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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

IDENTIDADE NACIONAL

João Gonçalves 1 Abr 11

As agências de rating colocam-nos no limiar do "lixo". Será que alguma vez fomos outra coisa?

A FALÁCIA DO "5 DE JUNHO"

João Gonçalves 1 Abr 11

As sondagens, valendo o que valem, revelam que este regime está esgotado e que os putativos eleitores, apenas por enfado, tencionam distribuir o mal pelas aldeias, isto é, pelos partidos todos (em maior ou menor escala), sem concentrações absolutas. Mais. Parece relativamente indiferente ao eleitor médio a permanência de Sócrates ou a vinda precária de Passos Coelho. O regime está a ser vítima da sua propaganda "niveladora". Ninguém é particularmente distinguível de ninguém e, por isso, as intenções de voto limitam-se a "mostrar" a realidade. Os protagonistas não estão à altura do momento como esteve, no seu, Ramalho Eanes. Todos falharam ou preparam-se para falhar. Isto só lá vai, se for, com outra coisa. Não é, de certeza, com o "5 de Junho".

VIVER ENTRE BRUTOS

João Gonçalves 1 Abr 11


«O ministro das Finanças declarou ontem que o governo não tem legitimidade nem poderes para pedir um resgate financeiro. O Presidente da República, na sua comunicação ao país, desmentiu-o. Eis o momento capital das palavras de Cavaco Silva: um governo de gestão não está impedido de tomar as medidas necessárias para garantir o funcionamento da economia. Porque, disse Cavaco, os governos passam mas o Estado permanece. Tradução: com juros a ultrapassar os 9% e os cofres do Estado exauridos para pagar 9 mil milhões de euros até Junho, a recusa do eng. Sócrates em lançar a toalha é um dos espectáculos mais penosos de que há memória na história da democracia doméstica. Penoso mas esperado: ao precipitar a crise, Sócrates não se limitou a fugir do descalabro anunciado; ele precisa ainda de transformar essa fuga numa resistência heróica, e ruinosa, para o futuro do país. Que isto não seja entendido por 32% dos portugueses que pensam regressar ao local do crime nas próximas eleições, eis um pormenor que resume bem a moral desta história: nós só temos o que merecemos.»

João Pereira Coutinho, CM

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AVRIL AU PORTUGAL

João Gonçalves 1 Abr 11


«A situação financeira do país motiva — agora — debates atrás de debates. Uns são mais do mesmo, com os tudólogos suspeitos do costume. A TVI24 fez um non-stop de duas horas na quarta-feira com comentadores e até especialistas em amena cavaqueira, para entreter, como se a crise fosse uma coisa gira para se falar um bocado, e tal. Outros debates são mais informativos, como o Negócios da Semana (SICN, quarta-feira) em que José Gomes Ferreira entrevistou Carlos Moreno, ex-juiz do Tribunal de Contas, e Avelino de Jesus, ex-membro da comissão de reavaliação das chamadas Parcerias Público-Privadas (PPP), ambos críticos fundamentados da espoliação dos nossos impostos em negócios criminosos. Gomes Ferreira tem sido, no último ano, o jornalista mais desassombrado no comentário da desgovernação financeira. Nos últimos meses, finalmente, os media cumprem a função de informar sobre as poucas-vergonhas e as aldrabices com as contas públicas e sobre a pseudo-incompetência na preparação de cadernos de encargos de obras públicas (destinados a poder derrapar-se propositadamente, como se viu na reportagem de Jorge Almeida, Afinal de Contas, RTP1, 30.03). Ficou célebre a frase do presidente Jorge Sampaio em 2003, “há mais vida para além do orçamento”; nem por acaso, ficou conhecida pela corruptela “há mais vida para além do défice”. Vê-se agora o mal que tal frase causou à história de Portugal nos últimos anos. Quase todos se convenceram, que sim, que se podia viver à conta da Merkel e da “Europa”. A triste realidade, escondida pelo governo, está à vista: há mais dívida para além da dívida. Não acaba. Ontem foi o aumento dos défices desde 2007, que o governo também aldrabou. Há sempre mais dívida por descobrir debaixo dos tapetes dos ministérios e das empresas públicas.»

Eduardo Cintra Torres, Público

«Estamos a viver um filme de terror em que o drácula culpa a vítima de lhe sugar o sangue. Estamos a viver o malbaratar dos dinheiros públicos durante muitos anos, com especial relevância nos últimos cinco. Estamos a sofrer as consequências da dita política keynesiana de 2009 que teria permitido que a recessão fosse apenas de 2,6%. Muitos defenderam tal irracionalidade, mas também houve quem chamasse a atenção da idiotia de tal abordagem numa pequena economia, sem moeda própria e sem fronteiras económicas. Sócrates afirmou que o défice de 2009 foi da sua responsabilidade porque foi de propósito, lembram-se? E o de 2010 é responsabilidade de quem? E se os ratings da dívida pública estão em queda, atrás deles vêm os dos bancos. A política monetária do BCE tem sido muito expansionista — muito crédito e barato —só que não chega cá. Os fundos dos bancos escasseiam, logo o crédito escasseia e é caríssimo (mesmo para empresas exportadoras). O descalabro das contas públicas, de facto, implica uma política monetária para Portugal muito restritiva. Absurdo, não é? Estamos a viver num País em que a situação económico-financeira é de tal descalabro que não pode ter eleições antecipadas sem causar uma crise política, económica e financeira de acordo com vários ministros, começando pelo primeiro. É a constituição e a democracia que está em causa. Mas tudo isto tem um rosto e um primeiro responsável. Lembrem-se disto no dia do voto e não faltem, nem que seja para votar em branco.»

Luís Campos e Cunha, idem

«A mítica “maioria alargada” PS-PSD-CDS, como se compreende, iria transferir os conflitos do país para o centro máximo de decisão, o Governo, sem resolver problema nenhum e criando uma instabilidade contínua, onde precisamente ela nunca se pode dispensar. Além disso, que chega e sobra, a “maioria alargada” faz parte de um mundo sem relação com o mundo em que nós vivemos. Basta ouvir o que o PS e o PSD andam por aí a berrar para se concluir (sem grande esforço de inteligência) que entre eles não haverá durante anos qualquer espécie de conciliação. E, ainda por cima, Sócrates não morreu e foi eleito secretário-geral do PS. Ficaria de fora ou de dentro dessa “coligação alargada”? De fora não se deixaria ele ficar e, ficando de dentro, para que servem eleições? Pedro Passos Coelho que responda.»

Vasco Pulido Valente, idem

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