos. Como apoiante do "não" - já que Sócrates mantém, e bem, a intenção de referendar o tratado constitucional - fico mais descansado.

MORTE OU GLÓRIA

João Gonçalves 16 Jun 06


Disseram-me há dias, num almoço horrível no "Porto de Abrigo", ao Cais do Sodré - infelizmente mais um restaurante que tinha pergaminhos e que se vulgarizou -, que um dos imóveis que o Estado pretende vender para dar lugar a um daqueles enjoativos condomínios "de luxo", agora tão em voga, é o Regimento de Lanceiros 2, na Ajuda. Eu servi - o termo é mesmo esse, servi - com honra e alegria aquele Regimento, entre 1986 e 1987, como oficial de justiça. Chamava-se então Regimento de Lanceiros de Lisboa e albergava, como julgo que ainda hoje assim é, a Polícia do Exército. Fi-lo ao abrigo do serviço militar obrigatório com que o politicamente correcto, das esquerdas e das direitas, acabou. Por acaso foi o dr. Portas, mas podia perfeitamente ter sido o dr. Louçã ou outra eminência do regime. Quem passou por Lanceiros, a menos que seja um notório imbecil, não fica indiferente à sua história e à fraternal solidariedade que unia homens de proveniências sociais diversas em torno da Cavalaria. Lanceiros permitiu-me conhecer pessoas e mundos completamente diversos dos meus. Depois, o Regimento é um espaço lindíssimo, desde o edifício principal, até às remotas cavalariças mais perto de Belém ou a piscina. Tem uma parada inolvidável com o símbolo do Regimento desenhado no meio: "morte ou glória". Mantive, com praticamente toda a gente com quem me cruzei lá dentro, as melhores relações pessoais e institucionais. Fiz amizades e não me envergonho de ter cumprido o serviço militar. Foi nesse período que inaugurámos o monumento aos mortos em combate do Regimento, era então comandante o Coronel Roque da Cunha. Passei, como oficial de dia, muitas noites lá dentro e assisti, até por dever de ofício, a muitas peripécias. Nessa altura, a ocupação maior da Polícia do Exército era proceder diariamente à escolta de Otelo Saraiva de Carvalho para o Tribunal de Monsanto onde decorria o julgamento das FP-25. Lanceiros foi um pouco de tudo. "Reaccionário", "monárquico" e até "progressista", no PREC, quando era 2º comandante o famoso Major Tomé. Em comum, tínhamos todos a mesma admiração e o mesmo respeito pela memória dos "nossos maiores" nomeadamente D. Carlos, o Marechal Carmona ou o Marechal Spínola. Não obstante o percurso político algo ambíguo deste último, não existe nenhum "cavaleiro" que se preze que não seja "spinolista". Alguns dos oficiais, sargentos e praças com quem privei mais de perto, já desapareceram. Por todos, deixo aqui uma sentida homenagem à grata memória do meu Amigo Henrique Quintanova, ao tempo Major de Cavalaria. Parece, pois, que o poder quer "matar" Lanceiros a troco de um punhado de euros. Que o faça. Lanceiros está vivo no coração dos seus servidores, independentemente do capricho do tempo. Contra o esquecimento, morte ou glória. Não conheço melhor "divisa" para a vida inteira.

THE MASTER

João Gonçalves 16 Jun 06


Uma irritante insónia levou-me a isto e, depois, lembrei-me disto. O André "leu" bem a coisa. The Master, de Colm Tóibín, é, de facto, um inesperado belo livro - convém traduzir -, embora David Lodge seja um ironista muito simpático. A "nota para os marialvas mais susceptíveis" tem graça. Visto a mais de dois anos de distância, o que escrevi na altura faz agora, de novo, algum sentido apenas porque continuamos,"trôpegos e pândegos", sem sentido algum. "Andei a vasculhar alguma literatura jamesiana. O mais curioso foi encontrado nas cartas que, depois dos sessenta, Henry James endereçou a "jovens talentos" masculinos. Também me lembrei dele, uma das prosas mais extraordinárias da literatura norte-americana e mundial, por causa de The Europeans que, a despropósito, liguei à circunstância de a Europa ter mais dez membros desde o dia 1. No espaço e no tempo de uma curta viagem aos EUA, o meu cosmopolitismo satisfez-se com este "alargamento". Para os interesses domésticos, no entanto, este avanço da Europa para o seu centro e para leste, é ameaçadora. Ainda bem que é. Mesmo antes de "cá" estarem, já alguns desses países apresentavam números de nos fazer corar de vergonha. Que importa! Trôpegos e pândegos continuamos, e em breve agarrados à bola, eternamente leves na nossa irresponsabilidade sem tradução possível em nenhuma língua."

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