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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

ALIEN

João Gonçalves 23 Jan 06

Helena Roseta, a única especialista em política na falecida candidatura de Manuel Alegre - e, mesmo assim, má -, veio dizer que o milhão e não sei quantos mil votos no homem valiam mais do que o PS. É uma visionária, esta Helena. Depois disse que os "valores" da candidatura de Alegre (quais valores?) vieram para ficar e mostrou vontade de os arregimentar juntamente com o tal milhão. Num acesso de magnanimidade, Alegre esclareceu que não pretende "armar" nenhum partido ao lado do PS. Todavia deixou pairar a ideia de que aquela "cidadania" toda tinha de ser bem estudada. Julgo que os que votaram em Alegre - e que me merecem todo o respeito - não tinham bem a noção no que é que se estavam a meter. O atomismo basicamente nulo das suas "propostas" permite tudo e o seu contrário. Como alguém disse com manifesta felicidade, Alegre era Américo Tomás e Humberto Delgado ao mesmo tempo. O "voto de protesto" em Alegre mostra que os partidos não sabem cuidar das suas crias. É como a série do "Alien, o oitavo passageiro". Quando dão por isso, já é tarde.

TAMBÉM É SUA...

João Gonçalves 23 Jan 06

... a derrrota, Pedro Santana Lopes, regressado por breves instantes do anonimato político a que o forçam duas "voltas" consecutivas em perda. Este original morto-vivo - a melhor peça intuitiva da "direita" que não há meio de perceber que deve hibernar por uns tempos - não resistiu a um comentário politicamente nulo sobre os resultados eleitorais. Por que é que não avançou?

TAMBÉM É SUA...

João Gonçalves 23 Jan 06

... a derrota, caro Vital Moreira, e do seu tremendismo constitucionalista coimbrão. No género da sua prosa da "despromoção", recebi alguns "sms" ilustrativos deste pensamento jacobino que não suporta conceptualmente a vitória do "santinho de Boliqueime" ou, na versão monárquica, "pouco sofisticado" e "rústico". Há gente que não consegue, por muito que se esforce, deixar entrar a realidade pelos respectivos olhinhos adentro. Não aprenderam nada e reclamam eterno paternalismo democrático. Não há pachorra. Em sentido contrário, ou seja, lúcido, o "soarista" Eduardo Pitta remata bem: "uma vitória curta não tem menos legitimidade que uma vitória gorda."

TAMBÉM É SUA....

João Gonçalves 23 Jan 06

... meu caro Medeiros Ferreira. Sua e daqueles que insistiram com Soares nesta aventura arrogante e duplamente perdedora. Perdedora para o antigo Chefe de Estado e perdedora para o PS, um partido a braços com a responsabilidade maioritária de conduzir o país na legislatura. Vale, no meio deste jogo de sombras, a credibilidade de José Sócrates que as candidaturas de Soares e Alegre visavam essencialmente atingir. Teve sorte. "Saiu-lhe" o presidente certo.

OS PERDIDOS (actualizado)

João Gonçalves 23 Jan 06

Esta eleição presidencial registou um verdadeiro exército de derrotados. À semelhança do que aconteceu no final do ano, elenco, à medida que me for lembrando, as coisas, os gestos e as pessoas em causa.
  • o discurso de derrota de Jerónimo de Sousa que veio "branquear" a imagem simpática que tinha deixado na campanha ou o regresso do estalinista de Pires Coxe;
  • o discurso de derrota de Louçã, que é candidato a tudo e mais alguma coisa que lhe dê tempo de antena evangélico, prometendo mais "luta";
  • o discurso de derrota de Alegre, interrompido a frio por Sócrates, onde insistiu no seu equívoco vazio que deve ter deixado as "esquerdas" à beira de um ataque de nervos;
  • os cortesãos de Mário Soares, mais do que o próprio;
  • a chorona Helena Roseta que falou na SIC directamente para a estratosfera;
  • as reportagens de Anabela Neves na SIC contra Cavaco;
  • o Padre Melícias que nunca escamoteou o seu odiozinho pouco católico a Cavaco;
  • a Joana Amaral Dias que é duplamente derrotada, dentro e fora do BE;
  • o Diário de Notícias;
  • a sobranceria das esquerdas acerca de tudo e de todos, particularmente em matéria de subtileza "cultural";
  • Santana Lopes, na sua segunda volta como derrotado;
  • os meus amigos que sobrepuseram a sua "lucidez" política à amizade;
  • o "aparelho" do PS, nas pessoas de Jorge Coelho, Lello, Edite Estrela e outros e de alguns membros do governo que decidiram ir brincar às presidenciais;
  • alguns blogues cujos "discursos" e respectivas ilustrações, muitos já realizados depois dos resultados, mostram pouco discernimento democrático;
  • o inefável dr. Cadilhe, a quem o País fez a desfeita de mandar o "Pai do Monstro" para Belém;
  • os míseros 50,59% de Cavaco Silva (2 745 491 votos), tão relembrados pelos contabilistas habituais (já nos idos de 80 faziam contas para provar que a Aliança Democrática de Sá Carneiro era "minoritária" mesmo vencedora), correspondem a mais 334 341 votos do que os esmagadores 55,76% de Jorge Sampaio (2 411 150 votos);
  • quatro criaturas que fizeram do combate a Cavaco Silva o respectivo programa de candidatura, alternando apenas no primarismo, na "imaginação" e no "tempo" de apresentação do programa;
  • o indeciso, essa categoria de português "mole" que gosta de ver passar os comboios.

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