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portugal dos pequeninos

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A MENSAGEM

João Gonçalves 25 Dez 06


O senhor primeiro-ministro está "confiante" no "passo a passo" que anda a dar. Todos os seus "indicadores" melhoraram, a sua "confiança" aumentou, as "expectativas" aumentaram. Isto graças ao "esforço" que ele anda a pedir a "todos" e a que, pelos vistos, "todos" devem obedecer sem hesitação. "Trabalho árduo" é a receita do senhor engenheiro, a mesma que Salazar proclamou quando ascendeu ao lugar hoje ocupado por Sócrates. Não existe comparação possível. Salazar saneou e equilibrou as finanças, apostou numa economia rural pouco mais que primitiva e, porventura com receio da "classe operária", desprezou a industrialização do país e cerceou as liberdades a fim de sossegar as gentes depois dos desmandos da I República. Até certo ponto da história, foi um estadista notável. Todavia, e contrariamente ao que dizia, decidido até onde ir, acabou por ir mais além. O regime - ele- tornou-se esdrúxulo. Um dos grandes portugueses do século terminava como uma caricatura de si mesmo, convencido de que ainda era o que já tinha deixado de ser. Sócrates não é nada disto. Em Salazar havia persistência, método, consistência e censura. Em Sócrates existe teimosia, power point, superficialidade autoritária e exploração das virtualidades mediáticas e tecnocráticas da democracia. Salazar era alérgico à "política" e, em certo sentido, construiu o seu poder contra ela, tornando-se, apesar e por causa disso, num dos maiores políticos portugueses de sempre. Sócrates, sendo um típico produto da política partidária e caciqueira - ele é uma circunstância feliz sobretudo para si próprio - acabou por anular o PS e secar praticamente tudo à sua volta em nome da "salvação" do partido e do país. Se falhar, como acabará por falhar, será a vez de o país o secar a ele.

8 comentários

De Anónimo a 27.12.2006 às 01:10

Parabéns pela coragem da "mensagem". O País foi intoxicado durante anos, sobretudo no período do PREC, que o mal português foi o regime da ditadura. Entre 1950 e 1973 o crescimento industrial em Portugal foi acima dos 6%, comparável apenas à Áustria, Espanha, Grécia e Finlândia. O choque petrolífero de 1973 e as nacionalizações pós-revolucionárias fizeram que entre 1973 e 1985, Portugal fosse o único País da Europa Ocidental com um crescimento negativo. Só após essa data, com a integração na UE é que a economia voltou a crescer. Se o Engº Sócrates conseguir, em democracia, fazer o milagre da nossa economia crescer sem o odioso da ditadura, então teremos um grande primeiro-ministro. Até lá é esperar para ver. 2007 será um ano decisivo.
Gattopardo

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