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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

OS "HERÓIS" DE LA LYS

João Gonçalves 9 Abr 06

No Abrupto está publicado um "mail" de um leitor que refere a memória histórica do dia 9 de Abril de 1918. Nesse dia, o mítico Corpo Expedicionário Português - que estava integrado junto das forças inglesas - foi literalmente dizimado pela ofensiva alemã chefiada por Ludendorff, depois da debandada dos britânicos que deixaram os pobres dos portugueses entregues à sua má sorte e à sua iliteracia (não sabiam inglês e não perceberam a tempo que tinham de fugir...). Curiosamente isso aconteceu no dia em que os ingleses se preparavam para render os esfarrapados militares do CEP, em La Lys. Esse local acabou por se tornar famoso e por tornar famoso aquele "corpo" de "heróis", os únicos que temos para apresentar nos "teatros de guerra" em que participámos no século XX. A má consciência e o temor reverencial - os mesmos que estiveram presentes na "visita da Estado" a Angola a semana passada - impedem-nos de encontrar grandes "heróis" na "guerra colonial". Apenas o regime de Salazar venerava anualmente, na Praça do Império, os "seus" mortos de África como "exemplos", condecorando a eito mães, pais, órfãos e viúvas. Os "heróis" de La Lys foram simplesmente abandonados ao seu esforço inglório e à sua ignorância. Nunca fomos exemplo para ninguém em lado algum.

FLOR

João Gonçalves 9 Abr 06

Maria Flor Pedroso, a competente editora política da Antena Um, substituiu, com manifesto proveito, Ana Sousa Dias na interpelação dominical a Marcelo Rebelo de Sousa na RTP 1. Tem uma endurance que a sua colega não possuia e praticamente fala com Marcelo de igual para igual. Para além disso, tem a enorme vantagem de estar viva, o que, em televisão, dá jeito.

ECCE HOMO

João Gonçalves 9 Abr 06

LER

João Gonçalves 9 Abr 06

No Blasfémias, dois posts de Helena Matos sobre "Manuais Escolares".

É DIFÍCIL DIZER MAL

João Gonçalves 9 Abr 06

Estive ontem no lançamento do livro do João Pedro George, "Não é fácil dizer bem - crónicas, obsessões e outras ficções" (Edições Tinta da China), na Bulhosa do Campo Grande. Apresentou o livro a Constança Cunha e Sá e, na breve troca de galhardetes que se seguiu, eu percebi que as "instituições", "neste país em diminutivo", ainda são o que sempre foram. A Constança falou da independência crítica do João Pedro e do preço que se paga por isso. Fiquei a saber como foi delicadamente removido das suas colaborações numa revista sobre livros e certifiquei-me daquilo que já sabia: na chamada "literatura portuguesa" contemporânea e na respectiva "crítica literária" só prospera a rapaziada da capela, com escassas e meritórias excepções. Na chamada "crítica jornalística", então, ainda é pior. É zona manifestamente demarcada. Ao meu lado sentavam-se duas queridas amigas, a Maria João Duarte e a filha, a Fátima Rolo Duarte, que são duas verdadeiras "instituições" ligadas à imprensa escrita. Não pouparam, et pour cause, o João Pedro. Penso que ele não tem a pretensão de se "armar" exactamente em "crítico" ou em "escritor", mas, dada a sua "especialidade" académica - a sociologia da literatura -, não faz mais do que a sua obrigação quando desmonta, com ironia, humor e perspicácia, as letras de outros. Ele não tem manifestamente culpa que essas criaturas, que passam por escritores, escrevam da maneira que escrevem e se sintam, na sua inconsciência "literária", sublimes. E é confrangedor, num país em que a iliteracia é o que é, ver publicadas em letra de forma tantas inanidades e, por que não dizê-lo, tanta merda. A "denúncia" que o JPG faz de algumas dessas proezas estilísticas e desse esforço titânico pelo "sucesso literário" de parágrafos inteiros de perfeitos disparates, tem uma componente cívica em prol da "qualificação" que não devemos desprezar. Todavia, quem foge ao cânone, leva. Este texto do Esplanar explica exemplarmente como e por que se leva. É difícil dizer mal.

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