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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

GRAÇA E ENGRAÇADISMO

João Gonçalves 15 Set 09

Sócrates fingiu-se engraçado e infantil diante de Ricardo Araújo Pereira, uma das pessoas que melhor escreve em português. Como na cabeça dele o "gato fedorento" - e eu nem sequer sou fã - é um programa infantil, Sócrates fartou-se de dizer que os filhos "bem o avisaram". Foi pífio. Só que o "gato fedorento" não é um programa para crianças. Como qualquer programa de humor inteligente, aliás, jamais pode ser. E Ferreira Leite percebeu isso perfeitamente.

NÃO VAMOS LÁ

João Gonçalves 7 Abr 07

No final dos anos 70, Herman José e Nicolau Breyner criaram a dupla televisiva "Senhor Feliz e Senhor Contente". Depois separaram-se. Nicolau oscilou entre o cómico e o sério até culminar nessa genial interpretação do agente da PJ em "Os Imortais", de António-Pedro Vasconcelos. Breyner é um grande actor. Herman foi o grande clown do regime. Digo "foi" porque a sua inegável intuição já lhe fez certamente saber que o seu tempo passou. O regime tem agora nos Gato Fedorento a sua réplica trágico-cómica. E, particularmente em Ricardo Araújo Pereira, a sua cara bonita. Tanto assim é que Ricardo e os seus companheiros são o rosto publicitário da PT - a "empresa-regime" ao lado da EDP - e a griffe da RTP. Vindo da esquerda, mais exactamente do PC, Ricardo Araújo Pereira "converteu-se" ao regime da forma mais inteligente: gozando com ele. O facto de os Gato terem dado a cara contra a estupidez xenófoba é relativamente secundário quando se repara na frase-chave do cartaz: "com portugueses não vamos lá". Tal como Herman se serviu do regime para se consagrar como artista, também os Gato vão naturalmente por aí. O que diverte mesmo é pensar que ele lhes paga para o gozarem. Nunca Ricardo teve tanta razão. Não vamos lá.

CONTRA A FANTASIA

João Gonçalves 12 Fev 07


De um amigo de muitos anos feito, um e-mail que merece um post. Eu sei perfeitamente que Marcelo fez o que pôde pelo sucesso do "não". O problema não é esse. É tê-lo feito à sua maneira, uma maneira que, a dado passo, dava a volta a si mesma. De resto, amigos como dantes, quartel-general em Abrantes. Agora, existe uma outra "luta" que continua. Contra a fantasia. E aí, acho que estamos todos juntos.

"És mto injusto com o MRS, que se bateu com coragem pelo não. Podes pôr em questão a forma como o fez. Mas surpreende-me que, numa floresta de silêncios, de transigências, de cumplicidades calculistas e oportunistas, vás bater num gajo que deu a cara e palmilhou km's para defender, como soube e como achou que pôde, aquilo em que acreditava. Que o Pacheco Pereira, adepto do sim, o faça - ele que não disse uma palavra sobre a crueza feroz das intervenções do Rui Rio, p. ex. - percebo. Está condizer com a sua inteligência e, sobretudo, com a sua formação ideológica-político-cultural. Que tu o faças, surpreende-me e entristece-me. A derrota do não não é culpa do MRS. A derrota do não é culpa dos inteligentes que, sob o patrocínio do actual Patriarca, destruíram a TVI (no tempo em que esta sigla designava a Televisão da Igreja) para serem muito apreciados pelos laicos, republicanos e socialistas deste mundo. Ou dos conservadores, dos liberais ou dos social-democratas que, entre nós, têm tido responsailidades no domínio da educação, da cultura e da comunicação. Os que subsidiam generosamente as Barracas ou as Cornucópias deste mundo, os que colocam na RTP as direcções de informação e programas que agora lá estão, a contratar gatos fedorentos, etc., etc."

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