Por causa do aniversário mozartiano - por uns dias, muita gente decidiu gostar de Mozart e de música dita clássica, mesmo que nunca tivesse gostado -, fui rever Amadeus, o filme de Milos Forman. Nunca foi a personagem do idiota genial criada por Tom Hulce que me impressionou, muito menos aquele risinho estereotipado. O filme, baseado na obra homónima de Peter Shaffer, vale sobretudo pela interpretação de F. Murray Abraham no papel do famoso compositor da corte, Antonio Salieri. Não é certo que a história, a verdadeira, tivesse sido assim, como o ensandecido Salieri conta ao padre que o quer confessar. Salieri foi mais do que o filme o "pinta". Teve alunos célebres como Beethoven, Schubert ou Liszt. O primeiro dedicou-lhe as "sonatas para violino". Entre os finais do século XVIII e o princípio do seguinte foi deixando de compôr aos poucos porque percebeu que estava a ficar "démodé", o que é uma manifesta prova de lucidez. Talvez Armida e L'Europa Riconosciuta tenham ficado como as suas "master pieces", a última, aliás, escolhida para a inauguração do Teatro Alla Scalla de Milão. No fim do filme, Salieri/ Murray Abraham abençoa, por interposto padre, todas as mediocridades do mundo, vendo-se a ele próprio como o "Deus" dessas mediocridades. Deus propriamente dito teria protegido Mozart e deixado a Salieri o talento do fracasso. Não foi bem assim. Todavia, como eu costumo dizer e praticar, até para fracassar é preciso ter talento. E Salieri tinha.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...