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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

ISTO

João Gonçalves 29 Mar 06

Paris "arde". Aqui nunca "arde" nada. Somos uns songamongas. Fomos poupados a todas as guerras, a todo o sangue, a todo o suor. Até o 25/4 foi feito com... flores. Existimos pela graça da nossa etérea bovinidade. Não sabemos dizer "não" a nada, nem que seja só pelo prazer de o dizer. A "massa" só se dá a conhecer nos jogos da bola. Antes assim. Nada pior que matilhas tresmalhadas ou carneiros perdidos pela ruas. Um país de salazarentos, mais do que de Salazar propriamente dito, é uma herança civilizacional pesada na qual não se conhece a força do contraditório e do conflito. Somos apenas isto.

D. MARGARIDA

João Gonçalves 28 Mar 06

A sra. D. Margarida Rebelo Pinto, que usa o epíteto de "escritora", interpôs uma providência cautelar "com a finalidade de impedir a distribuição e venda da obra Couves & Alforrecas: Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto", de João Pedro George. Este livro resulta de uma série de posts editados no Esplanar nos quais se analisava, detalhada e criticamente, a "prosa" da senhora recolhida da sua "obra completa". É claro que não falamos de literatura quando falamos de Margarida Rebelo Pinto, mas há muito boa gente equivocada no meio do lixo. A senhora e a sua editora alegam que, depois dos textos de João Pedro George, "as vendas sofreram uma forte quebra" o que constitui manifestamente uma enorme perda para a humanidade, como se calcula. O editor foi mais longe e falou em "ofensas" que não são "próprias de um estado de direito". Vai daí, achou por bem recorrer ao velho esquema da censura por interposta providência cautelar, destinada não só a apreender todos os livros eventualmente já cá fora, como, e sobretudo, a evitar que cheguem a sair. O respeitinho é muito bonito e, para não fugir ao esprit du temps, a sra. D. Margarida também parece estar preocupada com a licenciosidade e com a pouca vergonha. E diz ela que é escritora. Porra.

LER OS OUTROS

João Gonçalves 28 Mar 06

No Blasfémias, a dissecação do "Simplex" com recurso à história. Por exemplo, já em 1997, nos tempos do bonzinho Guterres, se prometiam caixas de correio electrónico para todos bem como o Diário da República "à borla" online.Também no Bloguítica, "Prova dos Nove" e "Central de Comunicação".

I SMELL SEXY

João Gonçalves 28 Mar 06

Uma das almas penadas do "portismo", o dr. Pires de Lima, lembrou-se de dizer que o CDS tinha de ser um partido "sexy", supôe-se que em oposição à sexualidade "branca" imprimida pela linha oficial de Ribeiro e Castro. Acontece que ocorreu a Ribeiro e Castro dar-se a si próprio um arzinho "sexy" e "entalar" a banda resmungona do grupo parlamentar com um congresso extraordinário. E Paulo Portas, o cínico presente-ausente da SIC Notícias, também deu um contributo para a teoria "sexy" do CDS, exibindo não apenas uma retórica adequada ao habitual fatinho às riscas - devidamente secundada por uma subserviente Clara de Sousa -, como umas másculas patilhas à agricultor da CAP que muito devem ter impressionado os seus epígonos. A "direita" está de férias forçadas e isso permite-lhe asneirar à vontade. Cavaco e Sócrates, para já, agradecem.

LITERACIA

João Gonçalves 27 Mar 06

Li algures que foi aberto um concurso para as universidades e os institutos equiparados fornecerem cursos específicos para os dirigentes da administração pública. De acordo com o governo, aos referidos dirigentes faltar-lhes-á esta "formação" suplementar para aí, sim, poderem exercer as respectivas funções com suposta competência. Desde tempos imemoriais - que precedem a ditadura e a democracia - que o Estado abriga invariavelmente "chefes" de diversa proveniência, com carreira, sem carreira, com mérito pessoal e profissional ou sem ele, distintos "amigos" ou ilustres desconhecidos. Não é à falta de possuírem um curso suplementar que essas almas exercem melhor ou pior os seus cargos. Existe um problema prévio de perfil, para recorrer ao lugar-comum. É tão simples quanto isto. E não adianta enfiar-lhes cursinhos pela cabeça adentro. Convém, aliás, assegurarem-se primeiro de que alguns deles efectivamente a têm.

