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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

O "ESTADO DA ARTE"...

João Gonçalves 22 Mar 06

... do dr. Portas visto magnificamente por Fernanda Câncio. Aquilo não "cola" e, de facto, não é preciso dizer mais nada. "mas lá está, ninguém foge à sua natureza, e a de portas não é de grand seigneur, é de puto rebelde com manias. nenhum grande senhor cheio de serenidade e de desprezo pela politiquice seria apanhado a dizer "sei o peso que as minhas palavras têm". aliás, como é óbvio, ninguém cujas palavras tenham de facto peso sente necessidade de o afirmar".

"MODERNIZAR O CASAMENTO"

João Gonçalves 22 Mar 06

O Bloco de Esquerda, que andava moribundo desde a justa sova que Francisco Louçã levou nas presidenciais, decidiu apresentar uma proposta legislativa que altera o divórcio. Segundo o distinto prof. Rosas, importa "modernizar o casamento" e, consequentemente, acabar com ele de uma forma mais expedita. Os bloquistas entendem que basta a "vontade" de um dos cônjuges para, em três meses e com duas conferências matrimoniais, pôr termo ao contrato. Trivialidades como o património comum ou os filhos são tratados em "processos paralelos". De uma forma sucinta, o prof. Rosas resumiu a lógica da coisa: "Uma pessoa casa-se. Chega à conclusão que foi um erro de casting. Pode requerer a dissolução do casamento. Conclui que se enganou, que não está bem, pede o divórcio". Eu não gosto de casamentos, seja com quem for, e julgo que não há maneira de os "modernizar". Todavia parece-me que fazer deles laboratórios para experiências a dois, como propôe o BE, só contribui para desacreditar ainda mais a provecta instituição. Dá ideia que alguém se casa a pensar de imediato em se divorciar quando lhe der na real gana. Mais vale estar quieto.

LER OS OUTROS

João Gonçalves 22 Mar 06

José António Barreiros, "Cobranças duvidosas" . E, no Desfazedor de Rebanhos, a excelente série "Quaresmas".

O PROTESTO

João Gonçalves 22 Mar 06

Os "agricultores portugueses" andam nas ruas a berrar contra o ministro. Quem os ouvir até pode julgar que existe uma coisa chamada "agricultura portuguesa". Acontece que já não existe e há bastante tempo, aliás. A mudança de "paradigma" - uma expressão utilizada agora a torto e a direito para quase tudo - a favor dos serviços e do betão, por um lado, e a pobreza evangélica e desprovida de imaginação dos nossos "agricultores", por outro, transformaram a paisagem e a produção. Depois a Europa e as importações, que é uma coisa que não entra na cabeça dos ditos "agricultores", fizeram o resto. A mediocridade indígena, como de costume, veio ao de cima e agarrou-se, como uma lapa, à "subsídio-dependência", a nacional e a de Bruxelas, ambas pagas generosamente com o dinheiro dos contribuintes. Os "agricultores" esbracejam em nome de um mundo desaparecido e dos euros que garantem a sua irrisória sobrevivência enquanto tal. Ainda ninguém lhes fez o favor de explicar isso.

ALEGRIA NO TRABALHO

João Gonçalves 22 Mar 06

De acordo com o Diário de Notícias, o ministério das Finanças, por e-mail, convidou e depois "desconvidou" os respectivos funcionários a participarem na meia e mini-maratonas de Lisboa do próximo domingo. Aparentemente a coisa não passaria de mero folclore se não se atentasse no teor do "convite" e na "oferta" que o acompanhava. Começa-se por aqueles elogios triviais às virtudes de uma vida saudável, algo que supostamente se adquire pela prática do desporto e que corresponde - repare-se na extrema piroseira terminológica - à "demonstração de vontade de vencer o sedentarismo, de amor à vida e de solidário companheirismo com os milhares de participantes que abraçaram estes mesmos ideais". Encerrada a parte propriamente desportiva da mensagem, o convite passa a tratar da política orçamental do governo ("na política orçamental - "consolidar agora para um futuro melhor" foi o lema que inscrevemos no Orçamento do Estado para 2006 - o esforço de consolidação que estamos a prosseguir é absolutamente necessário para assegurar a boa saúde das nossas finanças públicas no longo prazo") e termina de forma sublime apelando a que os funcionários participem "na 16.ª meia-maratona (ou minimaratona) de Lisboa no dia 26 de Março" exibindo "uma camisola com o dístico "Consolidar agora para um futuro melhor" gentilmente fornecida pelo ministério. Num acesso de bom senso, alguém deve ter reparado que esta "iniciativa" avivava as melhores tradições da ex- FNAT do dr. Salazar, para os mais velhinhos, e da falecida Mocidade Portuguesa, para os mais novos, e acabou com ela. Só no PREC é que ao voluntarioso Vasco Gonçalves ocorreu o "dia de trabalho para a nação", em nome da "revolução". A "alegria no trabalho", associada à propaganda de um regime ou de uma política de um regime, não é própria dos costumes alegadamente democráticos. O recurso ao expediente das camisolas e das corridas para efeitos propagandísticos nada subliminares, não lembra ao careca, como diria o prof. Marcelo. As "campanhas" disto e daquilo, aprendidas nas melhores escolas estalinistas ou maoistas, não resultam em democracia onde os homens não se "mudam" contra a sua vontade, nem por artes mais ou menos circenses. Em democracia, para o bem e para o mal, as coisas são mesmo o que elas são. Não adianta mascarar.

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