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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

FERNANDO GIL 1937-2006

João Gonçalves 19 Mar 06


"As controvérsias mais importantes e mais interessantes são, em geral, as mais indecidíveis e, sobretudo, aquelas em que - antes ainda das divergências sobre as melhores soluções - os objectos não são os mesmos para todos."
Mimesis e Negação

INTERNAL AFFAIRS

João Gonçalves 19 Mar 06

O zelo doméstico pelo respeitinho está morto por chegar à blogosfera. Este artigo do Diário de Notícias chama a atenção para o facto de os autores dos blogues- pelo menos os que não são anónimos - estarem, em caso de "injúria" ou de "difamação", sujeitos à lei geral. Traduzido para bom português, "estar sujeito à lei geral" quer muito simplesmente dizer que os autores de blogues não devem ser "licenciosos" e que devem usar a liberdade de expressão com a parcimónia exigida pelos bons costumes e pelo espírito pidesco e inquisitorial que mora dentro de cada um de nós. Os blogues, como eu os entendo, servem precisamente para qualquer cidadão, jornalista ou não, exprimir livremente e, de preferência, com acinte a sua opinião que não tem necessariamente que coincidir com a opinião pública ou com a que se publica. E, sob a capa da "injúria" e da "difamação", é facílimo ao primeiro polícia de opinião sugerir um delito. É claro que um ideal normalizador apontaria para o fim dos blogues, pelo menos daqueles que não se ocupam apenas com as fraldas dos bebés ou com as vicissitudes de uma carreira. Todavia não julgo que isso venha a acontecer, bem pelo contrário. O vazio, que é o lugar e o modo dos nossos tempos, tem de ser ocupado. Os blogues são, nesse sentido, profilácticos. E para serem profilácticos, por vezes devem ser licenciosos no que o adjectivo contém de pureza originária, sem dissimulações. Para estas, basta a vida como ela é.

TODOS OS DIAS

João Gonçalves 19 Mar 06

O comércio decretou que hoje era o "dia do pai". As famílias, sempre obdientes ao credo das montras, arrantam-se para as lojas e para os restaurantes. Os mais velhinhos, remetidos oportunamente para lares sombrios, têm o seu pequeno momento de glória durante umas horas. Vão ser passeados e alimentados de forma diferente, pelo menos ao almoço. Ao final do dia regressam e ficam de novo entregues à sua solidão e à memória, para aqueles que ainda a possuem. A fraternidade merceeira nunca me atraiu. Esta coisa dos "dias" deste ou daquele é uma frivolidade aceite pela pequena burguesia de espírito para poder dormir descansada e para as criancinhas se entreterem. O sentimento não se paga com relógios, gravatas, perfumes ou flores. Está lá ou nunca esteve. Todos os dias.

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