Meio mundo, nosso e próximo, prostrou-se embotado perante o patrão da Microsoft, o sr. Bill Gates. Nem à pindérica Ordem do Infante D. Henrique a criatura foi poupada. Gates parece que veio dar um empurrão financeiro ao "plano tecnológico" e simultaneamente exercer filantropia. De caminho, parou para ensinar ao governo, aos "altos quadros da administração pública e local" e a outras luminárias dispensáveis a "técnica" da "boa governança" e da boa "gestão" de acordo com o seu cânone. Este comovente interesse por Bill Gates - com direito à parola exibição televisiva das "medidas de segurança" que envolvem o acontecimento - apresenta contornos do foro erótico. Muita gente se terá espremido para estar presente, mesmo que de longe, e "tocar" o homem. O pior da coisa não é Gates, alguém a quem, naturalmente, muito devem os tempos correntes. A assistência é que me preocupa. O que é que tanta "elite" democrática e burocrática pode "beber" da cartilha Gates? O que é que, tudo somado a final, nos conforta e "moderniza"? Escuso-me de lembrar as tentativas, desde as sérias às puramente grotescas, feitas ao longo da nossa história em prol da "modernização" e de um "novo homem", português e mais recentemente cibernético. Suspeito que Bill Gates não imagina com quem é que se veio meter, nem isso lhe deve interessar para o efeito. Daqui parte para outra, designadamente para a Europa a sério, e não se fala mais nisso. As "elites" e os burocratas regressam a casa mais contentes. Afinal, amanhã é um outro mesmo dia.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...