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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

SALIERI

João Gonçalves 28 Jan 06


Por causa do aniversário mozartiano - por uns dias, muita gente decidiu gostar de Mozart e de música dita clássica, mesmo que nunca tivesse gostado -, fui rever Amadeus, o filme de Milos Forman. Nunca foi a personagem do idiota genial criada por Tom Hulce que me impressionou, muito menos aquele risinho estereotipado. O filme, baseado na obra homónima de Peter Shaffer, vale sobretudo pela interpretação de F. Murray Abraham no papel do famoso compositor da corte, Antonio Salieri. Não é certo que a história, a verdadeira, tivesse sido assim, como o ensandecido Salieri conta ao padre que o quer confessar. Salieri foi mais do que o filme o "pinta". Teve alunos célebres como Beethoven, Schubert ou Liszt. O primeiro dedicou-lhe as "sonatas para violino". Entre os finais do século XVIII e o princípio do seguinte foi deixando de compôr aos poucos porque percebeu que estava a ficar "démodé", o que é uma manifesta prova de lucidez. Talvez Armida e L'Europa Riconosciuta tenham ficado como as suas "master pieces", a última, aliás, escolhida para a inauguração do Teatro Alla Scalla de Milão. No fim do filme, Salieri/ Murray Abraham abençoa, por interposto padre, todas as mediocridades do mundo, vendo-se a ele próprio como o "Deus" dessas mediocridades. Deus propriamente dito teria protegido Mozart e deixado a Salieri o talento do fracasso. Não foi bem assim. Todavia, como eu costumo dizer e praticar, até para fracassar é preciso ter talento. E Salieri tinha.

VIVER HABITUALMENTE

João Gonçalves 28 Jan 06


Uma semana depois das eleições presidenciais, temos o país de volta. O "viver habitualmente" de que falava Salazar, o sábio rústico que nos percebeu como ninguém, regressou sob a forma do "benfica-sporting" - não se fala de outra coisa há cinco dias e hoje é aconselhável fugir das imediações -, do "euromilhões" e, mais extravagantemente, do frio. Ao contrário do que alguns bloggers profetizam, eu julgo que a "política" vai hibernar. Em menos de um ano, foi esse o sentido maioritário do voto: uma maioria absoluta para nos "tratar da vida" e um presidente austero, "político ma non troppo", para vigiar por nós. Em suma, podemos viver habitualmente.

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