Lembro-me de Gonçalo Ribeiro Telles da AD de 1979. Na primeira manifestação pública da AD entre o Marquês e o Rossio. E de 80. Depois, dá-me ideia que votei nele (ou em alguém por ele, talvez Miguel Esteves Cardoso) numa autárquicas quaisquer em Lisboa. Quando Soares saiu de Belém, Ribeiro Telles recuperou o seu anti-fascismo romântico e monárquico (sempre estes "nossos pobres monárquicos" na sábia síntese do Doutor Salazar) através do ataviamento arquitectónico que proporcionou à Fundação Mário Soares em São Bento e nas Cortes, perto de Leiria. Andou com o Joãozinho ao colo (ou ele ao colo do Joãozinho) quando este foi edil em Lisboa. Aos poucos, e com as ridículas dissidências no campo monárquico, Ribeiro Telles deixou-se embalar pela "esquerda". Apoiou o "Zé" (Sá Fernandes) quando ele supostamente fazia falta. Agora, que já é uma certeza como oportunista político-delirante, devidamente "encaixado" pelo traquejo tarimbeiro do dr. Costa, Ribeiro Telles não hesita em ir atrás desta mixórdia para Lisboa. A senectude não desculpa tudo.
Adenda: De um leitor devidamente identificado, por mail.
«Ribeiro Telles é assim, mas sempre foi assim. É por isso injusto atribuir à idade as suas opções. O consenso acerca de Ribeiro Telles só foi possível pela ignorância generalizada sobre o que escreveu Caldeira Cabral e o que fizeram vários outros paisagistas da geração de Ribeiro Telles. Durante anos o jardim da Gulbenkian foi atribuído apenas ao Ribeiro Telles quando a base do jardim estava desenhada por Viana Barreto quando o convidou a integrar a equipa de projecto (na sequência da demissão de Ribeiro Telles da Câmara de Lisboa, por causa de uma polémica sobre a vegetação da avenida da Liberdade). Nem por isso Viana Barreto deixou de ser amigo e defender sistematicamente Ribeiro Telles. Ribeiro Telles é um grande comunicador, é um homem de traço fácil no desenho de jardins mas com um ego tremendamente grande que sempre o impediu de reconhecer as dívidas intelectuais que tinha quer para com o professor Caldeira Cabral, quer para os colegas da sua geração que pensaram e escreveram quase todas as ideias que são atribuídas ao seu grande divulgador, Ribeiro Telles. É exactamente este ego, igual ao que sempre foi, que o faz apoiar agora quem apoia. Mas é injusto dizer que está senil porque efectivamente não é verdade.»
atravessou com o sinal errado o semáforo do largo dos ratos. o policia mandou-o parar e perguntou:
o sr não viu o vermelho?
-vi. é lindo (o jaborandi)
esquerda volver!
agora é cor-de-rosa