
A "direita" não tem "moral" para criticar o "caso Moura Guedes" por causa de Marcelo em 2004. Ou seja, o autor do argumento não está um átomo preocupado com nenhum dos casos quando ambos relevam da liberdade de expressão (podemos não gostar de ver e ouvir Marcelo ou Moura Guedes* mas não é suposto calá-los gratuitamente). A preocupação dele é a "moral". «Se eles não tiveram "moral", nós também não temos de ter.» Foi o que ele quis dizer.
*Por falar em Moura Guedes. Enquanto o marido dela foi director-geral TVI e ela era conhecida como a "generala", vigorava o velho e sonso respeitinho português em Queluz. Poucos gostariam de Manuela, do seu "estilo", do seu "jornal", mas poucos se atreviam a dizer-lho na cara. Havia "os dela" e havia "os outros". Por isso, passada a necessária fase de nojo Freud aterrou de cabeça em Queluz. Mesmo que o divã seja uma nulidade jornalística como Paula Magalhães (quem é?) em boa hora "recuperada" como "porta-voz" da indignação contra Moura Guedes. Não interessa a esta gente o acto que retirou de emissão um produto deles. Algo que, de acordo com as audiências, ajudava bastante a pagar-lhes o ordenado. Não. Interessa apenas lançar as velhas pedras do deserto para cima de quem passou para baixo. De bestial a besta, um "número" gasto mas sempre recorrente. Devidamente aproveitado, aliás, pelos friendly do poder nos media tradicionais e nos blogues. É da natureza humana e da portuguesa, em particular. Que lhes faça a todos bom proveito.
PC