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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

DEMITIDO

João Gonçalves 3 Abr 06

Outro dia disse-se aqui que se o dr. Alberto Costa "mandasse, a direcção da PJ, independentemente da bondade das suas razões e das suas "ameaças", já teria sido sumariamente despedida". Num inesperado acesso verdadeiramente "político", mais próprio do outro Costa, o ministro da Justiça lá demitiu o director da PJ. Agora resta esperar para ver se é só "DDSS", isto é, "different day, same shit", ou se o governo, em matéria de justiça e de investigação criminal, segue afinal a velha máxima do dr. Salazar: "decididos até onde ir, não devemos ir mais além".

SEGUNDA VOLTA

João Gonçalves 3 Abr 06

Logo mais à noite estas senhoras estão de volta no Canal Fox. "And a lot had changed on Wisteria Lane. There were new flowers, new houses and new neighbors, the kind anyone would want living right next door." Entre elas e Fátima Campos Ferreira, a "pivot" do regime, ainda haverá quem hesite?

CONTENTAMENTO

João Gonçalves 3 Abr 06

O ministro das Finanças diz-se "muito satisfeito" com o défice de 6,02% apurado para 2005. Como se escreve e pergunta aqui, se "andamos para trás em matéria de consolidação orçamental, o desemprego chegou a níveis históricamente altos, e a segurança social caminha para a falência", afinal, para que serviu o relatório Constâncio?" Podíamos ir até um pouco mais longe e perguntar para que é que serve Constâncio e por que é que sorri Teixeira dos Santos.

TENTATIVA DE RESUMO

João Gonçalves 3 Abr 06


(Mais uma vez, agarrado ao poder pós-same age próximo, vou dizer, convicto, meia dúzia de blasfémias acerca de uns e de outros.)

Da mediocridade Pública do diário existem excedentes podres e miseráveis, fruto da estabilidade medianamente agradável que um ano e meio sem pousio permite. Ali, no café bairrista de Benfica, onde passam intelectuais américo-latinos vindos do Uruguai, ex-fortunas industrialmente nortenhas, trabalhadeiras a cheirar a lixívia que esperam pelo autocarro para ir para a Brandoa e jovenzinhos fumadores - uns alegres e coloridos, outros de preto e com mitenes com bicos prateados e psicadélicos – que não cheiram a esforço, observa-se a leveza agradável da enconsta.
De um café maior, costuma sair-se para, romanticamente, naufragar na caça ao amor e segurança. Ou então, quando o ópio da tolerância deixa de ser obrigatório, caminha-se, de norte para sul, na aproximação física e metafísica do sol e suas maravilhas. Mas o ópio tem que se lhe diga. Por comparação, como diria a camaradagem de tempos revolucionários franceses a propósito só da religião, entra na adolescência como o Mistério no movimento religioso. (Singularmente, a religião serve para o que o ópio não serve e, nesse sentido, fechem-se as comparações).
O ópio, contudo, teve tempos mais áureos sendo, hoje, vigiado. Mal, ainda assim. No café bairrista, tornam-se, por incompetência, inúteis as utilidades das boas ideias do sr. José. O sr. José que, pelas honras que adquiriu, não quer ter um carro ou casa tão provincianos como ele próprio. Mas não acontece mais nada, só interrupções deprimidas. Da metrópole do mundo ouvem-se gritos da simbologia cândida pedindo, onde é difícil, governos unificadores e sugerindo rapidez pré-crepúsculo.

A TAXA

João Gonçalves 3 Abr 06

Com infinita credulidade, o governo supôe que, por baixar a taxa de alcoolemia permitida para a condução, os acidentes de viação diminuem instantaneamente. Não diminuem. E por duas ou três razões triviais. A primeira, e a mais óbvia, tem a ver com a educação dos condutores. Em Portugal conduz-se perigosamente mal, seja na cidade, seja na auto-estrada. O condutor, por definição, não conhece a figura simbólica do "outro". E a condução transforma-se num acto egoísta no qual muito boa gente descarrega as suas frustrações. Depois há o piso de algumas estradas e o próprio desenho de alguns troços. Aí, junta-se a fome com a vontade de comer e a tentação do rali sobreleva o modesto propósito de chegar a algum lado. Finalmente temos a "vertigem do risco" de muito condutor mais jovem e inconsciente, para sermos delicados. Toda a retórica da segurança e da prevenção do mundo não chega para parar o flagelo assassino que atola as nossas estradas. Muito menos a ideia de o associar fortemente à ideia de bebida. A idiossincrasia do condutor português não muda. Sempre assim foi. Sempre assim será.
Adenda: Ler, a propósito, "Tá tudo grosso", de José António Barreiros: "o Governo quer que os produtores de bebidas paguem a campanha contra o excesso de consumo de álcool! E por isso ameaça-os: ou pagam ou arruino-vos o negócio, prendendo-vos os clientes!"

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