Ao arrepio do sr. Anan e dos seus amiguinhos do "conselho de segurança" - para já não falar na França e nos EUA, "inspiradores" de uma "resolução" irresolúvel por natureza - Israel reuniu o seu "conselho de segurança" - este sim, é para levar a sério - e decidiu prolongar a sua incursão no sul do Líbano por mais um mês, alegadamente para extirpar o Hezbollah. Sucede que há quase um mês que Israel promete todos os dias acabar com o Hezbollah e com a sua teimosa guerrilha, com o sucesso que se conhece. Feitas as contas, há mais de mil mortos libaneses, sem contar com a destruição das infra-estruturas básicas do país, e mais de cem israelitas. Aparentemente imune às investidas do exército israelita, o Hezbollah vai lançando tranquilamente os seus "rockets" que caem onde calha. E Israel persiste em atirar panfletos sobre os libaneses, ameaçando-os com uma bomba em cima caso apareça uma sombra vivente e circulante nos seus satélites. Nem o bairro cristão de Beirute foi poupado. Há qualquer coisa de irracional nisto tudo, logo vindo de criaturas que prezam a razão acima da emoção. O que quer dizer apenas uma coisa: Israel não está a controlar nada e, no seu desalinho militar, cada dia que passa descontrola-se um pouco mais. Até agora, os terroristas, nos intervalos do lançamento de "rockets", não devem fazer mais nada senão rir-se. De facto, Israel caiu na pior armadilha dos últimos anos. Seria cómico se não fosse trágico. Demasiado trágico.