
O governo, através do MAI, pediu - e pagou, naturalmente - a uma "consultora" um estudo reorganizativo da GNR que, a ser levado à prática, acaba com ela tal como a conhecemos. A GNR tem uma "tradição" que este "estudo" obviamente não respeita. Todavia não é por aí que isto é criticável. Eu iria mais longe e fundia as duas forças policiais ou, pelo menos, acabava com a "natureza militar" da Guarda e reforçava a componente policial, a preventiva e a repressiva. A GNR possui uma estrutura de comando obsoleta e inadequada aos dias que correm. É dirigida por oficiais-generais oriundos da tropa - e ninguém respeita mais a tropa do que eu -, mas não tenho a certeza que deva ser assim. Durante dez anos, a Inspecção-Geral da Administração Interna propôs a sucessivos governos e ministros "Costas" várias alterações ao funcionamento da Guarda, sem nunca ter precisado de consultoras externas para nada. Lá se conseguiu um "estatuto disciplinar" específico e pouco mais. António Costa nunca simpatizou muito com a IGAI, vá-se lá saber porquê. Agora mandou-a a correr para o Porto por causa de umas perseguições que correram mal. E dizer para os jornais que, na dúvida, o melhor é "deixá-los fugir" (aos delinquentes), como sugeriu o actual inspector-geral, também não ajuda nada. Os órgãos de controlo da administração pública têm uma missão pedagógica que não deve ser subestimada. Não devem servir só para apagar fogos quando os interessa apagar.
Que respeito podem os deliquentes ter pelas forças de segurança?
Mas nas escolas é o mesmo:
- Ó professor eu chamo-te filho da p... e tu não me podes bater, ouviste?