"He gave her a single shot, it was enough adrenaline to do the job a few times over, he didn't want her going through this again. Then he walked out, I don't think he had anything left. Frankie never came back at all, Frankie didn't leave a note, and nobody knew where he went. I'd hope he'd gone to find you, to ask you one more time to forgive him, but maybe he didn't have anything left in his heart. I'd just hope he found some place where he could find a little peace, a place set in the cedars and oak trees, somewhere between nowhere and goodbye, but that's probably wishfull thinking, no matter where he is, I thought you should know what kind of man your father really was."
Soares e Alegre andam "taco-a-taco" nas sondagens. O "fixismo" apresenta-se dividido e tem dias. Nuns, Alegre é mais "fixe", noutros é Soares. Moral da história: Soares já não é "fixe" sozinho e está ainda longe de estar "fixo".
A Constança escreve na "Sábado" sobre Mário Soares a pretexto de "velhos". Eu subscrevo todo o artigo. Até a frase nuclear que, lida ao contrário, justifica a recandidatura de Soares: os velhos "não podem candidatar-se contra ninguém". Daqui para diante, julgo que não vale a pena tratar Soares como um amaciador de roupa. Nenhum gesto de Soares é gratuito. Não existe, na sua candidatura, um mínimo de beatitude. Soares avançou por dois motivos eventualmente nobres mas que, até hoje, não "entram" na cabeça dos eleitores. O primeiro, digamos, o mais doméstico, consistiu em evitar a candidatura de um socialista "menor", Alegre, e a de um "centrista" suficientemente ambíguo para se tornar no candidato do PS "institucional", Freitas do Amaral. Como é sabido, Alegre avançou, Freitas amuou e Soares conseguiu a extraordinária proeza de dividir o eleitorado originário do seu partido. O segundo motivo, o mais obsessivo, chama-se Cavaco Silva. Não têm faltado provas disso. O curso da campanha propriamente dita mostra que Soares quer acabar como começou, ou seja, a agitar fantasmas e a levantar barricadas. Nunca foi outro o programa deste "jovem de espírito". É por isso que as imagens "ternurentas" de Soares não me impressionam. Parece que uma das dificuldades junto da opinião pública é, injustamente, a idade. Todavia eu não vou por aí. Soares está num combate político para ganhar ou perder e não propriamente num exercício manso para se tonificar. Nessa medida, deve ser combatido ou apoiado. Não há meio-termo nem palavras "bonitas", algo que ele jamais usaria em plena "acção". Porque Soares não "brinca", mesmo quando parece, "em serviço". O "velho" merece, como sempre mereceu, a minha admiração e o meu respeito. O candidato, desta vez, apenas podia ter a minha oposição.
A Carla, na sua infinita bondade e agudo "sentimento estético da existência" sem o qual não sobrevivemos, desafia a minha "sensibilidade literária" no que ao escrever em português diz respeito. Fala-me de Agustina e eu aceito. É uma ironista que me acompanha há anos e com quem partilhei, ao serviço do "Semanário" dos tempos Cunha Rego, uma conversa "minuciosa e inacabada" no Campo Alegre. Fiz o mesmo - eu e o Jerónimo Pimentel - com António Lobo Antunes por altura do "Auto dos Danados", nas instalações da D. Quixote. Lobo Antunes ainda não era o conversador aceitável em que se tornou tempos depois e dele prefiro, a muitos dos livros, as crónicas. Saramago não me impressiona, nem como escritor, nem como carácter. Não estremeci de comoção com o Nobel e não me intimida a sua soberba. Dispenso-o. De Mário Cláudio recordo sobretudo os cartões que trocámos por causa da sua "coluna" no referido "Semanário" e as conversas, em Lisboa, acerca de "Amadeu" e de "Guilhermina". Ao contrário de si, eu não sei o que é um "maior escritor vivo". Se tivesse de escolher, ia para a poesia ou para o ensaio e ficava-me pelo Joaquim Manuel Magalhães. Todavia, contraditório como sou, podia ser injusto ou infeliz nesse apontar egoísta. É que, dos verdadeiros "maiores escritores", apenas podemos dizer, como Mário Cláudio no final de "Guilhermina", que partiram e que "muito longe demoram". Um beijinho do JG.
José Adelino Maltez, numa entrevista reproduzida no seu blogue, bem como num post que termina com uma referência aos pequenos abalos sísmicos que se têm sentido nas agulhas dos sismógrafos (felizmente, até os sismos são "pequeninos"...), revela-se ainda mais pessimista e descrente do que eu costumo ser, o que manifestamente me alivia. Maltez usa aquilo a que eu chamaria a "teoria da dissolução" para explicar o "regime". Cavaco "dissolve-se" em Soares, e vice-versa, Soares "dissolve-se" em Alegre, e vice-versa, o PSD "dissolve-se" no PS, e vice-versa e não saímos disto. Louçã, no seu registo evangélico-revolucionário, também não anda muito longe desta litania, embora eu não confunda o José Adelino com o moralismo inconsequente do BE. Em suma, estamos mal porque não existe um impulso reformista e de ruptura oriundo dos principais (e eternos?) protagonistas. Com o devido respeito - que é muito e o José Adelino bem o sabe -, apesar de o "regime" ter efectivamente qualquer coisa de gelatinoso, eu julgo que não é indiferente o voto neste ou naquele no próximo dia 22, nem tão-pouco é irrelevante o acto político que lhe subjaz. Cavaco tem instado as plateias a que se dirige perguntando uma coisa simples. Se não for, no plano estritamente político, a eleição presidencial o evento mobilizador dos próximos anos, qual é o outro que se avizinha? Cavaco não se candidata para ser um "presidente-banana" ou um notário dos actos governativos. Também não almeja Belém para contemplações melancólicas. Com o que tem - a constituição da República, a sua "história", a sua experiência e a sua prudência -, Cavaco pode e deve protagonizar uma presidência diferente das que tivemos até agora. Não para "mudar" o que não pode - os seus poderes - mas para usar a legitimidade que advém de ser o único órgão do Estado, de carácter unipessoal, cuja eleição democrática resulta de uma ligação directa, sem intermediários, com o "povo". Sem epifanias, esta circunstância confere-lhe o dever - que é um direito - de mobilizar as elites dormentes e oportunistas, sejam "políticas" ou da "sociedade civil". Eu chamo a isto, desde os tempos do "movimento reformador", a liderança institucional do Chefe do Estado, algo que os "guardiões do templo", com manifesta má-fé e farta insolência, confundem deliberadamente com "tendências governamentalistas". Se assim não acontecer, então, de facto, José Adelino Maltez terá razões para continuar amuado com o "regime". E eu também.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...