
Dizem-me que o director do Teatro Nacional de São Carlos, Paolo Pinamonti, exprimiu publica e formalmente a intenção de não prosseguir nas funções quando expirar o seu contrato na primavera de 2007.
O neo-realismo tardio, em vigor na Ajuda, precipitou as coisas. Estou à vontade porque há três anos e meio deixei o Teatro pela impotência face à Ajuda- nessa altura era outra - e porque percebi que só se podia dirigir uma casa daquelas em regime de ditadura. Entretanto tudo piorou e toda aquela improvisação organizada acabará, um dia, por se estatelar graças aos comissários externos e internos que cuidam mais de si do que da causa do Teatro. Se eu fosse o Paolo Pinamonti, esperava sentado para ver o que é que dizem aqueles que, desde 2001, tanto o bajularam sem hesitações. Falo de quem o nomeou - o sr. José Sasportes e respectiva camarilha político-burocrática -, de quem o apoiou sem reservas a partir do Palácio de Belém do dr. Jorge Sampaio- o próprio incluído - e de outras "figuras" da nomenclatura "musical" portuguesa que me dispenso de nomear. Pinamonti, agora sim, precisa destes apoios para fazer frente ao equívoco instalado no ministério da Cultura cuja face mais paradoxal (ou talvez não) é o secretário de Estado Mário Vieira de Carvalho, outro grande nome da "cultura musical portuguesa contemporânea", formado na boa escola da ex-RDA. Ou os socialistas limitam-se a defender os seus "mais seus" e só protegem os outros apenas quando a eles lhes convêm? Que dirá o "mecenas exclusivo" desta telenovela mexicana, logo hoje, em
dia de "gala"?
Tería sido melhor se tudo tivesse sido resolvido em 1.12.1640