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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

"MEDIDA HIGIÉNICA"

João Gonçalves 8 Fev 06


Eu vou "averiguar" a minha para semana.

STATUS ANXIETY - 2

João Gonçalves 8 Fev 06


Uma leitura (a continuar) do documentário (que também continua, de acordo com a Carla, em mais duas "partes" na 2:) de Alain de Botton, Status Anxiety, feita por João Pedro George. O livro está traduzido pela D. Quixote.

O ÓBVIO E O OBTUSO

João Gonçalves 8 Fev 06

Para ler no Bloguítica e no Espectro.

HETERODOXIA

João Gonçalves 8 Fev 06


A Gradiva deu à estampa uma reedição de "Heterodoxia I", de Eduardo Lourenço. Folheei-a e ocorreu-me que possuo uma edição dos anos oitenta, da Assírio & Alvim, que junta as duas "heterodoxias" num único livro. Estão separados por cerca de dezassete anos, sendo o primeiro do final dos anos quarenta e o segundo de meados da década de sessenta. Para a edição da "Assírio", Lourenço escreveu um bonito prefácio "explicativo" a que chamou "Escrita e Morte" que me parece estar ausente da versão da Gradiva. É pena. Neste momento de perturbação por causa da querela em marcha nas ruas da Europa e de alguns países islâmicos, o livro velhinho de Eduardo Lourenço é uma leitura altamente recomendável. Lembremo-nos que foi escrito numa altura em que, por cá, o neo-realismo ligado ao PC tomava conta dos "intelectuais" - a coisa está muito bem descrita em alguns capítulos do mais recente volume da biografia de Cunhal, de Pacheco Pereira - e em que, na filosofia, Sérgio e os seus "discípulos" imperavam. Lourenço era então muito jovem, mas já "bastante" europeu. "Heterodoxia", como o nome indica, é um texto de ruptura e, no Portugal soturno de um lado e do outro, uma audácia. É, como escreve Lourenço, uma manifestação de respeito pela divisão do homem. "A heterodoxia não é fácil. Serviço divino a poucos cometido, paga-o a moeda que os deuses amam: a amargura e a solidão. Obedientes a um único mandamento, o de não recusar para as trevas aquilo que se vê na luz, essa exigência dá aos heterodoxos uma aparência inequívoca de dureza. Porque o Senhor é um só e os amigos, a mulher, o pai e a mãe não lhe guardam fidelidade, o heterodoxo não pode fazer outra coisa que declarar que "pai e mãe e amigos" são os que servem o deus e não aqueles que o mundo aponta segundo a carne. Mas trocar os amigos, o pai e a mãe, pela loucura invisível da Verdade, é ofender o mais originário dos mandamentos, o grito mais veemente da caridade animal e por isso o preço da ofensa é pago em amargura e solidão. E na boca daqueles cujo espírito é paz e cujo coração está cheio duma piedade comovida pelo destino de cada homem, o deus da heterodoxia pôe a palavra "guerra". Porque a paz do mundo é a negação do homem, os que amam o homem a ponto de se consumir nessa talvez inútil paixão, declaram que vêm trazer a guerra".

"SE ALGUÉM TEM OUVIDOS PARA OUVIR, OUÇA"

João Gonçalves 8 Fev 06


Entrei por uns momentos numa capela "metida" num centro comercial. Demorei-me o suficiente para reparar na cruz. Simples, "moderna", a imagem eterna de Cristo crucificado impressiona-me sempre. Todo o sofrimento do mundo se condensa nessa imagem escandalosa e inexplicável de Alguém que se deixou abater pela impossível salvação do homem. Na sua inexpugnável solidão - "Pai, por que me abandonaste?" -, Jesus é o maior monumento de coragem que eu conheço. Consultei, porque estava aberta, a Liturgia (Mc 7, 14-23). Passo a citar. "E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: "Ouvi-me vós, todos, e compreendei. Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar. Mas o que sai dele, isso é que contamina o homem. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça." Depois, quando deixou a multidão, e entrou em casa, os Seus discípulos O interrogavam acerca desta parábola. E Ele disse-lhes: "Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar porque não entra no seu coração, mas no ventre, e é lançado fora, ficando puras todas as comidas?" E dizia: "O que sai do homem, isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfémia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem." Na linearidade luminosa e angustiada da Palavra, Jesus, sem querer, "responde" por antecipação ao "abandono" do Pai, penetrando até ao fim nesse coração de trevas que é o coração do homem. Não tenho a certeza de ter saído melhor dali.

