O discurso de posse de Cavaco Silva confortou-me. Ao contrário daqueles que viram nele a "retoma" da "pose" de chefe de governo, eu fiquei satisfeito por perceber que este vai ser um presidente diferente. Previsível, como disse outro dia o dr. Portas, porém diferente. Cavaco falou de "exigência" para além da mera - tantas vezes hipócrita - "cooperação institucional". Isso é bom. Os poderes constitucionais do PR não servem apenas para proferir banalidades. O PR não deve ficar refém do jargão parlamentarista ou do "presidencialismo do primeiro-ministro", tão defendidos pelas "agendas" mediáticas e pelo politicamente correcto. Tem de ter um pensamento próprio e não ter receio de, se for esse o caso, ser o liderante institucional do regime. É quanto basta.
No final da cerimónia da tomada de posse do novo Chefe do Estado, seguiu-se a habitual e entediante sessão de cumprimentos. Desde os convidados estrangeiros ao mais anónimo cidadão presente, praticamente toda a gente passou pelo Salão Nobre da AR. Até Santana Lopes, um homem indiscutivelmente cortês, foi apertar a mão de Cavaco Silva. Todavia quem se esgueirou pela chamada "esquerda baixa" foi Mário Soares, desaparecido desde o dia 22 de Janeiro, que fugiu indiscretamente dos cumprimentos como o diabo da cruz. Como burguês bem educado e como político experimentado, Soares, por uma vez, não esteve à altura da sua biografia e do seu estatuto "senatorial". A sua idiossincrasia não lhe permite aceitar em bons termos a emergência definitiva do "camponês de Boliqueime" como supremo magistrado da nação. O gesto - feio - é só o que sobra.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...