Alguém
já obteve uma "vitória" com o affair DSK. O homem renunciou - e bem - ao cargo de director-geral do FMI abrindo a porta ao maravilhoso mundo das fantásticas relações entre a "pátria da igualdade" (os EUA) e a "decadente" Europa. Tanto mais "decadente" quando, provincianamente, muitos dos seus "intelectuais" suspiram por uma outra Europa a partir de um colorido copy paste dos EUA. Entretanto, no affair propriamente dito, começa a chegar a tradicional brigada das "violadas retroactivas". Primeiro foi uma
jornalista francesa atracada a uma história de 2001. Agora apareceu uma australiana e, seguramente, vão emergir outras "vítimas" do chimpanzé com cio" que foi a delicada fórmula usada pela francesa para desqualificar SK. Quando Clinton teve o probleminha da nódoa no vestido azul, também apareceram umas quantas "vítimas retroactivas" a pedinchar o seu minuto de fama e os seus milhões de dólares para, pelo menos, poderem arran
jar os dentes e a boca pois nunca se sabe quando é que é preciso repetir o número do abuso retroactivo. Faz parte do filme quando o "atacante" é "poderoso" (o termo mais cretino usado nos últimos dias para
justificar a o lado bom da cegueira da justiça norte-americana). O
Carlos Vidal verberou eu ter posto
aqui o Henri Lévy, segundo ele, "um dos maiores desqualificados da Gália". Então deixo-o, para "compensar", com um dos "maiores qualificados" de Portugal - essa imensa fortaleza moral, instintual e
jurídica europeia -, o Pedro Lomba. Escreve ele no Público que «Tocqueville ... explicou ... que a diferença entre a cultura americana e europeia residia na
ausência de uma verdadeira aristocracia e hierarquia social na América» e que «esse facto tornaria ali a lei penal mais dura que na Europa.» Ausência de uma verdadeira aristocracia e hierarquia social parece-me resumir bem a coisa. E, depois, como diz o leitor Luís Barata, «vi, como todos devem ter visto, o DSK na audiência preliminar e continuo admirado como ele estava sem nenhuma marca, pelo menos no rosto. O que é obra, se tivermos em conta que a queixosa é uma matulona de 1,82m e ele não é nenhum Mike Tyson.» É apenas, nas palavras da outra, um "chimpanzé" (baixinho) com cio" que mudou a imagem e o fundo do FMI e que, daqui a um ano, seria Presidente da França.
Institual é coisa de quem não lê, o que não é o seu caso.