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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

"PARÂMETROS"

João Gonçalves 2 Mar 06

Percebo, pelo Minha Rica Casinha, que o dr. Vitor Ramalho, uma das mentes "lúcidas" que ajudaram a empurrar Mário Soares para o desastre de Janeiro último, se enganou "nos parâmetros". Eu vi e ouvi o que o dr. Ramalho disse vezes sem conta na SIC Notícias acerca da campanha presidencial, do seu candidato e do agora presidente eleito. E sei que, logo a seguir às eleições autárquicas, o mesmo dr. Ramalho defendia, no antigo cinema Eden, que Soares desistisse. No texto citado pelo MRC, Ramalho remete aparentemente a culpa para Soares depois de ter sido um dos seus mais fiéis cortesãos-coveiros. Razão tem Maria de Fátima Bonifácio no seu artigo para a Atlântico: "Confiado na sua lendária capacidade para desencadear uma vaga de fundo a seu favor - um cálculo que os "amigos" e a "Corte" por certo lhe confirmaram - declarou-se pela terceira vez candidato à Presidência da República, para impedir que esta lhe fosse arrebatada pelo seu velho rival e apropriada pela "Direita". Foi, como se viu, um "erro de gnose". Um "erro" que, pelos vistos, Ramalho já sacudiu do seu capote para cima de Soares. Não valia a pena.

EYES WIDE SHUT

João Gonçalves 2 Mar 06


Não se deve disparar sobre uma ambulância.

"CHEGAR À FRENTE"

João Gonçalves 2 Mar 06

Provavelmente o que vou escrever a seguir é uma heresia. No Insurgente defende-se que Manuela Ferreira Leite deveria suceder a Marques Mendes na liderança do PSD designadamente por as circunstâncias exigirem "alguém com reputação de rigor orçamental". Sem negar, antes pelo contrário, essa qualidade à ex-ministra das Finanças, gosto sempre de lembrar que MFL não é propriamente uma "política". Fora as pastas ministeriais, o único cargo com dimensão política - em sentido estrito - que ocupou foi o de líder da bancada parlamentar e, ao contrário de Marques Mendes, não deixou saudades. E quando esteve à frente da distrital de Lisboa, em cujas listas colaborei, o único lastro visível que deixou foi... António Preto. A um chefe da oposição não lhe basta ser um razoável ou mesmo bom técnico que se "mete" na política. Cavaco, Guterres, Barroso, mesmo Santana Lopes e Sócrates chegaram onde chegaram - a S. Bento - por causa da política e não exactamente por saberem fazer contas. A notoriedade de MFL, tal como a de Marcelo, por outros motivos, catapulta-os naturalmente para as preferências dos "barómetros". Todavia isso não produz nenhum líder e, muito menos, uma política. Mendes ainda anda à procura da sua e o congresso deve dar-lhe fôlego para a perseguir. Não julgo que esta seja "a hora" de mais ninguém até porque mais ninguém se deve achar na sua "hora". Muito menos Ferreira Leite se deve "chegar à frente".

O IPO

João Gonçalves 2 Mar 06


Há cerca de três, quatro anos, passei uma lúgubre temporada em que corria todos os dias para o Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Tive tempo suficiente para ver morrer muita gente de idades variadas enquanto esperei pela morte, felizmente tranquila, do meu pai. No meio da coisa, ficou-me uma boa impressão geral do pessoal do IPO. Médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar. Leio que o dr. Correia de Campos e que o director do IPO pretendem "vender" os terrenos de Palhavã e mudar o IPO para Oeiras ou para outro lugar qualquer. O IPO não é um hospital vulgar. Centenas de pessoas vêm dos locais mais remotos de país para tratamento ou internamento em Palhavã. É verdade que os oitenta anos das primeiras instalações pesam. E que aparentemente quaisquer obras adicionais não resolvem a questão, segundo o director. Todavia não pode ser indiferente à decisão a localização do Instituto. É, parece-me, importante manter a "centralidade" do mesmo e não pensar sequer dois minutos em transpô-lo para os arrabaldes de Lisboa. Este é um daqueles serviços públicos que não pode estar à mercê do caprichismo político. Que a criatividade incontinente do dr. Correia de Campos não lhe limite a visão razoável da realidade.

LER

João Gonçalves 2 Mar 06

Na Grande Loja, "a retoma que não chega" .

TRIVIA

João Gonçalves 2 Mar 06

Felizmente que é já daqui a uma semana que Jorge Sampaio passa a meu igual. Ontem, num acesso justificado pela ausência em Timor, o ainda presidente escarrapachou trinta e três medalhas em lusos peitos. Estava "atrasado" dez dias. Até ao fim haverá mais gestos desta frívola natureza. Ainda faltam, julgo eu, os assessores, os mordomos, os contínuos e os motoristas. Se Cavaco Silva se descuida, acaba condecorado no próprio dia da posse ou, então, a condecorar Sampaio. Seria sempre um mau começo.

"MEDIDAS"

João Gonçalves 2 Mar 06


Eu não devo nada ao Fisco. Normalmente o Fisco é que me deve todos os anos alguma coisa. Como solteiro e sem filhos, uma maldição fiscal, pago mais que o comum português cheio de crias e de esperteza saloia. Acresce que trabalho "por conta de outrem" pelo que não tenho maneira de escapar. Aliás, são os "por conta de outrem" e o IVA quem paga o "sistema". O resto é praticamente "peanuts". A boca do cofre, previamente escancarada pela "retenção na fonte", encarrega-se do exercício. Apesar das evidências, este governo, como os anteriores, supôe que vai combater a "evasão fiscal". O dr. Teixeira dos Santos, um voluntarista simpático, anunciou para Julho a exposição pública, via internet, dos contribuintes devedores de determinados montantes, montantes esses que irão baixando ao longo dos anos e, presume-se, "engrossando" a lista. O governo espera que, com esta medida, os devedores se comovam e se envergonhem e, mansamente, paguem o que devem. Por outro lado, o dr. Teixeira dos Santos também decidiu "atacar" as reclamações. Quem reclamar, fica automaticamente sujeito à quebra do sigilo bancário e pode ver as suas continhas devassadas. Trocadas por miúdos, estas "medidas" representam mais um avanço do Estado contra o "indivíduo", pessoa ou empresa, no sentido de lhe criar um sentimento de culpa "social" e simultaneamente fazer cair sobre o devedor o opróbrio colectivo. Vizinhos, inimigos de estimação, invejosos e simples voyeurs têm aqui "pano para mangas" sem sequer o Fisco ter a certeza de que os visados se importem excessivamente com a exposição e passem a cumprir automaticamente. A verdade é que quem foge ao Fisco é visto pela populaça como um herói e o pagador respeitável como um tanso. Por isto, não tenho a certeza de que estas "medidas" representem um passo em frente ou se, pelo contrário, são mais uma máscara para tapar o essencial que continuará, evidentemente, escondido.
Adenda: O João Caetano Dias, ex-Jaquinzinhos, ex-camarada do Pulo do Lobo e actual Blasfemo, lembrou-me, e bem, de outras situações equivalentes à maldição fiscal dos solteiros. Aqui e aqui.

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