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portugal dos pequeninos

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HOMENS

João Gonçalves 3 Jan 10


Passaram cinquenta anos sobre a "fuga de Peniche". É um "marco" na história do PCP. O derradeiro capítulo do terceiro volume da biografia política de Cunhal, escrita por Pacheco Pereira, descreve-a perfeitamente. Para quem a história só conta desde ontem, este episódio nada significa. Tal como nada diz àqueles que nasceram dentro deste regime das "facilidades" e das banalidades. O PC que conhecem é muito diferente do PC das prisões do Estado Novo e da clandestinidade. É um PC receoso de perder para a demagogia pequeno-burguesa, não operária e radical-chique do BE. É um PC que dá o benefício da dúvida a coisas como a stasis "socrática" que o despreza. Os homens que desceram as muralhas de Peniche, há cinquenta anos, eram de outra fibra, independentemente de tudo. Eram, acima de tudo, homens.

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17 comentários

De Eduardo F. a 03.01.2010 às 22:03

Talvez que, em seguida, alguém se venha a lembrar de evocar Júlio Fogaça, as circunstâncias da sua prisão, nesse Verão de 1960, e a sua expulsão do PCP, às mãos de Álvaro Cunhal, no ano seguinte, a pretexto de comportamento incorrecto, eufemismo para homossexualidade. Seria adequado aos tempos que correm.

De Anónimo a 03.01.2010 às 22:48

Há quem diga que não se tratou propriamente de uma fuga....teria sido mais um simulacro de fuga, consentida por Salazar, para se livrar do fardo de ter Cunhal preso em Peniche. O João o que acha? Foi fuga a sério ou simulacro de fuga?

De radical livre a 03.01.2010 às 23:29

tanto quanto sei esta estória é "conversa para boi dormir".

há relatos de amigos que nem refiro no meu diário temático.
dois que se não conheciam mencionam os mesmos factos de igual modo. um era amigo pessoal de Cunhal e estiveram juntos na clandestinidade; o outro esteve algum tempo com ele em Praga

Charles Maurras da Action Française
disse nos anos 30
«em politica o que parece, é»

De Anónimo a 03.01.2010 às 23:30

É verdade que o soldado da GNR que colaborou na fuga e que fugiu com eles; foi depois, por eles, assassinado?

J.Costa

De radical livre a 03.01.2010 às 23:59

na última ceia de Natal estive a falar com o genro dum médico que
observou santa catarina eufémia. não observou qualqquer sinal de gravidez.

as fantasias partidárias não são para levar a sério
muito menos as do pcp e de Cunhal, dq quem ouvi muita coisa.
uma colega de curso disse que era um homem cheio de encanto para as mulheres, mas muito distante.

só me interessa os factos,
mas cada um pode acreditar no que quizer

De manuelmgaio a 04.01.2010 às 03:10

Depois do prof. Saraiva ter dito que Salazar era um democrata e Pedro Marques Lopes duvidar que fosse de direita, e dos comentários que acabo de ler, não me admirarei se aparecer algum comentador a afirmar que o fascismo nunca existiu, que Peniche era um hotel e a PIDE alguma instituição de apoio social.

De Fado Alexandrino a 04.01.2010 às 09:34

Eram homens que veneravam um sistema social que gostava muito de mandar os outros homens que não pensavam como eles para a morte através dos campos de reeducação.
Gostavam do sistema de pensamento único. Estavam bem uns para os outros.

De Nuno Castelo-Branco a 04.01.2010 às 09:43

Este episódio é alvo de muitas interpretações. Até já se disse que "a fuga" se deveu a um acordo entre a PIDE e o KGB. Os arquivos soviéticos talvez tenham qualquer coisa acerca disso.

De Anónimo a 04.01.2010 às 10:27

Não. Foi para Praga, se não me engano, onde, ao que parece, acabou naturalmente os seus dias.

De Anónimo a 04.01.2010 às 10:57

Um ditador, mesmo que lute contra outra ditadura, não deixa de ser um ditador. Era o caso de Cunhal.

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