
Aos bocadinhos,
Pacheco Pereira falou do lixo que é, genericamente, a vida pública portuguesa e de alguns dos seus protagonistas. Esqueceu-se, porém, de uma das mais eminentes carroças dele, o comentadeiro edil António Costa. Costa, putativo e desejado sucessor de Sócrates por algumas almas penadas do partido albanês, é um dos maiores cúmplices daquilo em que se tornou o PS e da cobardia genérica que dele se apoderou nos derradeiros cinco anos. Manuel Alegre, o "corajoso", é, aliás, a derradeira captura. Na semana transacta, Costa deu exemplo deste embotamento generalizado a propósito do "episódio Carrilho". Apenas lhe ocorreu informar que já tinha falado, em tempos, com o embaixador de Portugal na Índia, Castro Mendes, a propósito da candidatura do fado a património imaterial da UNESCO. A que título o fez? É amigo dele? Conversa da treta ou de café? Duplicidade? Nesses "tempos", há nove meses, o embaixador de Portugal na UNESCO era (ainda é, mesmo de saída) Carrilho e
não consta que Costa tivesse protagonizado grandes iniciativas acerca da matéria. De Costa, entretanto, não brotou o mais vago murmúrio sobre o fundo do "episódio Carrilho" (Sócrates), tão somente uma outra evidência do lixo a que alude Pacheco (que também nada disse) e que o vago edil, putativamente sediado no Intendente, apascenta com uma complacência partidária que o define, de facto, como um bom delfim.
Adenda: Li por aí que quando a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros foi informada pela primeira vez do movimento diplomático, nada havia em relação à UNESCO. Às vezes, apanha-se mesmo mais depressa um mentiroso (ou dois) do que um coxo. Não é só coisa "popular".
Outros assistem benévolos e acovardados.