Por estranho que pareça, quase que subscrevo na íntegra oartigo de José Medeiros Ferreira sobre Jorge Sampaio, retirando-lhe as intimidades e as maldades. "Bati-lhe" forte e feio no ano em que aceitou a debandada de Barroso e em que foi complacente com a trapalhada de Santana Lopes. Não aprecio a sua visão timorata do cargo que deixa daqui a dois dias, já que, mesmo com as duas dissoluções, acabou por deixar um lastro de presidente parlamentarista. Todavia, agora que se aproxima do final dos seus dois mandatos, importa fazer-lhe alguma justiça global. Sempre considerei que Jorge Sampaio seria um Presidente próximo de nós e respeitador das nossas individualidades e diferenças. À sua maneira, não foi outra coisa. Também à sua maneira, quase como um mediano funcionário público, cumpriu o seu papel. Respeitou literalmente a Constituição – que lê mais como jurista do que como político -, sem excessos, rasgos ou concessões. Não julgo que tenha jamais feito “favores” a qualquer Governo - Santana Lopes foi uma espécie de “vício na formação do acto” -, nem que tenha ajudado a minar oportunidades à oposição. Considero, aliás, que a afectividade que colocou no exercício do cargo, apesar das trivialidades e da propensão doentia para a irrelevância, fazem dele, com naturalidade, um de nós. Para o melhor e para o pior.
Chega hoje pela televisão por cabo, através da SIC-Notícias, o dr. Portas. Para o efeito pretendido, por ora basta. Os últimos maiores actos eleitorais - as legislativas e as presidenciais -, goste-se ou não, deram mais sentido à palavra crediblidade do que as peripécias imediatamente anteriores de que o dr. Portas prudentemente se afastou sem se afastar completamente. O seu "estado da arte" deverá reflectir essa singular ambiguidade: a do político que já foi e que quer voltar a ser, e a do polemista que a pose de Estado forçou a ficar provisoriamente para trás. Portas quer obviamente ser um dia primeiro-ministro e gozar de alguma respeitabilidade geral. Suspeita-se maior que o seu pequeno partido, mas ainda pressente que é insuficente para a "direita" que conta. Em suma, o Portas político e o Portas polemista precisam de se crediblizar já que é esse o traço que move o eleitorado desconfiado. Para já, quer um lugar vagamente ao sol entre Sócrates e Cavaco, dois políticos austeros e nada dados a libertinagens. Marques Mendes e Ribeiro e Castro não contam. Pode ser que tenha graça.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...