DO LADO DE CÁ

João Gonçalves 8 Fev 06

Pediram-me, por e-mail, para divulgar o "comunicado-convite" que se segue. Eu não sou muito "dado" a este género de manifestações e não tenciono ir. Todavia, nesta coisa de "take sides", eu, apesar de andar meio perdido, ainda sei qual é o meu. Só por isso.

Na próxima 5ª feira, 9 de Fevereiro, pelas 15 horas, um grupo de cidadãos portugueses irá manifestar a sua solidariedade para com os cidadãos dinamarqueses (cartoonistas e não-cartoonistas), na Embaixada da Dinamarca, na Rua Castilho nº 14, em Lisboa. Convidamos desde já todos os concidadãos a participarem neste acto cívico em nome de uma pedra basilar da nossa existência: a liberdade de expressão. Não nos move ódio ou ressentimento contra nenhuma religião ou causa. Mas não podemos aceitar que o medo domine a agenda do século XXI. Cidadãos livres, de um país livre que integra uma comunidade de Estados livres chamada União Europeia, publicaram num jornal privado desenhos cómicos. Não discutimos o direito de alguém a considerar esses desenhos de mau gosto. Não discutimos o direito de alguém a sentir-se ofendido. Mas consideramos inaceitável que um suposto ofendido se permita ameaçar, agredir e atentar contra a integridade física e o bom nome de quem apenas o ofendeu com palavras e desenhos num meio de comunicação livre. Não esqueçamos que a sátira – os romanos diziam mesmo "Satura quidem tota nostra est" – é um género particularmente querido a mais de dois milénios de cultura europeia, e que todas as ditaduras começam sempre por censurar os livros "de gosto duvidoso", "má moral", "blasfemos", "ofensivos à moral e aos bons costumes". Apelamos ainda ao governo da república portuguesa para que se solidarize com um país europeu que partilha connosco um projecto de união que, a par do progresso económico, pretende assegurar aos seus membros, Estados e Cidadãos, a liberdade de expressão e os valores democráticos a que sentimos ter direito.
Pela liberdade de expressão, nos subscrevemos
Rui Zink (916919331)
Manuel João Ramos (919258585)
Luísa Jacobetty

QUESTÕES DE CONFIANÇA

João Gonçalves 8 Fev 06

Um estudo a divulgar pela Polícia Judiciária, através do seu departamento de combate à corrupção, demonstra que os principais "clientes" do referido departamento são, por esta ordem, o "poder" autárquico e as forças de segurança. Nada de aparentemente novo nisto, a não ser duas coisas. A primeira clientela é eleita por nós, cidadãos papalvos, e é apresentada, desde o mais alto magistrado da Nação até ao padeiro, como uma das maiores conquistas "de Abril". As forças de segurança supostamente existem para nos proteger e para nos garantirem, como o nome indica, um módico de segurança. No fundo, e em ambos os casos, trata-se de uma questão de confiança numa coisa pomposa a que se chama "sistema" ou, mais a sério, "regime". Você confia? Eu não.

UM MUNDO PERFEITO

João Gonçalves 8 Fev 06

O engenheiro Belmiro é que nos podia fazer a todos um grande favor. Lançava uma "opa" geral sobre o país. Nada escapava. O governo - o que é que ele ia fazer com certos ministros? -, o parlamento - um só deputado sente que vale um milhão de votos , o que é que isso não vale? -, as autarquias - o que é que ele ia fazer com os presidentes de junta e de câmara?-, a administração pública - onde é que, no mundo "Sonae", ia caber tanto preclaro dirigente burocrático?, os tribunais, as polícias, as "ong", as associações das famílias numerosas, as associações de gays e lésbicas, os sindicatos, os patronatos, as universidades -sim, o que é que ele ia fazer com tantas luminárias analfabetas?- e por aí fora. Haverá mesmo um mundo perfeito?
Adenda: Ouço o conde (ou duque) Horta e Costa, da PT, e dá-me ideia que o eng.º Belmiro quer "dar pérolas a porcos" quando há tanto lugar bom onde se pode ganhar dinheiro. O dr. Lino, do governo, também quer a sua "golden share" no quentinho. Vale a pena perder tempo?

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