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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

UM LIVRO

João Gonçalves 24 Fev 05

Este livrinho de Jean D'Ormesson passa por ser um livro de memórias. Original, fragmentado, pedaços da "vida material" e da intensa vida intelectual do autor, breves recordações, alguns "heróis", C'était bien pode ser lido ao acaso. É uma reflexão, por vezes irónica e desencantada, sobre a vida e sobre um mundo que ainda nos está próximo na sua -já- infinita distância. Nous n'avons plus de héros, nous n'avons plus de maîtres. Nous avons remplacé la surprise par la fatigue et l'admiration par le ricanement.

UM LOUVOR

João Gonçalves 24 Fev 05

Não é habitual neste blogue "dizer-se bem". Soube, no entanto, pela revista Visão, que o procurador-geral adjunto António Rodrigues Maximiano deixou a direcção da Inspecção Geral da Administração Interna. O "silêncio" do estranho dr. Sanches, o ainda ministro, quanto à renovação da comissão de serviço daquele magistrado, terá levado Maximiano a "juntar" os anos todos que dedicou ao serviço público e a partir. Não é meu costume falar aqui da minha pessoa, mas quero deixar uma palavra de agradecimento. Devo ao dr. Rodrigues Maximiano, apesar de algumas naturais divergências de circunstância, os melhores anos da minha vida profissional e a gratidão do privilégio de com ele ter colaborado nos primeiros e fabulosos anos da construção da IGAI. Rodrigues Maximiano pôs de pé uma estrutura do Estado português responsável, entre outras missões, pelo controlo da actividade policial e pela salvaguarda dos direitos de cidadania. A IGAI - agora que tanto se fala da "reforma da administração pública" - é um bom exemplo de como um organismo público pode simultaneamente servir com inteligência, eficácia e sentido de oportunidade os cidadãos e funcionar de uma forma flexível, aberta, criteriosa, "não sovietizada" e não burocratizada, inteiramente ao arrepio da maneira como a maior parte das instituições públicas funcionam.

RASGO

João Gonçalves 24 Fev 05

José Sócrates tem agora formalmente a incumbência de formar um governo. O resultado que obteve liberta-o dos constrangimentos paroquiais e da "angústia da influência". Sócrates tem, pois, o dever indeclinável e indesculpável de formar um bom governo. Deverá recolher no seu partido as pessoas com passado, presente e futuro que intuam politicamente o que vai estar verdadeiramente em causa nos próximos tempos. Pessoas que se adaptem e promovam um registo de não-facilidade e de realismo. Homens e mulheres sérios que dediquem o melhor do seu esforço à causa pública, sem estarem constantemente a pensar no ganho caciqueiro imediato. Também deve recolher o contributo de não-socialistas empenhados em fazer as coisas de modo diferente, disponíveis - e não meros oportunistas de circunstância - para ajudar a fazer sair o país da decepção, do atoleiro e da mediocridade em que a coligação do "tempo novo" nos enfiou. Sócrates inicia hoje uma "vida nova" com a noção certa de que "já não temos mais começos". O "tempo longo" de que Sócrates dispôe exige soluções maduras, responsáveis e "anti-depressivas". No fundo, aquilo a que Mário Soares chama um "governo de salvação nacional". Só lhe posso desejar rasgo, já que o rasgo que Sócrates mostrar nestes primeiros dias é a nossa "sorte" para os próximos tempos.

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