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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 19 Nov 13
O melhor que há em Mário Soares é Mário Soares, o homem de liberdade e da coragem serena que substituiu Ramalho Eanes em Belém. É verdade, como ele escreve, que todos nós, os da "época", nos lembramos do que foi a "convivência" política entre estas duas criaturas. Por isso mesmo este texto de Soares não pode ser produto de um qualquer sentimento menor de hipocrisia mas, antes, do que de mais genuíno Soares reserva numa altura da sua vida em que não precisa de fazer prova de coisa alguma a ninguém. «Vai ser feita uma homenagem ao primeiro presidente da República eleito em democracia, Ramalho Eanes. Toda a gente desse tempo sabe que tive algumas divergências com Ramalho Eanes. Mas isso não me impede de o considerar - porque é a verdade - um presidente importante, cumpridor da Constituição, que jurou respeitar e fazer cumprir. E mais: que conseguiu normalizar as Forças Armadas após a Revolução dos Cravos, o Estado de direito e a democracia social e a política de entendimento entre os trabalhadores e os empresários. Participei, como se sabe, activamente na primeira candidatura fazendo campanha em seu favor e fui aliado do chamado Grupo dos Nove, que o apoiou imenso até ao fim e com o qual tanto conspirei nos momentos difíceis, quando era necessário evitar que Portugal se transformasse, como se dizia então, numa espécie de Cuba europeia. Tivemos divergências depois da reeleição do presidente em quem aliás votei. Muitas das pessoas de então, civis e militares, se lembram dessas querelas. Mas isso não exclui que, tantos anos depois, com a crise terrível que hoje se vive - e dado o comportamento do actual Presidente, Cavaco Silva, que não faz caso da Constituição que jurou cumprir e fazer respeitar - deva considerar hoje o primeiro presidente em democracia, Ramalho Eanes, como um exemplo de honestidade à prova de bala e que soube cumprir a Constituição da República. É verdade que nem tudo foram rosas nos seus dois mandatos e que teve, do meu ponto de vista, algumas falhas e maus conselhos. Contudo, para um militar genuíno que veio da guerra colonial directamente para presidente e então sem grande cultura política, havemos de concordar que nunca envergonhou Portugal, antes pelo contrário. Como disse, normalizou as Forças Armadas e enraizou a democracia portuguesa. Por isso o aprecio, respeito e acho oportuna a homenagem que lhe vai ser feita.»
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...
Faltam alguns, decerto. Mas decerto poucos.
Nada sobra.