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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

LITERACIA

João Gonçalves 27 Mar 06

Li algures que foi aberto um concurso para as universidades e os institutos equiparados fornecerem cursos específicos para os dirigentes da administração pública. De acordo com o governo, aos referidos dirigentes faltar-lhes-á esta "formação" suplementar para aí, sim, poderem exercer as respectivas funções com suposta competência. Desde tempos imemoriais - que precedem a ditadura e a democracia - que o Estado abriga invariavelmente "chefes" de diversa proveniência, com carreira, sem carreira, com mérito pessoal e profissional ou sem ele, distintos "amigos" ou ilustres desconhecidos. Não é à falta de possuírem um curso suplementar que essas almas exercem melhor ou pior os seus cargos. Existe um problema prévio de perfil, para recorrer ao lugar-comum. É tão simples quanto isto. E não adianta enfiar-lhes cursinhos pela cabeça adentro. Convém, aliás, assegurarem-se primeiro de que alguns deles efectivamente a têm.

QUANDO FOR POSSÍVEL

João Gonçalves 27 Mar 06

O programa “Simplex” do governo não é, de todo, má ideia. Como já tinha referido, os problemas são vastos no que respeita ao modo como se pretende poupar papel e o ambiente. O novo “dossier” de “regras” terá o garante que lhe compete de acordo com o grau de competência com que for empregue. Não vale a pena criar ilusões aos portugueses. Chegará, e ainda bem, mas a seu tempo. Quando a realidade burocrática dos espíritos deixar.

O SIMPLEX

João Gonçalves 27 Mar 06


O primeiro-ministro apresentou o "Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa" que leva um nome parecido com o de um detergente para a loiça, "Simplex 2006". O "programa" é manifestamente louvável e, na sua generosa intenção, prevê um conjunto de medidas que, a ser posto em prática, deixa muito do Estado à porta dos cidadãos. Aliás, Sócrates socorreu-se de uma expressão feliz quando esclareceu que a "grande ambição deste programa" era "pôr fim à era do Estado desconfiado que fiscaliza todos os actos e que acredita existir uma solução burocrática para cada problema". É pena que este zelo verdadeiramente liberal do chefe do governo não seja prosseguido noutras coisas e que, em tantos aspectos das nossas vidas pessoais e profissionais, continuemos a ser tratados como perfeitos idiotas por quem exerce um qualquer módico, mesmo que miserável, de autoridade. Não é por causa destas 333 "medidas" que vamos deixar de olhar para o Estado sem desconfiança. Com a nossa maldita tradição, jamais o Estado poderá ser um "parceiro" confiável e estimável. Existe por detrás de tudo uma "máquina" alimentada por homens e mulheres que não estão dispostos a, do pé para a mão, abdicarem das suas pequeninas prerrogativas e dos seus pequeninos poderes. Nessa matéria, o "Simplex" é, seguramente, demasiado simples e porventura ingénuo. Sobretudo quando vê nos dados electrónicos e na Internet a varinha mágica para combater a burocracia. Será que os cérebros do "Simplex" estão mesmo certos do país em que vivem? Esperemos para ver, como dizia o cego.

A MECÂNICA DOS FLUIDOS

João Gonçalves 27 Mar 06

Este texto do Eduardo Pitta é de uma subtileza atroz. Pressenti a que é que se referia e hoje, lendo outra coisa noutro local, percebi que acertei. Se a "piadola soez" veio de onde eu penso que veio - e o que li hoje aparentemente confirma-o -, equivale a escarro. Todos os pequenos poderes deste mundo não valem que se atire a honorabilidade de ninguém aos cães, como uma vez disse Mitterrand. Muito menos pelos grotescos trejeitos de dois ou três mal educados. "Portugal não muda. É pena."

OUTRORA vs O QUE VIRÁ

João Gonçalves 27 Mar 06

A agenda permite-nos variar e, nesse sentido, recordo a saúde com ligação rápida e instantânea para os negócios nela existentes. Quando se falou em atrasos públicos e colaborações “estratégicas” privadas ouviram-se logo as opiniões fortes da ala “pseudo-liberal-independente” constituída pela população empresária. Como lhes competiu, fizeram o favor de dizer que o argent estatal tinha a melhor utilidade no lado privado da saúde, para que todo o português conseguisse rapidamente operar a hérnia ou abortar sem morrer enquanto atura a morosidade especializada. Portanto, o queixume parou quando se teve oportunidade de deixar a mão encovada. Não tarda, quando o ministro da saúde deixar a sua indecisão sinuosa, e dependendo de como resolver a questão, estes senhores voltarão à baila. Por enquanto repousam na poltrona da sua mini-importância.

LEITURA

João Gonçalves 27 Mar 06

"Um estado moderno com propriedades totalitárias..." No Canhoto, de Rui Pena Pires.

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