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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

LOJA DE CONVENIÊNCIA

João Gonçalves 22 Set 06

Graças à realidade, à fria realidade que nem sempre se conhece, o ministério da Cultura vai, felizmente, deixando de fazer sentido. "O MF já tinha dito que os orçamentos ministeriais de funcionamento para 2007 teriam um corte de cerca de cinco por cento. O da Cultura pode sofrer um corte global maior se houver ainda diminuição de verbas do PIDDAC - ontem, o Diário de Notícias avançava que o corte global no orçamento da Cultura seria de sete por cento, mas o ministério não quis comentar a notícia." Escreve-se assim no Público. E, se virmos bem as coisas, há algum sentido nisto. Afinal, no ano corrente, o MC só serviu como "loja de conveniência" para o comendador Berardo. Para fazer de "caixa", já existe outro ministério. Isabel Pires de Lima podia perfeitamente voltar ao seu Eça. Anda, aliás, a fazer-lhe alguma falta.

10 comentários

De Anónimo a 22.09.2006 às 23:42

"Vamos amar os nossos criadores, os nossos músicos, o nosso Nobel, a nossa maestrina, os nossos monumentos que estão sem dinheiro para serem mantidos em bom estado, e precisam de quem se ocupe deles a tempo inteiro"

1— A misturada de factos ou actores culturais completamente irrelevantes com outros que são realmente importantes costuma ser uma forma típica de sacar umas massas ao estado à conta da falta de capacidade critica em matéria de arte. Confundir os Jerónimos e Camões com qualquer maestrina ou mesmo com um Saramago não poderá tornar-se numa óptima maneira de agravar o problema a que se refere? Não seria possível amar simplesmente o próximo sem precisar de o subsidiar? E é este o problema: dos vivos quem subsidiar? Normalmente o grosso do bolo é repartido entre os gulosos mais anafados e os afilhados de ocasião.

2— Será que dentro de 100 anos alguém terá obrigação de restaurar as maravilhosas e portuguesíssimas taveiradas de regime? A estátua do bem-amado decapitado no Areeiro? A obra completa de muito querida Rebelo Pinto e outros 100 nomes da "literatura" portuguesa actual? As gravações da apaixonante música pimba (depois de devidamente elevada à categoria de objecto etnomusicológico bem identificado por um qualquer estudioso) e dos pastiches pseudo-modernos eruditos? Se a educação para a arte não melhorar talvez sejam esses os espólios seleccionados pelo MC no futuro para atribuição das verbas consagradas à conservação do património.

3— A perplexidade do vulgar cidadão perante os custos de um filme português serão resolvidas se o dito cujo aprender a ver cinema, ou pelo contrário agravar-se-ão se o cidadão privar com a obra dos melhores mestres?

4— O dinheiro dos apoios acrescenta talento? A educação também não? Ah, mas permite ao menos que se reconheça o talento quando nos deparamos com ele: torna-nos mais capazes de o amar e dá-lhe portanto condições para ele se desenvolver.

Lucas Moreira Pinto

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