Algumas sondagens mostram que, para além do "exército dividido" de que falava Sócrates, existe um verdadeiro batalhão de indecisos que oscilará entre os dez e os vinte e tal por cento. Este luxo da indecisão merecia melhor estudo. Não tanto em termos eleitorais, mas no que respeita à idiossincrasia portuguesa. Quem é o indeciso? Nestas eleições, sabemos que fundamentalmente se arrasta pelo eleitorado tradicional do PS, "dividido" por três candidatos, Soares, Alegre e o próprio Cavaco. Todavia, e se olharmos bem nos olhos desses indecisos, vamos encontrar, bem lá no fundo, o português "profundo". O português que não gosta de dar a cara, o português que não se compromete, o português que sobrevive, o português oportunista, o português que "nunca é nada" e que gosta de, se possível, ser tudo, o português "suave", da carreirinha certinha, o português que se levanta todos os dias da sua imaculada cama onde nunca se passa nada de transcendente para além do sono. Este português é, no essencial, aquele que, mediante o seu trabalho de formiguinha anódina e anónima, constroi todos os dias um Portugal mais pequenino. Julgando-se subtil e decisivo na sua indecisão, este português cobarde é o melhor retrato de um país-caranguejo, cheio de respeitinho e sempre em diminutivo.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...