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portugal dos pequeninos

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A tarefa

João Gonçalves 22 Nov 14

 

Agora a política. Entre Seguro e Costa ergueu-se sempre a sombra de Sócrates. Com um grupo parlamentar hostil, escolhido pelo antigo secretário-geral, Seguro foi "sacrificado" sobretudo porque pretendeu fazer um caminho desanuviado do "ambiente socrático". Não conseguiu e, a pretexto de um resultado eleitoral com vitória "insuficiente", Costa tomou como suas as "dores" dos fanáticos do antigo PM para apear Seguro. O partido e os "simpatizantes" abriram-lhe uma passadeira vermelha e Mário Soares exigiu-lhe o punho esquerdo. Todavia, quando se preparava a semana da entronização, Sócrates aparece-lhe estatelado aos pés na referida passadeira. Costa conta, ou contava, sobretudo com gente provinda do "ambiente socrático" como se nota pelas presenças na primeira fila do grupo parlamentar pós-Seguro e pelas escolhas para o Rato. Ironicamente acaba por ter de se apresentar ao partido e ao país como um supra-Seguro em "matéria socrática". E para o desastre político não ser completo, vai ser forçado a "desencarcerar" o PS do "ambiente socrático" sem "melindrar" as viúvas e órfãos políticos do ex-chefe. Seguro decerto não lhe inveja a tarefa.

4 comentários

De Perplexo a 23.11.2014 às 02:11

Muito bem escrito e bem analisado. Só não concordo com a invejado Seguro. O homem faria o que fosse preciso para ser Secretário Geral do PS e nenhum sacrifício lhe pareceria excessivo. Seguro decerto está cheio de inveja por não poder ser ele a limpar os socráticos - tivesse tido ele tamanha oportunidade!

De Bruno a 23.11.2014 às 15:13

Se, como dizem os jornais a mãe de Sócrates é parte num esquema que por ser tão grave obrigou a prender um ex-1º ministro e outras pessoas, porque será que a senhora não foi também detida nem lhe fizeram buscas na sua casa, não foi inquirida e não há sequer indícios de que ao menos a queiram ouvir?

Ou será que neste caso o que realmente interessa à justiça não é o crime mas a pessoa visada -  aliás, de antemão visada como dizem alguns?

De costa machado a 23.11.2014 às 23:09

Ainda a procissão vai no adro e já se preocupam com a mãezinha?
Acham que vinte milhões é suficiente para uma vida decente?
Na house of Bijan na Rodeo Drive , em Beverly Hills não é para tesos, por isso lhe chamam a rua dos gastadores. 
Quem vive algum tempo no XVI éme em Paris toma-lhe o gosto.

De João Carlos Reis a 01.12.2014 às 02:47

Prezado João,
eu só tenho a acrescentar ao que escreveu o seguinte:
O que infelizmente a realidade (e é com grande pesar e tristeza que o escrevo, pois gostaria de escrever o oposto do que vou escrever) nos tem demonstrado no pós-25 de Abril é que a grande maioria dos políticos (e em particular aqueles que nos têm (des)governado), até prova em contrário, é culpada. Bem... mas dirão os "velhos do Restelo": "Nã, não... todos são inocentes até prova em contrário..."... Pois... mas vamos à, infelizmente, bem triste realidade dos factos que provam o que eu afirmei na minha primeira frase (e isto só para falar nas provas que mais dão nas vistas, tanto a nível interno como internacional, pois muitas outras poderia dar): 40 anos de Democracia, 3 auxílios financeiros externos. E só não os houve na última década do milénio passado nem na primeira deste milénio por causa dos milhões que vieram para Portugal da antiga C.E.E.. Também afirmo, com muita consternação minha, que, se os nossos políticos continuarem a não ter carácter, a não serem idóneos e afins, bem podem ter a certeza absoluta que na próxima década também iremos precisar de outro auxílio financeiro externo. Vão-se preparando, compatriotas...
Se estas investigações que agora estão a fazer ao Sócrates (e desengane-se quem pensa que foi ele que originou a crise, pois ele apenas agravou aquilo que já vinha de trás, mais propriamente de todos os governos desde 1975) tivessem sido feitas logo no primeiro governo do Mário Soares, de certeza absoluta que que todos os nossos governantes desde então poderiam continuar a não ter vergonha, mas pelo menos teriam medo antes de se deixarem corromper (e afins) e de tomar decisões desastrosas para o país e para os meus compatriotas e poderíamos, se também fossem competentes, viver num dos países com melhor nível de vida do mundo.
Eu bem que gostaria de deixar aqui um elogio aos nossos governantes e políticos, sinal que estaríamos bem melhor do que agora estamos, mas infelizmente (e sem orgulho nenhum) sou obrigado a constatar o facto de que todos eles, uns mais, outros menos, contribuíram, juntamente com o auxílio da maioria dos nossos empresários, administradores e afins, de forma significativa para “o estado a que isto chegou”...

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