QUANDO FOR POSSÍVEL

João Gonçalves 27 Mar 06

O programa “Simplex” do governo não é, de todo, má ideia. Como já tinha referido, os problemas são vastos no que respeita ao modo como se pretende poupar papel e o ambiente. O novo “dossier” de “regras” terá o garante que lhe compete de acordo com o grau de competência com que for empregue. Não vale a pena criar ilusões aos portugueses. Chegará, e ainda bem, mas a seu tempo. Quando a realidade burocrática dos espíritos deixar.

O SIMPLEX

João Gonçalves 27 Mar 06


O primeiro-ministro apresentou o "Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa" que leva um nome parecido com o de um detergente para a loiça, "Simplex 2006". O "programa" é manifestamente louvável e, na sua generosa intenção, prevê um conjunto de medidas que, a ser posto em prática, deixa muito do Estado à porta dos cidadãos. Aliás, Sócrates socorreu-se de uma expressão feliz quando esclareceu que a "grande ambição deste programa" era "pôr fim à era do Estado desconfiado que fiscaliza todos os actos e que acredita existir uma solução burocrática para cada problema". É pena que este zelo verdadeiramente liberal do chefe do governo não seja prosseguido noutras coisas e que, em tantos aspectos das nossas vidas pessoais e profissionais, continuemos a ser tratados como perfeitos idiotas por quem exerce um qualquer módico, mesmo que miserável, de autoridade. Não é por causa destas 333 "medidas" que vamos deixar de olhar para o Estado sem desconfiança. Com a nossa maldita tradição, jamais o Estado poderá ser um "parceiro" confiável e estimável. Existe por detrás de tudo uma "máquina" alimentada por homens e mulheres que não estão dispostos a, do pé para a mão, abdicarem das suas pequeninas prerrogativas e dos seus pequeninos poderes. Nessa matéria, o "Simplex" é, seguramente, demasiado simples e porventura ingénuo. Sobretudo quando vê nos dados electrónicos e na Internet a varinha mágica para combater a burocracia. Será que os cérebros do "Simplex" estão mesmo certos do país em que vivem? Esperemos para ver, como dizia o cego.

A MECÂNICA DOS FLUIDOS

João Gonçalves 27 Mar 06

Este texto do Eduardo Pitta é de uma subtileza atroz. Pressenti a que é que se referia e hoje, lendo outra coisa noutro local, percebi que acertei. Se a "piadola soez" veio de onde eu penso que veio - e o que li hoje aparentemente confirma-o -, equivale a escarro. Todos os pequenos poderes deste mundo não valem que se atire a honorabilidade de ninguém aos cães, como uma vez disse Mitterrand. Muito menos pelos grotescos trejeitos de dois ou três mal educados. "Portugal não muda. É pena."

OUTRORA vs O QUE VIRÁ

João Gonçalves 27 Mar 06

A agenda permite-nos variar e, nesse sentido, recordo a saúde com ligação rápida e instantânea para os negócios nela existentes. Quando se falou em atrasos públicos e colaborações “estratégicas” privadas ouviram-se logo as opiniões fortes da ala “pseudo-liberal-independente” constituída pela população empresária. Como lhes competiu, fizeram o favor de dizer que o argent estatal tinha a melhor utilidade no lado privado da saúde, para que todo o português conseguisse rapidamente operar a hérnia ou abortar sem morrer enquanto atura a morosidade especializada. Portanto, o queixume parou quando se teve oportunidade de deixar a mão encovada. Não tarda, quando o ministro da saúde deixar a sua indecisão sinuosa, e dependendo de como resolver a questão, estes senhores voltarão à baila. Por enquanto repousam na poltrona da sua mini-importância.

LEITURA

João Gonçalves 27 Mar 06

"Um estado moderno com propriedades totalitárias..." No Canhoto, de Rui Pena Pires.

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